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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Educação Integral ou Tempo Integral:

Educação Integral ou Tempo Integral: qual a diferença? 28 de abril: Dia Nacional da Educação

Não basta ampliar a jornada na escola, é preciso ofertar uma Educação Integral
Prêmio Itaú-Unicef reconhecerá iniciativas de Educação Integral em todo Brasil
28 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Educação e uma das propostas do Plano Nacional de Educação (PNE), que está em análise no Congresso Nacional e estabelece a política educacional para o decênio 2011-2020, é de que 50% das escolas públicas de Educação Básica desenvolvam suas atividades em jornada ampliada até 2020. É preciso, contudo, compreender melhor o que significa esse esforço pela ampliação da jornada nas escolas e pela diversificação das atividades educativas oferecidas a meninos e meninas.
Mais tempo na escola?

Uma das principais metas do Plano Nacional da Educação, instituído em 2001, é a ampliação da jornada escolar para um período mínimo de 7 horas. Embora se trate de uma prática comum em países desenvolvidos, ela pode não significar uma melhoria automática do sistema educacional brasileiro. "Não basta aumentar o tempo. Até porque, se você aumentar o tempo de uma escola em que as condições de aprendizagem são muito precárias, você está aumentando o tempo de uma aprendizagem muito precária, não resolve”, explica coordenadora do Programa de Educação do Unicef Brasil, Maria de Salete Silva.
É nesse cenário que os diversos atores ligados à educação buscam a articulação entre a escola em tempo integral – jornada ampliada – com atividades de Educação Integral. "A ampliação do tempo não significa necessariamente a Educação Integral. Nós temos o cuidado de trabalhar uma Educação Integral que persiga a formação e o desenvolvimento humano mais amplo e múltiplo possível, sem esquecer a base do currículo”, afirma a diretora de Educação Básica do Ministério da Educação, Jaqueline Moll.
Formação ampla e articulada

Apesar de o conceito de Educação Integral ainda estar em construção, ele pode ser entendido como um ensino que possibilita uma formação mais completa para o aluno enquanto ser humano e não apenas como estudante. Trabalhar com essa perspectiva significa conciliar os conteúdos didáticos com outros aspectos da vida.
Segundo a pesquisadora e gerente de projetos do Centro de Estudo e Pesquisa em Educação (Cenpec), Maria Estela Bergamin, as crianças devem ser incentivadas a desenvolver diferentes formas de expressão, como a artística, física, intelectual, digital e social. "É importante não ficar preocupado só com os conteúdos. As crianças e adolescentes precisam ser formados em atitudes e valores que caminhem para a tolerância e a participação na vida pública, uma preocupação com o coletivo”, explica.
Mas é necessário que essas atividades sejam integradas com os conteúdos escolares tradicionais. Não adianta a jornada ser ampliada se o aluno pensar separadamente: de manhã aula regular e, à tarde, atividades de educação integral, ou vice-versa. "Não são dois mundos separados, e o professor tem um papel importantíssimo de fazer esta articulação”, afirma Maria de Salete.
Diferentes atores em diálogo

As formas de se trabalhar Educação Integral podem variar em função do contexto, das necessidades e das características da comunidade e dos próprios estudantes. Segundo Estela Bergamin, o planejamento dessas ações tem de partir da cultura local e do repertório dos alunos. A partir daí, é possível expandir as opções de atividade e fazer pontes com outras referências culturais.
Para ampliar o diálogo com o contexto de vida de meninos e meninas, a Educação Integral não deve ficar restrita ao espaço escolar. Muito pelo contrário, espaços fora da escola, como parques, praças e museus, também podem ser aproveitados como ambientes de aprendizagem. "A escola pode fazer parcerias com ONGs, com programas de outras secretarias, com clubes... Esses outros atores podem ser tanto do poder público, quanto de instituições da sociedade civil”, afirma Estela Bergamin.
Comunidade comprometida

O Centro de Atendimento Especial à Criança e ao Adolescente de Paranavaí (CECAP), no Paraná, tem sua atuação voltada para estudantes de seis a 15 anos do ensino público. A organização, que hoje atende 256 meninas e meninos, realiza no contra-turno oficinas musicais, esportivas e artísticas em parceria com uma escola municipal do bairro onde está localizado. Uma das diretoras do CECAP, Líria Inêz Balestieri, afirma que até a comunidade se transformou depois que a instituição passou a se comprometer, junto à escola, com a formação integral das crianças. "A realidade vai mudando quando outros segmentos da comunidade são envolvidos”, reforça.
O resultado das atividades pode ser percebido em curto prazo na postura e desempenho dos estudantes em sala de aula e no IDEB, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Mas, segundo Líria, para além do comportamento e das notas há um impacto social na vida das crianças e adolescentes e suas famílias. "Contribuímos para que essas crianças e adolescentes entendessem que tinham o direito de sonhar. Agora temos a responsabilidade de fazer esse sonho acontecer”.
Prêmio Itaú-Unicef

Estão abertas até 31 de maio, as inscrições para o Prêmio Itaú-Unicef. Com abrangência em todo o território brasileiro, o Prêmio tem o objetivo de valorizar iniciativas de organizações não governamentais no campo da educação integral. A edição de 2011 tem como tema central: "Educação integral: experiências que transformam”.
Até 32 projetos poderão receber prêmios regionais no valor de R$ 20 mil. Nacionalmente, até quatro iniciativas podem receber além dos R$ 20 mil, um prêmio no valor de R$ 80 mil. O grande vencedor nacional receberá R$ 180 mil. Os prêmios em dinheiro devem ser usados exclusivamente para execução dos projetos vencedores.
O regulamento e ficha de inscrição estão disponíveis no site http://www.premioitauunicef.org.br e nas agências do Banco Itaú. Dúvidas também podem ser esclarecidas no telefone 0800 701 7104. O Prêmio é realizado em parceria pela Fundação Itaú Social e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com a coordenação técnica do Cenpec.
Serviço
Programa Mais Educação
O Programa Mais Educação tem o objetivo de aumentar a oferta de atividades educativas complementares nas escolas públicas. Criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007, o Programa é coordenado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC), em parceria com a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Atualmente 2,2 milhões de estudantes participam do programa, mas a expectativa é ampliar para três milhões ainda em 2011. "Construímos uma agenda que privilegia as escolas de menor Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], regiões de maior vulnerabilidade social, para pouco a pouco chegar à universalização”, afirma Jaqueline Moll.
Sugestões de fontes
Educação Básica do Ministério da Educação
-Jaqueline Moll - diretora
Assessoria (Débora): (61) 2022-9212/9208/ deboraguedes@mec.gov.br
-Centro de Estudo e Pesquisa em Educação (Cenpec)
Maria Estela Bergamin - pesquisadora e gerente de projetos do Cenpec
Assessoria (Mariana): (11) 2132-9022
-Unicef - Programa de Educação
Maria de Salete Silva - coordenadora
Assessoria (Julia): (61) 3065-1977/(61)99475187
-Centro de Atendimento Especial à Criança e ao Adolescente de Paranavaí (CECAP)
Líria Inêz Balestieri – diretora - (44) 3423-1995
-União dos Dirigentes Municipais da Educação do Paraná (UNDIME)
Cláudio Silva – Presidente da UNDIME e secretário de Desenvolvimento Humano de Apucarana, responsável pela implantação da Educação Integral no município
(43) 3423-1954 / (41)3077-1962.

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