Afuse

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FELIZ NATAL A TODOS

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sexta-feira, 25 de março de 2011

UM É RUIM, dois então....


PSDB e PPS analisam hipótese de fundir as legendas

 Por Josias de Souza
Sem alarde, PSDB e PPS analisam a viabilidade e a conveniência de fundir as duas legendas numa só.
As conversas, ainda embrionárias, começaram há duas semanas, nas pegadas da derrota do tucano José Serra para a petista Dilma Rousseff.
Coube ao senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) procurar o deputado eleito Roberto Freire (SP), presidente do PPS federal.
Ex-chefe da Casa Civil do governo Serra em São Paulo, Aloysio propôs a fusão.
Escorou a ideia numa apreensão legislativa. Disse que, juntas, as legendas teriam maior poder de fogo no Congresso.
O PSDB saiu das urnas de 2010 com 53 deputados e 11 sedadores. O PPS, com 12 deputados e um senador.
Na cabeça de Aloysio, a nova legenda abrigaria os “descontentes” de outros partidos –do PMDB ao DEM, passando por PDT e PSB.
Citou-se o exemplo do senador Jarbas Vasconcelos (PE), um oposicionista aninhado no protogovernista PMDB.
O debate ocorre num instante em que o tucanato tenta fazer a digestão de sua terceira derrota presidencial.
O senador eleito Aécio Neves (MG) fala em “refundar” o PSDB. FHC cobra a defesa explícita do legado da era tucana no governo federal.
O repórter foi ouvir Roberto Freire. Ele confirmou o contato de Aloysio Nunes e admitiu que as conversas caminham.
Deu a entender que atribui ao PSDB, não ao seu PPS, a iniciativa dos próximos movimentos: “Ninguém faz fusão a partir de um partido minoritário”.
Disse: para que a articulação avance, o PSDB precisa, primeiro, se convencer de que precisa buscar reforço, incorporando setores da “esquerda democrática”.
Depois, seria necessário “ter clareza do que vai ser esse novo partido”. Como assim?
“Não pode ser um amontoado, um ajuntamento”, disse Freire. “O Brasil não precisa de outro PMDB”.
Para Freire, se o objetivo for apenas o de dar maior efetividade àsações da oposição no Congresso, a formação de um bloco oposicionista pode resolver o problema.
Na hipótese de evoluir para a fusão, PSDB e PPS flertam com um risco que seus dirigentes parecem desconsiderar.
Da fusão resultaria uma terceira legenda, com programa e estatuto novos. Algo que desobrigaria os congressistas dos dois partidos do compromisso da fildelidade.
Pela lei, os filiados do PSDB e do PPS estariam livres para buscar refúgio em outras legendas. Tornariam-se alvos automáticos da cooptação governamental.
                                                                                                                                                                Fonte: Blog do Noblat

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sindicatos discute salário e carreira com profissionais da educação

                                                                                                       Fotos: Paulo Gonçalves/Folha da Região - 22/03/2011

Participaram cerca de 80 professores das cidades que compõem a subsede; no destaque, Maria Izabel


O plano de carreira e os reajustes no salário dos professores e profissionais da educação foram discutidos hoje em reunião promovida pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), em Araçatuba. 

Participaram cerca de 80 professores que atuam nas cidades que compõem a subsede local, profissionais e representantes dos sindicatos dos funcionários, servidores, professores aposentados e supervisores da rede educacional de São Paulo.

A reunião faz parte da Caravana da Educação, promovida pela Apeoesp entre os dias 21 e 31 deste mês. Segundo Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp, "o que os profissionais querem é respeito, qualificação, condições dignas de trabalho e um salário que reconheça, valorize e incentive papel do educador."

segunda-feira, 21 de março de 2011

A catástrofe nuclear no Japão

no New York Times
O Japão está diante de um acidente nuclear catastrófico na manhã desta terça-feira, no momento em que a explosão no mais atingido dos três reatores da Usina Nuclear de Fukushima Daichi danificou uma crucial estrutura de aço, trabalhadores de emergência foram retirados da usina e emissões muito maiores de materiais radioativos parecem iminentes, de acordo com declarações oficiais e executivos da indústria informados a respeito dos acontecimentos.
O primeiro-ministro japonês Naoto Kan estava se preparando para fazer um discurso de TV à nação às 11 horas da manhã, horário de Tóquio.
A grave deterioração veio depois que autoridades do governo disseram que a estrutura de contenção do reator número dois, o mais seriamente afetado dos três reatores de Daichi, tinha sofrido danos durante uma explosão pouco depois das 6 da manhã de terça-feira.
Eles inicialmente sugeriram que os danos eram limitados e que operações de emergência destinadas ao esfriamento do combustível nuclear nos três reatores com água marinha continuariam. Mas executivos da indústria disseram que a situação tinha ficado fora de controle e que todos os trabalhadores da usina tinham de deixar o lugar por causa de exposição excessiva a vazamentos radioativos.
Se todos os trabalhadores de fato deixarem a usina, o combustível nuclear dos três reatores provavelmente derreterá, o que levaria à propagação no atacado de material radioativo — de longe o maior acidente deste tipo desde o desastre em Chernobyl 25 anos atrás.
Relatos de uma iminente piora do problema surgiram depois de um dia e uma noite de tentativas de resgate focalizados principalmente no reator número dois. Lá, válvulas que não funcionavam evitaram que trabalhadores conseguissem diminuir a pressão na caixa de contenção do reator ou que injetassem água do mar nele. Isso significou que as medidas extraordinárias de emergência que os trabalhadores estavam empregando para evitar o superaquecimento do combustível nuclear já não faziam efeito.
Como resultado, o combustível nuclear ficou exposto por várias horas, aumentando o risco de um rompimento da caixa de contenção e de emissão mais perigosa de partículas radioativas.
Na manhã de terça-feira a operadora da usina, Tokyo Electric Power, disse que tinha arrumado a válvula e retomado as injenções de água marinha, mas que detetou possível vazamento na caixa de contenção que já não permitia que a água cobrisse totalmente as barras de combustível.
E então a explosão atingiu o mesmo reator. O operador inicialmente informou que a explosão poderia ter danificado a parte inferior da caixa de contenção, mas mais tarde disse que os níveis de radiação não tinham subido suficientemente para justificar o agravamento do problema. Embora não tenham dado imediatamente um relato detalhado do que aconteceu no reator, o governo e funcionários da empresa inicialmente descartaram um rompimento sério, que poderia causar vazamentos maciços de radiação ou um derretimento completo do combustível nuclear.
Mesmo que um derretimento completo seja evitado, autoridades japoneses estão diante de opções pouco palatáveis. Uma é de continuar inundando os reatores e soltando o vapor resultante, na esperança de que os ventos, que sopram em direção ao Pacífico, não virem para o sul em direção a Tóquio, ou para oeste, em direção ao norte do Japão e Península da Coréia. O outro é esperar que o pior do superaquecimento tenha passado e que com a passagem de mais alguns dias o combustível nuclear esfrie suficientemente para selar a radioatividade dentro das usinas, que claramente nunca mais serão utilizadas. As duas opções envolvem grandes riscos.
Embora autoridades japonesas não façam comparações com acidentes passados, a soltura de uma quantidade não determinada de gases e partículas radioativas — todos sinais de que o combustível dos reatores foi danificado pelo menos com um derretimento parcial — acrescentou considerável tensão às tentativas de esfriar os reatores.
“Já passou faz tempo de Three Mile Island”, disse Frank von Hippel, um físico e professor de Princeton. “O mais risco agora é que o combustível realmente derreta e você tenha uma explosão de vapor [radioativo].”
Hiroko Tabuchi reported from Tokyo, Keith Bradsher from Hong Kong and Matthew L. Wald from Washington.

PS do Viomundo: O primeiro-ministro, em seu discurso, anunciou a retirada de todos os moradores que vivem num raio de 20 quilômetros da usina e pediu que as pessoas que moram num raio entre 20 e 30 quilômetros das usinas fiquem dentro de casa. O governo anunciou medida de radiação de 400 milisievert em torno do reator número três. Os danos à saúde humana começam acima dos 100 milisievert.

domingo, 20 de março de 2011

Oposição do Bahrein denuncia ocupação por tropas sauditas



No Bahrein, a situação é de tensão explícita. O rei Hamad Ben Issa Al-Khalifa proclamou o estado de emergência por três meses, um dia após a chegada de tropas sauditaso para ajudar a travar a contestação xiita num país governado por sunitas. Os principais grupos da oposição, incluindo o maior partido xiita, o Wefaq, avaliaram esta intervenção de forças do Conselho de Cooperação do Golgo no país como uma “declaração de guerra e uma ocupação”.
Carta Maior / Esquerda.net
As autoridades do Bahrein, que enfrentam a mais grave contestação no país desde a década de 1990, acolheram segunda-feira a chegada de uma unidade de mil soldados sauditas, pedida para “ajudar a manter a ordem e segurança” no país, depois de manifestantes da oposição terem entrando em confrontos com a polícia no domingo e bloqueado várias estradas.
A entrada dos soldados sauditas em território do Bahrein – numa missão do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG, bloco regional que integra a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait, Qatar e Omã, além do Bahrein) – foi confirmada pelo antigo ministro da Informação do país, e atual conselheiro do rei Hamad bin Issa al-Khalifa, Nabeel al-Hamer, através de uma mensagem no serviço de microblogging Twitter.
Pelo menos 150 veículos militares blindados de transporte de tropas e 50 outros veículos, incluindo ambulâncias, tanques de água, caminhões e jipes foram avistados por residentes locais passando a fronteira da Arábia Saudita para o Bahrein, em direcção a Riffa, região maioritariamente sunita.
Os principais grupos da oposição, incluindo o maior partido xiita, o Wefaq, avaliaram esta intervenção de forças do CCG no país como uma “declaração de guerra e uma ocupação”.
Manifestantes desafiam o recolher obrigatório com novo protesto
O movimento de oposição ao rei Hamad bin Issa al-Khalifa do Bahrein respondeu ao decreto de recolher obrigatório com a convocação de um novo protesto em Manama, depois de os manifestantes terem sido expulsos, ao nascer do dia, da Praça da Pérola que ocupavam há já várias semanas, exigindo reformas políticas no país. Na praça permaneciam acampados cerca de 500 opositores ao regime.
Chamando a uma manifestação massiva, o grupo de Juventude 14 de Fevereiro – que tem liderado a contestação na Praça da Pérola – convocou este novo protesto para a Rua Budaya, região norte da capital repleta de vilas e subúrbios de maioria populacional xiita que conduz à localidade de Budaya, berço da elite governadora sunita do país.
Nos confrontos da manhã desta quarta-feira, pelo menos três manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos, afirmou fonte da oposição citada pelas agências noticiosas. O Ministério do Interior, por seu lado, anunciou a morte de dois policiais.
No seguimento destes confrontos, as autoridades do Bahrein decretaram recolher obrigatório entre às 16h e às 4h (1h em Lisboa) na Praça da Pérola e no centro financeiro de Manama.
No Bahrein, a situação é de tensão explícita. O rei Hamad Ben Issa Al-Khalifa proclamou o estado de emergência por três meses, um dia após a chegada de tropas do Golfo para ajudar a travar a contestação xiita num país governado por sunitas.”
                                                                                                                                                        

                                                                                                                                     

sábado, 19 de março de 2011

Imprudência diplomática



Quem vai sair de casa para ouvir o "Moreninho do norte"?
Ainda mais depois do seu governo desastrado e em defesa dos ricos e empobrecimento dos que ainda pouco possuem.
Imprudência diplomática 

Por Mauro Santayana

É preciso romper o silêncio da amabilidade para estranhar o pronunciamento público que o presidente Obama fará, da sacada do Teatro Municipal, diante da histórica Cinelândia. Afinal, é de se indagar por que a um chefe de Estado estrangeiro se permite realizar um comício – porque de comício se trata – em nosso país. Apesar das especulações, não se sabe o que ele pretende dizer exatamente aos brasileiros que, a convite da Embaixada dos Estados Unidos – é bom que se frise – irão se reunir em um local tão estreitamente vinculado ao sentimento nacionalista do nosso povo.
É da boa praxe das relações internacionais que os chefes de estado estrangeiros sejam recebidos no Parlamento e, por intermédio dos representantes da nação, se dirijam ao povo que eles visitam. Seria aceitável que Mr. Obama, a exemplo do que fez no Cairo, pronunciasse conferência em alguma universidade brasileira, como a USP ou a UNB, por exemplo.
Ele poderia dizer o que pensa das relações entre os Estados Unidos e a América Latina, e seria de sua conveniência atualizar a Doutrina Monroe, dando-lhe  significado diferente daquele que lhe deu o presidente Ted Roosevelt, em 1904. Na mensagem que então enviou ao Congresso dos Estados Unidos, o  presidente declarou o direito de os Estados Unidos policiarem o mundo, ao mesmo tempo em que instruiu seus emissários à América Latina a se valerem do provérbio africano que recomenda falar macio, mas carregar um porrete grande.
Se a idéia desse ato público foi de Washington, deveríamos ter ponderado, com toda a elegância diplomática, a sua inconveniência. Se a sugestão partiu do Itamaraty ou do Planalto, devemos lamentar a imprudência. Com todos os seus méritos, a presidência Obama ainda não conseguiu amenizar o sentimento de animosidade de grande parte do povo brasileiro com relação aos Estados Unidos. Afinal, nossa memória guarda fatos como os golpes de 64, no Brasil, de 1973, no Chile, e ação ianque em El Salvador, em 1981, e as cenas de Guantánamo e Abu Ghraid.
O Rio de Janeiro é uma cidade singular, que, desde a noite das garrafadas, em 13 de março de 1831, costuma desatar seu inconformismo em protestos fortes. A Cinelândia, como outros já apontaram, é o local em que as tropas revolucionárias de 1930, chefiadas por Getúlio Vargas, amarraram seus cavalos no obelisco então ali existente. Depois do fim do Estado Novo, foi o lugar preferido das forças políticas nacionalistas e de esquerda, para os grandes comícios. A Cinelândia assistiu, da mesma forma, aos protestos históricos do povo carioca, quando do assassinato do estudante Edson Luis, ocorrido também em março (1968). Da Cinelândia partiu a passeata dos cem mil, no grande ato contra a ditadura militar, em 26 de junho do mesmo ano.
Não é, convenhamos,  lugar politicamente adequado para o pronunciamento público do presidente dos Estados Unidos. É ingenuidade não esperar manifestações de descontentamento contra a visita de Obama. Além disso – e é o mais grave – será difícil impedir que agentes provocadores, destacados pela extrema-direita dos Estados Unidos, atuem, a fim de criar perigosos incidentes durante o ato. Outra questão importante: a segurança mais próxima do presidente Obama será exercida por agentes norte-americanos, como é natural nessas visitas. Se houver qualquer incidente entre um guarda-costas de Obama e um cidadão brasileiro, as conseqüências serão inimagináveis.
Argumenta-se que não só Obama, como Kennedy, discursaram em público em Berlim. A situação é diferente. A Alemanha tem a sua soberania limitada pela derrota de 1945, e ainda hoje se encontra sob ocupação militar americana.          
Finalmente, podemos perguntar se a presidente Dilma, ao visitar os Estados Unidos, poderá falar  diretamente aos novaiorquinos, em palanque armado  no Times Square.

                                                                 

quinta-feira, 10 de março de 2011

INFORMATIVO JURÍDICO



ATENDIMENTO DOS ADVOGADOS
   Causas Trabalhistas – 2ªs e 6ªs feiras das 10:00 as 12:30 h
                                    – 4ªs feiras das 14:00 às 17:00 h                              
   Causas Particulares  – 2ªs feiras das 14:00 às 17:00 h
                                    – 3ªs feiras das 10:00 às 12:00 e 14:00 às 17:00 h

Desde o dia primeiro de outubro a São Paulo Previdência - SPPREV é a responsável pela gestão das novas aposentadorias dos Poderes Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Universidades e Autarquias. Devido a esse novo  procedimento o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – TCE estará realizando as auditorias nos processos na SPPREV e não mais nos órgãos de origem.Lembramos que as aposentadorias já concedidas migrarão para o sistema previdenciário da SPPREV até março de 2011 de acordo com o decreto 54.623/2009. Importante! Entretanto, vale ressaltar que a SPPREV não dará entrada aos processos de aposentadoria. Assim, o pedido inicial de concessão de aposentadoria a ser realizado pelos servidores continuará sendo feito no RH do órgão de origem. Os órgãos de recursos humanos que ainda não tem acesso ao SIGEPREV deverão encaminhar a SPPREV somente o processo físico, com os documentos referentes à concessão da aposentadoria.
GOVERNO ESTADUAL ANUNCIA O PISO SALARIAL DA CATEGORIA

O Governador de São Paulo Geraldo Alckmin anunciou em 07 de Fevereiro de 2011 através do JORNAL AGORA, que enviará um Projeto de Lei á Assembléia Legislativa elevando o salário mínimo regional que dependerá de aprovação dos Deputados Estaduais e depois da sanção do governador.O governo não informou quando enviará o projeto à Assembléia.
Quanto ao servidor  o governador também anunciou o aumento do piso dos servidores estaduais ativos,inativos e pensionista,nesse caso , o mínimo que era de R$590,00,passará para R$630,00 a partir de 1º de Abril caso seja votado.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
CONGELADO

 O Departamento Jurídico esta tomando as devidas providências tendo em vista que propusemos     uma     medida    judicial    denominada   Reclamação   Constitucional    que  foi recebida     no     STF    sob    Nº 10.885     visando     assegurar    o    pagamento    sobre    dois  salários    mínimos    vigentes,    até   que   seja   editada  lei  estabelecendo  base de cálculo  do referido adicional .

CONCURSO
DE REMOÇAO
Até este momento somente foi acertado  o cadastro dos servidores para fins de remoção.
Estamos   aguardando  o  governo definir o módulo das escolas, portanto, enquanto não for feito este acerto a remoção fica
O  servidor  da  educação  tem  direito  a   retirar-se   do   expediente   por   até   2   horas   para   recebimento  de  seu  pagamento  independente do  horário  de  trabalho conforme  lhe  garante o     artigo    14,    parágrafo     4º    do     Decreto     Nº 52054/2007  .  Somente    não   terão  direito os funcionários  que   exerçam   suas   atividades   em    órgãos   onde  tenha Agência ou Posto Especial  de Serviços dentro do  local de trabalho
     TICKETS – Informamos que até este momento não existe nenhuma informação oficial  em relação ao aumento do valor facial do ticket, existindo somente a especulação referente à publicação inserida no Diário Agora,de que estaria sendo finalizada pelos técnicos do Governo anterior uma proposta que constaria em um projeto de lei que seria enviado para a Assembléia Legislativa, porém a decisão final seria do  governo atual.
BÔNUS – Nada mudou em relação às regras para recebimento do bônus, tendo as unidades escolares que se submeterem ao resultado da avaliação do Saresp, atingirem a meta especificada para cada uma, além da freqüência.Portanto solicitamos que aguardem publicação no Diário Oficial do Estado informações sobre a questão.
Relembramos ainda que  temos tramitando na justiça uma ação coletiva sob o nº 583.053.2008, que visa conceder o benefício aos Aposentados, bem como uma Ação Declaratória sob o nº 053.09.029820.1 buscando o direito ao recebimento para funcionários daquelas unidades escolares que obtiveram avaliação negativa.
 APOSENTADORIA –  A partir de 01/07/10 a responsabilidade para publicação de aposentadoria é da SPPREV, onde é previsto 90 dias para publicar no Diário Oficial do Estado, portanto tal prazo não está sendo cumprido. È previsto ao servidor o direito de requerer a cessação do exercício após ter transcorrido os 90 dias, mas para isto é necessário que se faça uma comunicação ao superior imediato, declarando que pretende usufruir do benefício previsto no § 22, acrescentado ao artigo 126 da Constituição Estadual, pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/06, informando:A partir de que data pretende usufruir do benefício; que está ciente de que poderá perder vantagens pecuniárias cujo pagamento está condicionado ao efetivo exercício.Vantagens que poderá perder ( ALE, GTN, Auxilio Alimentação, Auxilio Transporte)Lembrando que a partir do início do afastamento o tempo não será contado para fins de Bônus

PUBLICAÇÕES – Relembramos que há muito tempo deixamos de enviar carta informando as publicações referentes à vida funcional, passando a responsabilidade para as Secretárias das Macros Regiões ligarem para os sócios informando. Para aqueles que tem acesso à computador, poderão acessar o site www.afuse.org.br e através do RG e fazer a pesquisa. Dias 25/02 e 25/03, foram publicadas  no DOE de 05/02/2011, 
  Poder Executivo, Seção I, Página 33
  Dia 11/06 e 10/09 - CR
   Dias 01/7  – RUT
   Dias 10, 11 e 12/8 – Congresso Estadual
   Dia 21/10 - Formação
   Dia 23/11 – Eleição para Conselho de Representantes e Direção Estadual
Maiores informações sobre local e horário das atividades deverão ser  solicitadas com o/a Diretor/a da Afuse de sua região. Informamos aos sócios que não estiverem conseguindo visualizar seus   Processos através do site da Afuse, que entrem em contato com o  Departamento Jurídico para que possamos atualizar o  CPF .

                                              EVOLUÇÃO FUNCIONAL
Esclarecemos que quando for formular o pedido de Evolução Funcional,  existe uma instrução do DHRU, onde o interessado tem que assinar uma declaração afirmando que não possui nenhum certificado anterior ao que  esta sendo apresentado e algumas pessoas   por  esquecimento ou por ter perdido apresentam um com a  data  posterior,  quando conseguem achar querem tornar sem efeito o que  foi  publicado  e fazer a juntada daquele  com  data  anterior  para se obter a   antecipação  do  benefício, porem, o   DRHU   não  está   fazendo   esta   troca,  gerando-se  assim uma grande  polêmica.  Portanto  fiquem atento para que não sofram perdas salariai

                                                                                                                           A DIREÇÃO








terça-feira, 8 de março de 2011

A T E N Ç Ã O fique ligado

AFUSE SE REÚNE
COM EDUCAÇÃO
Dando sequência ao processo de negociação entre a AFUSE e a 
Educação, no dia 03/03/2011, quinta-feira, a diretoria da entidade se 
reuniu com a chefia de gabinete da secretaria da Educação e com o 
DRHU.
Dentre os assuntos debatidos, destacamos  o MÓDULO (nova 
legislação), REMOÇÃO e as ALTERAÇÕES NA 888/2000 (Plano de 
Carreira do QAE) no que diz respeito a evolução, progressão, 
promoção e as tabelas salariais. Especificamente na temática do 
Módulo, nossa exigência é de que assim  que sair a instrução a 
RESOLUÇÃO também deve ser imediata.
Para todos os casos apresentados a secretaria da Educação informou 
que tão logo tenha pronta uma proposta para apresentar marcará uma 
nova rodada de negociação.  Para tanto, estamos bem atentos para 
esses prazos e continuaremos pressionando o governo para termos uma
resposta o quanto antes.
ATENÇÃO  – A AFUSE, em conjunto com as demais entidades da 
Educação (APASE, APAMPESP, APEOESP e CPP), finalizou na noite 
deste mesmo dia 03/03 um jornal unificado, com várias 
considerações e propostas de mudanças nas carreiras nos 
trabalhadores em educação. Fique ligado.
                                                                      A Diretoria

segunda-feira, 7 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


TODO DIA É DIA DE MULHER

Se estivesse viva, Carmen Miranda teria completado 100 anos em fevereiro. O sucesso da Pequena Notável fora do Brasil foi tanto que ela chegou a ser a artista mais bem paga de Hollywood na década de 40, deixando sua marca na calçada da fama (09.02.1909 a 05.08.1955)

Símbolo sexual e estrela maior de Hollywood, Marilyn Monroe foi encontrada morta aos 36 anos, vítima de overdose – e até hoje paira o mistério: a atriz cometeu suicídio ou foi vítima de assassinato? Abandonada pela mãe, Marilyn foi criada em orfanatos, fez 33 filmes e foi casada três vezes (01.06.1926 a 05.08.1962).
Grace Kelly ganhou o Oscar de melhor atriz em 1955 pelo filme “Amar é sofrer”, de George Seaton; tornou-se famosa mundialmente fazendo filmes de Alfred Hitchcock, e mais ainda quando se tornou princesa de Mônaco, casando-se em 1956 com o príncipe Rainier (12.11.1929 a 14.09.1982

  Janis Joplin teve uma carreira apaixonada e rápida, interrompida por sua morte aos 27 anos em decorrência de uma overdose de heroína. Nascida no Texas, EUA, começou a cantar country e blues na década de 60. Entre os seus maiores sucessos estão “Cry baby”, “Mercedes Benz” e “Summertime” (19.01.1943a 04.10.1970)
Considerada a maior cantora brasileira de todos os tempos, Elis Regina, a Pimentinha, como era conhecida, foi encontrada morta aos 36 anos em seu apartamento nos Jardins, São Paulo. Sua morte foi chorada por 25 mil fãs durante o velório no Teatro Bandeirantes, palco de seu maior sucesso com o show “Falso Brilhante" (17.03.1945 a 19.01.1982).
Leila Diniz foi símbolo da liberação feminina dos anos 1960 e 1970. A atriz escandalizou ao exibir sua gravidez de oito meses na praia. Aos 17 anos se apaixonou pelo cineasta Domingos de Oliveira, com quem viveu até os 21 anos. Ele a dirigiu em "Todas as mulheres do mundo", seu maior sucesso (25.03.1945a14.06.1972).

Em 1981 Diana Spencer – então desconhecida - se casou com o príncipe Charles e se tornou princesa de Gales, mais conhecida como Lady Di. Mas foi seu lado humanitário, liderando campanhas contra minas terrestres e no combate à Aids, que a tornaram popular e amada pelo povo inglês (01.07.1961 a 31.08.1997)
Cora Coralina, Aninha da Ponte da Lapa ou Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretãs, pode chamar que a Poeta atende, poeta natural ,original poeta das coisas e do chão que viveu.
Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede
12 de agosto de 1983.
Margarida Maria Alves, trabalhadora rural, presidente do Sindicato de Trabalhadores rurais de Alagoa Grande, município do Estado da Paraíba, foi assassinada por um pistoleiro, a mando dos usineiros da região do brejo paraibano
12 de agosto de 1983.
Margarida Maria Alves, trabalhadora rural, presidente do Sindicato de Trabalhadores rurais de Alagoa Grande, município do Estado da Paraíba, foi assassinada por um pistoleiro, a mando dos usineiros da região do brejo paraibano


A EDUCAÇAÕ Vai PARAR !
 ESPERE PARA VER
História do Dia Internacional da Mulher
História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de março, lutas femininas, importância da data e comemoração, conquistas das mulheres brasileiras, história da mulher no Brasil, participação política das mulheres, o papel da mulher na sociedade













História do 8 de março



No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data 


Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.


Conquistas das Mulheres Brasileiras 


Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.


Marcos das Conquistas das Mulheres na História 

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1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
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1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
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1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
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1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
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1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
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1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
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1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
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1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
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1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças
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1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina
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1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres
                                                                                         A MENINA AFEGÃ



Protesto silencioso
             Thich Quang Duc, nascido em 1897, foi um monge budista vietnamita que se sacrificou até a morte numa rua movimentada de Saigon em 11 de junho de 1963. Seu ato foi repetido por outros monges.
Enquanto seu corpo ardia sob as chamas, o monge manteve-se completamente imóvel. Não gritou, nem sequer fez um pequeno ruído.                              
            Thich Quang Duc protestava contra a maneira que a sociedade oprimia a religião Budista em seu país. Após sua morte, seu corpo foi cremado conforme à tradição budista. Durante a cremação seu coração manteve-se intacto, pelo que foi considerado como quase santo e seu coração foi transladado aos cuidados do Banco de Reserva do Vietnã como relíquia

Espreitando a morte
          Em 1994, o fotógrafo Sudanês Kevin Carter ganhou o prêmio Pulitzer de foto jornalismo com uma fotografia tomada na região de Ayod (uma pequena aldeia em Suam), que percorreu o mundo inteiro.               
           A figura esquelética de uma pequena menina, totalmente desnutrida, recostando-se sobre a terra, esgotada pela fome, e a ponto de morrer, enquanto num segundo plano, a figura negra expectante de um abutre se encontra espreitando e esperando o momento preciso da morte da garota.
           Quatro meses depois, abrumado pela culpa e conduzido por uma forte dependência às drogas, Kevin Carter suicidou-se.
A agonia de Omayra
     
         Omayra Sanchez foi uma menina vítima do vulcão Nevado do Ruiz durante a erupção que arrasou o povoado de Armero, Colômbia em 1985. Omayra ficou três dias jogada sobre o lodo, água e restos de sua própria casa e presa aos corpos dos próprios pais. Quando os paramédicos de parcos recursos tentaram ajudá-la, comprovaram que era impossível, já que para tirá-la precisavam amputar-lhe as pernas, e a falta de um especialista para tal cirurgia resultaria na morte da menina. Omayra mostrou-se forte até o último momento de sua vida, segundo os paramédicos e jornalistas que a rodeavam.
Durante os três dias,  manteve-se pensando somente em voltar ao colégio e a seus exames e a  convivência com seus amigos.                                       
            O fotógrafo Frank Fournier, fez uma foto de Omayra que deu a volta ao mundo e originou uma controvérsia a respeito da indiferença do Governo Colombiano com respeito às vítimas de catástrofes. A fotografia foi publicada meses após o falecimento da garota.                       
             Muitos vêem nesta imagem de 1985 o começo do que hoje chamamos Globalização, pois sua agonia foi vivenciada em tempo real pelas câmaras de televisão de todo o mundo.
Protegendo a cria
         Uma mãe cruza o rio com os filhos durante a guerra do Vietnã em 1965 fugindo da chuva de bombas americanas
Necessidade
              Soldados e aldeãos cavam sepulturas para as vítimas de um grande terremoto acontecido em 2002 no Irã enquanto um menino segura as calças do pai antes dele ser enterrado.


A menina do Vietnã
                                                 
Em oito de junho de 1972, um avião norte-americano bombardeou a população de Trang Bang com napalm. Ali se encontrava Kim Phuc e sua família. Com sua roupa em chamas, a menina de nove anos corria em meio ao povo desesperado e no momento, que suas roupas tinham sido consumidas, o  fotógrafo Nic Ut registrou a famosa imagem.                                                                     
Depois, Nic levou-a para um hospital onde ela permaneceu por durante 14 meses sendo submetida a 17 operações de enxerto de pele.                            
Qualquer um que vê essa fotografia, mesmo que menos sensível, poderá ver a profundidade do sofrimento, a desesperança, a dor humana na guerra, especialmente para as crianças.   
08 de março Dia Internacional da Mulher: qual a nossa identificação nessa caminhada?

          


         *Por Ilcélia Soares        
        Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.

    Livro de Lamentações capítulo 3, versículo 21

·         Celebramos hoje o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, dia marcado por fatos históricos e por vários registros sobre sua origem americana e/ou européia tendo como marca comum o que simboliza as lutas, as manifestações e as reivindicações de diversas mulheres ao longo da história por uma sociedade mais justa e igualitária.         
·         Geralmente essa data é vinculada ao massacre das operárias de uma fábrica de tecido na cidade de Nova York em 08 de março de 1857, onde foram trancadas e queimadas vivas aproximadamente 130 mulheres trabalhadoras porque tiveram a coragem de realizar uma greve para reivindicarem melhores condições de trabalho, redução de carga horária diária de 16h para 10h e salários equiparados aos dos homens.       
·         Semelhantemente outros momentos históricos também apontam a relevância da caminhada das mulheres marcada pela capacidade delas de agregar e exercer uma liderança criativa, de organização e de luta diante da adversidade. Por exemplo, em Chicago, no dia 3 de maio de 1908 comemorou-se o primeiro “Woman’s Day” o qual se destinava às causas das trabalhadoras com o propósito de denunciar a exploração e a opressão das mulheres, defendendo ainda a igualdade dos sexos e a autonomia feminina. Do mesmo modo em Nova York, 27 de fevereiro de 1910, as mulheres se reuniram em defesa do sufrágio.
   


·         Em Copenhague na Dinamarca no mesmo ano de 1910, Clara Zetkin, militante do Partido Social Democrata Alemão, propôs uma resolução na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas para oficializar um dia internacional que representasse a luta das mulheres. Segundo a SOF - Sempreviva Organização Feminista, nessa decisão “não se faz nenhuma alusão ao dia 8 de março. Clara apenas menciona seguir o exemplo das socialistas americanas”. E a partir de então as comemorações passam a ter caráter oficial em toda a Europa. Em 1922 o Dia Internacional da Mulher é celebrado no dia 8 de março e somente em 1975 essa data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

·         Em virtude disso, hoje identificamos diversas conquistas: votamos e somos votadas, somos maioria nas universidades e em instituições religiosas, construímos conhecimentos, falamos em público, somos pesquisadoras, escritoras, artistas, reverendas, bispas, chefes de famílias, criamos os filhos e filhas partilhando sua educação, optamos por tê-los ou não, escolhemos com quem fazer sexo e compartilhar a vida, muito embora reconheçamos que ainda possuímos uma cotidiana caminhada a percorrer na defesa dos nossos direitos como, por exemplo, na luta de mulheres brancas, negras, índias que vivem e convivem com o HIV/AIDS, por políticas públicas de atendimento e enfrentamento à violência doméstica/de gênero, na luta contra a homofobia e ainda por salários dignos e justos.     
·         Resgatar esta trajetória citada acima e mencionar todas essas conquistas tem como propósito neste texto de lembrar que tudo isso é resultado da intensa participação, ao longo da história, de milhares de mulheres na luta pelo voto, pela igualdade econômica e política; por dignidade e equidade. Mulheres que encarnaram e protagonizaram as dores e as alegrias de viver e ser mulher em defesa de seus e nossos direitos como afirma Piovesan (2003):       
·         Os direitos humanos das mulheres são partes inalienáveis, integrais e indivisíveis dos direitos humanos universais. Não há direitos humanos sem a plena observância dos direitos das mulheres, ou seja, não há direitos humanos sem que metade da população mundial exerça, em igualdade de condições, os direitos mais fundamentais. Afinal, ‘sem as mulheres os direitos não são humanos’ (PIOVESAN, 2003, p.219).        
·         Esse paradigma de direitos das mulheres como parte fundamental e propositiva dos Direitos Humanos Universais também possibilitou continente à discussão sobre a temática na Comunhão Anglicana. Nesse contexto religioso, as mulheres também tiveram seus momentos de lutas e reivindicações, entre outras a ordenação feminina.   
·         A Igreja Episcopal Anglicana no Brasil teve uma postura de vanguarda em relação a outras Igrejas quando instituiu a ordenação feminina 25 anos atrás, reconhecendo, desta forma, a autonomia, a equidade e a capacidade das mulheres em ser e desempenhar diversos papéis políticos, religiosos e sociais na Igreja.
·         Atualmente a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil comemora 25 anos de legítimo direito das mulheres de serem ordenadas às sagradas ordens de diáconas e presbíteras prosseguindo com desejo e propósito de seguir o exemplo das Províncias Anglicanas companheiras, ao sagrar bispas/episcopisas, tão breve quanto possível nas diferentes dioceses brasileiras.      
·         Partindo do pressuposto que cada diocese no Brasil traz em suas realidades diferenças regionais, culturais e climáticas, ressaltamos que elas têm em comum a ordenação feminina no contexto de ser Igreja, comunidade cristã de fé construída por pessoas, marcada por uma produção histórica e afetada por uma teia política, social e econômica.        
·         Mediante essa realidade as mulheres clérigas e leigas da IEAB, como mulheres do seu tempo, deparam-se com grandes desafios presentes na sociedade brasileira, tais como a feminização do HIV/AIDS e a violência doméstica e de gênero as quais se manifestam tão democraticamente que atingem as mulheres independentemente de religião/credo, classe social, de raça/etnia, de nível de escolaridade, orientação e/ou vivência sexual.
·         Na presença destes desafios somos convocadas a dar continuidade à defesa dos direitos das mulheres, à desconstrução dos papéis masculinos e femininos demarcados pela desigualdade de poder, à fomentação de políticas públicas para o enfrentamento dessas problemáticas assumindo que a igreja é um lugar de diálogos, encontros e manifestações da diaconia social.
·         Diante disso as desigualdades sociais, culturais e econômicas, as dificuldades de acesso a serviços de saúde, a persistência em padrões culturais e religiosos que interferem no uso de preservativo, são fatores que têm contribuído para a feminização do HIV/AIDS e sua relação com a violência doméstica e de gênero.        
·         Portanto, a igreja tem a necessidade de identificar a estreita relação entre a violência doméstica/de gênero e a feminização do HIV/AIDS para repensar sua práxis e deve compreender que essa estreita relação é uma conexão dinâmica que tem sua manutenção alimentada pelo sentimento de medo, pelo estado emocional de baixa auto-estima, pela cultura do silêncio e dificuldade de negociar o uso do preservativo e pela concepção de amor romântico que suporta tudo e que é para sempre, fomentada também por alguns discursos religiosos.         
·         Então a igreja lança o convite a todos e todas: trazer à memória algo que nos dê esperança em 100 anos de luta e 25 de ordenação feminina, acolhendo as pessoas que vivem, convivem com HIV/AIDS e sofrem violência doméstica/de gênero, firmando uma cultura de paz quando possibilita a prevenção, a intervenção e a ruptura dessas problemáticas por meio de: fortalecer a organização de grupos de mulheres; facilitar o acesso à rede de apoio social e de proteção; promover grupos de discussão para homens sobre as temáticas.*Ilcélia Alves Soares - Especialista em violência doméstica, Mestre em Psicologia Clínica e ativista em HIV/AIDS pela ONG Espaço Vida - EVida. Leiga da Diocese Anglicana do Recife
·         Mulheres trabalhadoras do campo e da cidade mobilizadas em todo Brasil
·         Comemorando os 100 anos do 8 de março como dia internacional de luta das mulheres, o MMC está mobilizado em conjunto com outros movimentos sociais em diversas regiões do Brasil. Este dia sempre foi marcado pela luta e pela organização das mulheres, gerando conquistas de direitos sociais e mais autonomia, além de questionar a ordem vigente.

·         Neste ano, estamos em mais uma Jornada Nacional de Lutas, para dar continuidade a toda história de luta que juntas estamos construindo nesses 100 anos, pois acreditamos que muitas coisas ainda precisam e devem ser transformadas. As atividades da Jornada de Luta estão acontecendo desde o dia 03 e estendem-se até o dia 14 de março.
Atividades estaduais da Jornada Nacional de Lutas de março:
·         No Rio Grande do Sul: As atividades concentraram-se nos dias 03 e 04 de Março em Palmeira das Missões e em Porto Alegre.
·         Em Palmeira das Missões mais de 800 mulheres da Via Campesina e Movimento dos Trabalhadores Desempregados - MTD trancam a RST 569, KM 5. Após seguiram em caminhada até a praça da Matriz onde, pela parte da tarde, fizeram um estudo sobre a violência contra as mulheres do campo e da cidade.
·         Em Porto Alegre, as mulheres realizam várias ações de denúncia. Em frente a empresa Solae, as mulheres amamentaram esqueletos que simbolizam o sugamento das mulheres pelo capital, principalmente o agronegócio, além de denunciar o uso abusivo dos agrotóxicos e transgênicos, ao mesmo tempo, outro grupo ocupou o Ministério da Agricultura. Na tarde as mulheres se dirigiram a UFRGS, onde conjuntamente com os estudantes pautaram pela retirada do projeto do Parque tecnológico que prevê a cedência de um espaço publico da universidade para empresas como BUNGE, Aracruz Celulose, realizarem pesquisas conveniadas a instituição. A ação mobilizou cerca de 800 mulheres da Via Campesina e organizações urbanas.
·         O MMC da região próxima a Santa Maria reuniu aproximadamente 600 mulheres camponesas para um dia de estudo e celebração. O encontro aconteceu no município de Ivorá. Na região litorânea, as mulheres camponesas realizaram encontro regional no dia 06 para debate sobre políticas públicas e posterior realizaram audiências em todos os municípios pautando a questão do código florestal e do combate a violência.
·         No Acre, as atividades aconteceram no dia 04, na capital Rio Branco. Cerca de 100 mulheres do MMC e da CPT realizaram uma passeata pautando a implementação do bloco de produtora rural. Uma comissão foi recebida pelo presidente da Assembleia Legislativa, que ficou com o compromisso de discutir com o secretario da fazenda sobre a implementação do bloco de produtora para as mulheres trabalhadoras rurais.
·         Em Santa Catarina, o Dia Internacional da Mulher está com amplo debate sobre o tema Bioma Mata Atlântica em seis regiões do estado: São Miguel do Oeste, Dionísio Cerqueira, Chapecó, Joaçaba, Anita Garibaldi e Mafra. O objetivo neste dia é aprofundar as discussões sobre o tema e dar continuidade à luta por políticas públicas: pagamento por serviços ambientais – PSA, subsídio para a produção de alimentos saudáveis e a carência nas dívidas da agricultura familiar e camponesa.
·         Em Dionísio Cerqueira cerca de 1000 mulheres de SC e PR estiveram reunidas em um ato de rua onde realizaram a entrega de pauta no Banco do Brasil.
·         Da mesma forma em São Miguel do Oeste reuniram-se 400 mulheres, em Chapecó 700 mulheres, em Joaçaba 300 mulheres, em Anita Garibaldi 300 e municipalmente na cidade de Mafra. As mulheres tinham em seu publico: a Via Campesina, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Urbanas e Pastorais da Juventude.
·         Em Minas Gerais, cerca de 300 mulheres do MMC e de organizações sindicais, estão concentradas em frente ao Banco do Brasil em Governados Valadares. Na pauta, elas exigem maior acesso ao crédito.
·         No Maranhão, cerca de 70 mulheres do MMC, Fórum de Mulheres, estudantes de escolas publicas, Fórum Amazônico Somos Nós, mobilizaram-se no dia 06, em Imperatriz, pautando os efeitos das mudanças ambientais na vida das mulheres. No dia 08, as atividades concentradas em Imperatriz foram abertas com uma caminhada de rua das mulheres camponesas, que desdobrou em palestras em escolas e exposição de produtos das mulheres. O dia encerrou com um ato publico pelos 100 anos do dia Internacional da Mulher, resgatando as lutas históricas das mulheres e prestando homenagem as mulheres feministas haitianas que sofreram e morreram com o terremoto naquele país. Várias entidades e organizações de mulheres que trabalham no campo e na cidade promoveram esta seqüência de atividades, entre os quais: MMC – Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu - MST – Grupo Mulher: Ética e Libertação – Pastoral da Educação – Centro de Cultura Negra – ASSARI – STEI – CPCDH – Clube de Mães de Imperatriz.
·         Mais atividades estarão acontecendo nos dias 09 e 10. No dia 9 , às 14hs acontecerá uma audiência  com o Prefeito Municipal sobre demandas  das políticas públicas para as mulheres. No dia 10, às 17hs acontecerá uma reunião com os presidentes de Partidos Políticos do Município discutindo o papel da mulher nos partidos, o empoderamento e participação nas eleições.
·         Em Roraima, as atividades do Dia Internacional da Mulher foram marcadas por palestras e mobilizações, no último sábado 06. Com a participação de 30 mulheres, a formação e o ato de rua concentraram-se em São João da Baliza onde foi pautado a violência contra a mulher, o Dia Internacional da Mulher, as linhas e as bandeiras de luta das mulheres.
·         Em Alagoas, no dia 08 de Março, a Via Campesina (Movimento de Mulheres Camponesas, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento Sem Terra) e AMIGREAL, com 450 companheiras e companheiros para demarcar este dia como dia de luta e resistência camponesa. A mobilização aconteceu em Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas. A mobilização denunciou os grandes projetos do capital, como o avanço do monocultivo da cana-de-açúcar, Canal do Sertão, transposição do São Francisco e as investimentos do governo que somam mais de 400 milhões de reais para a Vale verde, empresa mineradora que desde a década de 80 pesquisa o solo do Agreste alagoano. Estudos realizados pela empresa de desenvolvimento de Recursos Naturais (EDRN) e Companhia de Desenvolvimento de Alagoas (Codeal) que hoje estão em poder da Companhia Vale do Rio Doce, mostram a ocorrência de 344 jazidas em 14 municípios do Agreste e Sertão alagoano. Dessas ocorrências, cerca de 30 são para minérios não-metálicos, tais como: grafita, halita e amianto.
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·         Em Mato Grosso, cerca de 200 mulheres do MMC e MST realizaram nos dias 06 e 07 formação política para debater a conjuntura atual, os dados sobre violência contra as mulheres, a luta de classes e o modelo do agronegócio. No dia 08 realizaram na Praça da República, centro de Cuiabá, um ato de rua denunciando a violência do modelo capitalista patriarcal e machista.
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·         Na Paraíba, as mulheres estarão concentradas no Cassino da Lagoa, em João Pessoa, de onde sairão em marcha pelas principais ruas da cidade pautando principalmente a violência contra a mulher. Em todo o estado acontecerão atividades alusivas aos 100 anos do Dia Internacional da Mulher.
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·         Em Cajazeiras as mulheres realizam uma celebração em memória das mulheres assassinadas no município e região e também uma caminhada pelas principais ruas da cidade, pautando justiça frente à impunidade dos crimes cometidos contra as mulheres. A caminhada termina em frente ao Fórum de Cajazeiras. Seguem em atividades nos dia 09 e 12 os municípios de Queimadas, monteiro e Remígio.
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·         Em Tocantins, 60 mulheres participaram, no dia 07, de uma reunião de estudo em Nova Olinda. Os principais pontos de discussão foi a violência domestica, a previdência social e a alimentação escolar. Além do MMC, participaram do evento o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, APAE e Casa do Idoso.
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·         No Espírito Santo as atividades concentraram-se no norte do estado e na capital. No município de São Mateus, norte do estado, cerca de 400 mulheres do MMC e da Via Campesina fecharam a BR 101 e seguiram em caminhada até o Banco do Brasil, onde foi entregue uma nota pública pautando políticas para as mulheres camponesas. Em Vitória, mulheres do campo e da cidade, representando o MMC, Via Campesina e organizações urbanas realizaram uma marcha pelas principais ruas da capital concentrando-se em frente ao Palácio Anchieta, em um ato público pautando por maiores políticas publicas e pelo fim do latifúndio.
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·         Em Goiás as atividades concentraram-se no município de Rubiataba, onde cerca de 500 mulheres da Via Campesina reuniram-se nos dias 06 e 07 em uma atividade de formação, onde foi debatido o papel das mulheres nos movimentos sociais, violência contra mulher, gênero, classe, monocultivos, agricultura camponesa e o agronegócio. No dia 08 as mulheres realizaram um ato de rua com panfletagem, pautando os temas debatidos nos dias de formação. O município de Rubiataba foi escolhido por ser o local com maior monocultivo de cana-de-açúcar do estado.
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·         No Pará, na região de Tucurui, o MMC reuniu nos dias 06, 07 e 08 de março, mais de 80 mulheres para estudar e debater sobre: violência contra as mulheres, políticas publicas para as mulheres, impacto dos grandes projetos hidrelétricos para a região na vida da população local. Aproveitando o encontro, planejaram suas ações para os próximos anos. No dia 11, próxima quinta feira, em Conceição do Araguaia, as mulheres irão realizar uma passeata até o INCRA e ao INSS.
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·         Na Bahia um acampamento estadual que reuniu mais de 1500 mulheres da Via Campesina e Trabalhadoras Urbanas, a abertura da atividade aconteceu no dia 04 seguida de uma vigília no dia 05 e debates sobre violência contra mulher. No dia 06 os debates centraram-se sobre a temática da soberania e segurança alimentar. No dia 07, aconteceram  40 oficinas sobre diversos temas onde o MMC coordenou a oficina sobre biodiversidade e soberania alimentar. No dia 08, a caminhada de rua contou com a participação de cerca de 2000 mulheres, deslocando-se até a praça central de Salvador onde aconteceu o ato político demarcando os 100 anos do dia internacional das mulheres, 10 anos de acampamento estadual das mulheres a luta contra a violência e pela soberania alimentar.
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·         Na seqüência da semana acontecerão outras atividades em municípios da região sul da Bahia, onde o MMC atua.


·          MULHER,INDIA,DEFENSORA DA NATUREZA!
1. Quem é Eliane Potiguara?
Sempre que alguém me pergunta quem eu sou, existe quase que uma obrigatoriedade de você ter que responder a cerca de seus títulos, seu estado civil, idade, o que você faz,  o que fez, o que pretende fazer, onde nasceu, quem são seus parentes? Eu hoje tive vontade de falar de outra coisa. Eu sempre tive que transpor obstáculos para sobreviver. Toda minha família indígena, extremamente empobrecida, imigrou das terras indígenas paraibanas para Pernambuco por ação na neo-colonização do algodão por volta de 1922. Em pouco tempo, imigrou num navio sub-humano para o Rio de Janeiro. Nasci ali, num gueto formado por indígenas e judeus imigrantes  da 2ª guerra Mundial que se tornaram bananeiros,  carvoeiros. Minha família morou literalmente nas ruas, no Mangue na área de prostituição perto da Central do Brasil, mas ninguém participou desse contexto. Eu dormia num baú que um português deu a gente, por causa das ratazanas que vinham morder meus pés. Nenhum parente meu ficou na área indígena, por medo e vergonha! O falecido Sr. Marujo, um índio muito velhinho e cego foi que se lembrou dessa história quando lhe perguntei em 1979, na Paraíba. As quatro irmãs, um irmão e mãe fugiram porque o pai delas havia desaparecido e elas estavam sendo ameaçadas.Vovó já saiu grávida,  vitimada com 12 anos!
Fiquei presa vários anos num quarto na minha infância e quando via o sol desmaiava. O cômodo era sombrio, o banheiro imensamente sujo, cheio de insetos e cheio de limo e fora da casa. Todos os moradores dali utilizavam aquele fétido banheiro público!Tudo era da pior qualidade. Eu tive anemia profunda e tuberculose. Tive tumores no super-cílio e no mamilo, curados com visgo de jaca, teia de aranha e minhoca amassada, mistura essa aplicada por muitas e muitas vezes para a cura. Tenho esse cheiro até hoje no meu olfato!
A única coisa diferente era a educação, a espiritualidade e o amor que eu recebia de minha avó, mãe e tias indígenas. Elas me cobriam de amor, afeto e me protegiam contra a sociedade, que as discriminavam por serem diferentes. Por isso fiquei presa muitos anos, naquele cômodo escuro. Aprendi a escrever ali mesmo. Foi  ali que me tornei escritora com 7 anos, escrevendo as cartas que vovó analfabeta ditava pra mim. Eram histórias de muita dor, saudade, abandono, discriminação racial, social, intolerâncias. Ela me chamou de Potiguara, porque ela conhecia  a cura pelas ervas, ensinadas pelos seus pais.  Hoje meu nome de escritora é Eliane Potiguara, reforçado pelas lideranças indígenas que participaram na luta do movimento indígena nesses últimos 30 anos.
Quando fui à escola não entendia porque riam de mim e de vovó que todos os dias vendia bananas na porta da escola! Ali comecei a me sentir diferente das crianças e adultos. Minha avó bebia e eu chorava muito porque não conseguia entender nada do que a professora ensinava e porque vovó bebia e se embalava no fumo de rolo. Minha escola era outra!Anos mais tarde, pisei tapetes vermelhos na Europa e pisei na lama encharcada de sangue-sugas literalmente e na vida! Mas sou a mesma pessoa que vovó criou. A pobreza batia à nossa porta e minha família não conseguiu ficar comigo quando fiz 8 anos. Fui para a Funabem, foi um choque, eu me perdi no tempo e no espaço, mas fiquei muito pouquinho tempo, porque logo minha família banhada em lágrimas me retirou de lá, quando me encontrou imunda, cheia de piolhos, chatos e fedendo como carniça e em pele e osso, roupa rasgada, descalça, quase morrendo de anemia. Eu sou Eliane Potiguara, uma mulher que muitos pajés disseram que ando com a força da ancestralidade e da espiritualidade à minha frente e que de minha boca, palavras ecoam abrindo caminhos, despertando consciências. Isso me foi dito, não são minhas palavras. Nunca havia falado isso até hoje, pois eu achava que se falasse, parecia pretensão de minha parte. Mas nos meus 54 anos de idade, mãe e avó, está na hora de falar.


2. Você está lançando seu segundo livro "Metade Cara, Metade Máscara" de quais assuntos trata nesta obra? Qual é o objetivo da obra?


O livro fala de amor, relações humanas, paz, identidade, histórias de vida, mulher, ancestralidade e família. É uma mensagem para o mundo, na medida em que descreve valores abafados pelo poder dominante e, quando resgatados, submergem o self selvagem, a força espiritual, a intuição, o grande espírito, o ancestral, o velho, a velha, o mais profundo sentimento de reencontro de cada um consigo mesmo, reacendendo e fortalecendo o eu interior, contra uma auto-estima imposta pelo consumismo, imediatismo e exclusão social e racial ao longo dos séculos.
O texto discorre sobre a luta do movimento indígena nacional/ internacional, da imigração indígena por violência à sua cultura e conseqüências. O papel fundamental da mulher indígena no contexto cultural e sua contribuição na sociedade brasileira é um expoente. Poeticamente, conta as dores das mulheres e seus desejos mais íntimos.
Links sobre direitos indígenas como propriedade intelectual, conhecimentos tradicionais, meio ambiente, terra e território, biodiversidade, espiritualidade, contribuição da ética e cosmovisão indígenas para um novo homem/mulher são destacados neste livro em forma de histórias, cânticos, sussurros e gritos. Essa criação vai mexer com seu imaginário e fazer você viajar nas profundezas da mente em prol de mudanças concretas.

3. Há outra obra em processo?
Sim, pretendo aprofundar  mais o tema sobre a construção do "pensamento indígena brasileiro", para contribuir com a construção da auto-determinação do povo indígena nacional que há 5 séculos está entrelaçado nas amarras do paternalismo oficial, religioso, institucional. Tudo isso pra mim é uma forma de discriminação contra a capacidade da gestão indígena. O código civil dizia  que os indígenas eram incapazes. Isso acabou na teoria, mas na prática é uma realidade, por isso a importância da educação diferenciada para o crescimento dos povos indígenas e o estabelecimento da Universidade Indígena, num futuro breve! Continuo estudando muito para elaborar novas abordagens. Na juventude me formei professora com os esforços das vendas de bananas que vovó fazia. Muito importante também é me reportar ao discurso oral de minha família analfabeta. Tudo que sou devo à minha família indígena, mesmo fora das terras tradicionais.  Por outro lado, a inspiração, os sonhos que determinam a minha criação literária,  a minha espiritualidade e fortalecimento de minha ancestralidade, me direcionam para uma nova obra, se nossos guias espirituais e o Grande espírito permitirem.

4. Ser mulher, ser índia. Qual o desafio desta dupla identidade?

Fortalecer essas identidades para mim foi muito difícil, principalmente porque a maioria das pessoas de minha família eram mulheres. Eu digo eram, porque minha família era muito pequenininha, hoje só tenho uma tia, já doente.Todos faleceram, inclusive mamãe, "a sacerdotiza das águas". Imaginem querer ser mulher num contexto altamente discriminatório social e racial e de gênero e etnia!!!! Mas a força das mulheres da minha família, que também andavam com a velha guerreira à sua frente, e que possuía o poder da palavra transformadora que motivava mentes, tudo isso construiu  para a mulher que sou. Eu tenho um texto chamado PELE DE FOCA,  inspirado na escritora Clarissa Pinkola que é um desabafo sobre ser Mulher, na sociedade que impõe valores adversos. O texto está no meu site pessoal http://www.elianepotiguara.org.br .
Ser mulher índia, para mim é um orgulho, pois devemos sempre assumir nossa etnia e não nos envergonharmos, como queriam os colonizadores. Nunca fomos vergonha nacional para os jesuítas e ideologicamente nunca fomos objeto de cama e mesa para os capitães-de-índios, apesar de muitas mulheres terem suas vidas ceifadas por eles. A colonização é longa, mesmo nos tempos atuais. Desde as idéias abertas, libertárias e transformadoras do filósofo Sócrates, que viveu 399 anos antes de Cristo até hoje, não conseguimos mudar o ranço do poder pátreo e implantar  a verdadeira democracia, a verdadeira paz através do diálogo,compreensão e tolerâncias. Fala-se muito na construção da ética, da paz, da igualdade social, racial e de gênero. Mas muita coisa fica na teoria quando esbarra no poder, no capital, isso todo mundo está cansado de saber.
Falo no meu livro "Metade Cara, Metade Máscara", da dualidade intrínseca no ser humano que enfrenta a todo momento o predador natural de sua psique: o "self selvagem", o lado intuitivo, o libertador e o "ego", o ser humano egoísta, que constrói "a mais valia", o lucro fácil, o "passar por cima do outro", desrespeitando a  verdadeira ética humana. E o papel da mulher indígena na construção de um novo homem/nova mulher na sociedade brasileira precisa ser uma realidade a ser reconhecido e assimilado. As mulheres indígenas vem beijando as feridas do mundo para essa construção.
Motivada pela sabedoria de vovó, há 28 anos atrás visitei pela primeira vez várias etnias indígenas, isso motivou a criação do Grumin/Grupo Mulher -Educação Indígena que trabalhava para o empowerment da mulher indígena através de projetos de capacitação e geração de rendas. Não existiam Ongs. Isso contribuiu para a elevação da sua auto-estima contra o sistema opressor. Hoje o Grumin é a Rede de Comunicação Indígena.
Há muito tempo tenho dito em meus textos: "Mulheres indígenas, construam suas organizações mesmo dentro de suas casas. O meu trabalho até hoje nunca foi construir o materialismo e sim a filosofia para a construção de uma qualidade de vida digna para Povos Indígenas, por isso políticas públicas do governo são altamente  positivas para essa dignidade, além da demarcação das terras, reconhecimento do território ancestral que define a cosmovisão indígena.
Construir as identidades mulher e indígena é condição "se ne qua non" para construção de outras identidades como escritora, juíza, professora,esposa, mãe, etc... o que muitas mulheres indígenas estão à busca hoje.


5. Em que estágio encontra-se a luta dos povos indígenas no Brasil?
Ao meu ver, a luta dos povos indígenas brasileiros esteve muito atrasada em relação à luta indígena dos povos Norte-Meso Americanos. Basta ver que o Fórum Permanente para Povos Indígenas criado na Onu, conquista nossa (ali também estive e outros indígenas brasileiros!) não possui um representante indígena brasileiro, ainda, enquanto todas as cadeiras estão representadas por sua regiões e indígenas ali estão sentados. Porquê será que o indígena do Brasil não está ali? 
Tudo inicialmente começou com os jesuítas e donatários das capitanias hereditárias, apesar da Bula papal de 1337, de Urbano da Espanha , que já  proibia a escravidão indígena desde aquela época. Em 1566, Mem de Sá cria o cargo capitão-do-índio, em  1759. Francisco Xavier, irmão do Marquês de Pombal, cria os diretor-do-índio, em face da " brutalidade natural e manifesta ignorância indígena" (quanto racismo!). Em 1910, é criado o SPI (Serviço de Proteção do Índio). Esse serviço pertenceu inicialmente ao Ministério do Trabalho (claro, os índios eram mão de obra escrava!), Indústria e Comércio.  Em 1934 pertenceu ao Ministério da Guerra e depois da Agricultura, nesse  processo e encima dessas ideologias, foram criados os cargos de Chefe de Posto Indígena. O cacique foi criado nesta perspectiva também. Em plena ditadura militar, 1965, foi criada a Funai que esteve na maior parte do tempo nas mãos de militares. Essa política sempre foi a mesma: a tutela, a paternalização, mesmo no governo atual e com as atuais demarcações de terras indígenas já vitoriosas pelo nosso Presidente Lula da Silva. Há de se fazer essa leitura, por favor!!! Onde estavam os pajés, as pajés, os guerreiros autênticos, as mulheres guerreiras, os velhos, as velhas???? Abafados pelo poder!
Se o governo atual pensar nesse caminhar histórico, chegará a conclusão que alguma coisa está errada!
Políticas públicas, cotas para povos indígenas, reconhecimento histórico  da cosmologia e territorialidade indígenas, fortalecimento dos líderes de base, fortalecimento das organizações indígenas, fortalecimento das candidaturas indígenas, inserção de povos indígenas em todos os programas de governo, fortalecimento das estratégias para a Educação, saúde e desenvolvimento indígenas diferenciados, etc...etc...etc.... são caminhos concretos para a verdadeira construção da dignidade dos povos indígenas e o fortalecimento da luta indígena no Brasil. Indígenas não podem mais passar o pires, indígenas não podem mais aceitar paternalismos, indígenas estão paulatinamente construindo a política indígena brasileira, começou com a vitória na Constituição de 1988. Agora o novo Estatuto do índio precisa ser uma realidade.  Tudo faz parte de processo histórico e certamente  a vitória chegará, apesar do atraso que considerei no início do parágrafo. 
Como tenho falado, indígenas precisam ser vistos como as primeiras nações desse extenso Brasil, respeitados e nunca vistos empunhando bordunas e fazendo Marchas para a constituição de seus Direitos Humanos. A verdadeira imagem indígena e intrínseca é de paz, de amor, de equilíbrio com a natureza, patrimônios éticos relativos aos conhecimentos tradicionais indígenas.
A entrevista acima foi concedida, por e-mail, para o editor da revista P@rtes, Gilberto da Silva no inicio de novembro.

Organizações lançam manifesto sobre o Dia Internacional da Luta das Mulheres
Nós, mulheres feministas, estamos nas ruas novamente neste 8 de Março para reafirmar nosso compromisso com a luta contra o machismo; uma luta que, para nós, também é anti-capitalista, pois ainda há muito a fazer para garantir nossa autonomia, igualdade e direitos plenos. Esta é a base da sociedade que queremos construir.
O combate ao machismo se faz todo dia. Reconhecemos os avanços conquistados pela luta das mulheres, mas temos no horizonte ainda muito pelo que lutar. Para sermos vitoriosas, é preciso compromisso com nossas bandeiras históricas e total autonomia do movimento para pautá-las. Estamos em luta diária contra a violência sexista, pela descriminalização e legalização do aborto, valorização do nosso trabalho, educação de qualidade para todos e solidárias às lutas anti-capitalistas travadas no Brasil e no mundo.

Em todo o país, acompanhamos o surgimento de uma grave ofensiva conservadora, que tenta impor princípios religiosos para o conjunto da população, além de propor retrocessos na questão dos direitos humanos, como vimos na ocasião da assinatura do Acordo Brasil-Vaticano e nos vetos ao PNDH-3. Essa ofensiva culminou em um processo eleitoral pautado pelo conservadorismo, no qual o papel da mulher se reduziu ao de ser mãe.

Reconhecemos a importância histórica da eleição da primeira mulher para a Presidência da República, mas sabemos que isso apenas não basta para mudar a vida das mulheres. No processo eleitoral, pautas importantes como a legalização do aborto e o casamento gay foram seqüestradas por setores reacionários e usadas como moeda de troca pelas principais candidaturas. A participação de mulheres à frente dos ministérios aumentou; entretanto, no Legislativo, ela foi reduzida e, infelizmente, os espaços de poder seguem ocupados majoritariamente por homens.


Contra a violência
O ano de 2011 começou com a tentativa, por parte do Supremo Tribunal Federal, de supressão de medidas jurídicas criadas em conjunto com a Lei Maria da Penha. A postura do STF semeia a confusão, reforçando a atitude dos que querem questionar a lei, e contribui para a certeza da impunidade de que gozam hoje os agressores, para a banalização da violência e o descrédito na Justiça por parte das mulheres. Todos os dias, dez mulheres morrem no país. A violência machista cresce em geral e nada é feito para nos proteger de maneira efetiva.

Em São Paulo, o poder público, apesar de ter assinado o Pacto pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, não investiu nenhum centavo para a ampliação das delegacias da mulher, casas abrigos ou na construção de centros de referência. A segurança das mulheres abrigadas também é negligenciada, uma vez que o sigilo sobre seu novo endereço é quebrado pela localização das crianças via matrícula feita pela internet na rede pública de ensino. É necessário que a Secretaria de Educação proteja esses dados, realizando a matrícula off-line destas crianças.

Em São Paulo, também constatamos, de forma escancarada, manifestações de violência contra lésbicas, homossexuais e transexuais. Rechaçamos com veemência as iniciativas dos setores conservadores, sobretudo da bancada religiosa no Congresso Nacional, em barrar aprovação do PLC 122/2006, que criminaliza a homofobia no Brasil. Por essa razão, nos juntamos ao movimento LGBTT na luta pela aprovação imediata do PLC 122 e demais políticas inclusivas, que reconheçam de forma integral os direitos desta população.


Por igualdade
A vida das mulheres tem piorado com a constante elevação de preços de produtos essenciais, como os alimentos, e a falta de um salário mínimo que dê conta das necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras. Hoje, 53% dos que ganham até um salário mínimo são mulheres e 30% das famílias são chefiadas por mulheres. Assim, a luta pelo aumento real do salário mínimo é também uma luta das mulheres.

Também é preciso lembrar que ainda ganhamos menos do que os homens no mercado de trabalho, muitas vezes realizando o mesmo serviço. Empregos considerados femininos possuem remuneração menor que a de trabalhos predominantemente realizados por homens. O Brasil é o único país da América Latina que ainda não assinou a Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que define a igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres e determina que a responsabilidade com o cuidado das crianças e da família deve ser compartilhada. Pedimos ao Estado brasileiro que ratifique a Convenção, assim como aprove o Projeto de Lei em tramitação no Congresso que garante igualdade no mundo do trabalho.

A pobreza no Brasil tem gênero e cor. A grande maioria das mulheres empregadas são trabalhadoras domésticas e, destas, a maioria é negra. Super exploradas, vivem sem a garantia dos mínimos direitos trabalhistas e são as maiores vítimas da diferença salarial. Defendemos a equiparação dos direitos das domésticas aos de todos os trabalhadores, com a alteração do Art.7o da Constituição Federal.


Por autonomia e direitos
A maioria das mulheres brasileiras não tem licença maternidade garantida. Das que trabalham fora de casa, cerca de 60% estão na informalidade, ou seja, sem carteira assinada e sequer os quatro meses garantidos pela CLT. Defendemos a imediata aplicação da licença maternidade de seis meses para todas as mulheres, assim como a ampliação da licença paternidade de igual período.
Exigimos também políticas públicas que contribuam para a construção da nossa autonomia, como lavanderias e restaurantes coletivos, e uma educação de qualidade para as crianças. As vagas no ensino infantil não atendem a todos e, nas creches, o déficit de São Paulo em 2010 já passava de 120 mil vagas. Este número só não é maior porque a atual gestão Kassab optou por superlotar as creches, transformando-as em verdadeiros depósitos de crianças.

São milhares de mulheres e crianças atingidas pelo descaso com a educação infantil na cidade, sendo que as mães são penalizadas por não poderem voltar ao trabalho ou não conseguirem emprego por não ter onde deixar seus filhos. Exigimos das três esferas de governo educação infantil e creche com orientação pedagógica de qualidade, pública, gratuita e em tempo integral para todas as crianças. Uma educação de qualidade para as crianças também é direito de nós, mulheres.

Também reivindicamos nosso direito à atenção integral à saúde, para além da idade reprodutiva, considerando as necessidades da população idosa, que cresce em nosso país, a diversidade sexual e étnica existente entre as mulheres, as especificidades de saúde da população negra (hipertensão arterial, cardiopatias, anemia falciforme) e das mulheres com deficiência, como a acessibilidade aos equipamentos públicos de saúde.

A atenção integral à saúde inclui ainda a garantia dos direitos reprodutivos e a garantia de que tenhamos autonomia para decidirmos sobre nossos corpos, sobre se queremos ser mães e quando. A criminalização do aborto obriga as mulheres que decidem fazê-lo a se submeterem a procedimentos clandestinos, inseguros e que colocam suas vidas em risco. Em caso como esses, as mulheres pobres e negras morrem 6 vezes mais por não terem acesso ao atendimento de saúde integral.


Por dignidade
Nos meios de comunicação de massa, persiste a exploração e mercantilização do corpo das mulheres, a falta de diversidade étnico-racial e de orientação sexual, além de um discurso que reserva às mulheres um lugar subalterno na sociedade.

No contexto da realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas em território nacional, temos a árdua tarefa de questionar o impacto das obras sobre as comunidades atingidas, assim como o aumento do turismo sexual e da prostituição que acompanham a realização dos mega eventos. É tarefa do movimento feminista problematizar e pautar o tema do tráfico de mulheres e da prostituição junto à sociedade!


Ano após ano, vemos nossas casas serem invadidas pelas águas das chuvas. Estas tragédias não são “naturais”. É o modo de produção capitalista, de produção e consumo desenfreados, o responsável pelas alterações climáticas que ocorrem no mundo. Essas mudanças e suas consequências têm sido previsíveis e podem e devem ser prevenidas. Exigimos ações governamentais contundentes para seu combate.e políticas públicas urbanas efetivas que garantam nosso direito à cidade e à moradia digna.

Queremos uma verdadeira reforma urbana e não medidas que beneficiem a especulação imobiliária e expulsem a população pobre para as periferias, sem a mínima estrutura de moradia ou acesso a equipamentos públicos. Repudiamos, assim, o descaso criminoso do governo tucano e da Sabesp com a população do município de Franco da Rocha e bairros da periferia de São Paulo, e nos somamos à luta por uma cidade inclusiva com transporte público de qualidade. Estamos ao lado da juventude nos protestos contra os aumentos abusivos no preço das passagens de ônibus.

Nos juntamos às mulheres do campo ao afirmar o nosso direito a uma alimentação saudável e livre de venenos. Clamamos pela reforma agrária, por soberania alimentar e por outro modelo de desenvolvimento no campo, com uma agricultura sem agrotóxico e sem monocultura!


Solidariedade internacional
Acompanhamos a crise econômica se abater sobre a Europa, onde as reformas, principalmente as previdenciárias, se transformaram no carro-chefe para salvar o sistema financeiro. Tais medidas penalizam a classe trabalhadora e sobretudo as mulheres, tradicionalmente as primeiras a perder o emprego e as últimas a recuperá-lo. Repudiamos a perda de direitos, trabalho e renda para trabalhadoras e trabalhadores. Manifestamos nosso apoio à luta das mulheres na Itália contra Berlusconi e reafirmamos nossa solidariedade às mulheres de todo o mundo, tanto àquelas que lutam na Europa contra os efeitos da crise quanto àquelas que se batem contra o imperialismo, para derrubar ditaduras de décadas como na Tunísia e Egito ou ocupações militares existentes mundo afora. Defendemos a soberania e autonomia dos povos.

Solidariedade em especial às mulheres do Haiti, que sofrem o aumento significativo da violência sexual, inclusive nos acampamentos de refugiados sob proteção da Minustah, a missão da ONU chefiada pelo governo brasileiro. É preciso ajudar na reconstrução do Haiti de forma humanitária. O Haiti não precisa de armas e soldados, mas de médicos e professores. Sua reconstrução deve estar sob o controle do povo haitiano e não pode significar penhora de recursos naturais, incentivo à especulação de empresas transnacionais na região e o aumento da violência contra o povo.

Neste 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, convocamos aqueles que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária, sem opressão e exploração, a se somarem a nossa luta. Ainda há muito o que avançar e a participação de todos e todas é fundamental.


Sobre o 8 de Março
Em 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, na 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado inicialmente em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país. A ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917, precipitando o início das ações da Revolução Russa, é a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher. Com a revolução, muitos direitos foram conquistados, como o voto e a elegibilidade feminina e o direito ao aborto. Em 1922, a celebração internacional foi oficializada nesta data e o 8 de Março se transformou no símbolo da participação ativa das mulheres para transformarem sua condição e a sociedade como um todo.Assinam este documento APEOESP § APSMN/SP § Articulação Mulher e Mídia § AGB § AMB § ANPG § Barricadas Abrem Caminhos § CA Benevides Paixão da PUC § CACS PUC § CA Guimarães Rosa § CAPPF da USP § CAPSICO da PUC § CA XI de Agosto de Direito da USP § Contraponto § Construção § Domínio Público § Casa Cidinha Kopcak § Casa Viviane dos Santos § Católicas pelo Direito de Decidir § CIM § Centro Maria Maria § CEUPES da USP (Gestão Cirandeia) § CineMulher § Ciranda de Informação Independente § Círculo Palmarino § Coletivo 28 de Junho § Coletivo Alumiá § Coletivo Ana Montenegro § Coletivo Bancários na Luta § Coletivo Feminista Yabá do Direito da PUC-SP § Coletivo Dandara do Direito da USP § Consulta Popular § Coordenação de Mulheres da UNEGRO § CTB § CTB-SP § DCE Unicamp § DCE USP § Espaço Cultural Carlos Marighela § ENECOS § FEMN-SP § FCV § Fuzarca Feminista § Grupo Construção Coletiva § IBDC § Intersindical §Intervozes § Instituto Zequinha Barreto § Juventude Libre § LBL § LGBTs do PT § LGBTs do PsoL § Marcha Mundial das Mulheres § MH2O § MMC § Observatório da Mulher § Oriashé § PLPs § RFS § REF § Refundação Comunista § Romper o Dia § Sec. de Mulheres do PCdoB, PT e PSoL § SEMT/CUT-SP § SNMT/CUT § Sindicato é Para Lutar – Oposição do Sindicato dos Jornalistas § Sindicato dos Bancários de Santos § SINPSI § Sindicato dos Químicos Unificados § SINTARESP § SOF § Sub-sede Leste Tatuapé APEOESP § Terra Livre § Tribunal Popular § UEE-SP § UBM § UMM-SP § UNE § UNEAFRO Brasil §

As causas históricas da divisão sexual do trabalho e da representação política são antigas e complexas. Não é sem propósito, que mesmo as mulheres sendo a maioria da população e quase metade da classe trabalhadora, ainda recebem salários inferiores ao dos homens e ainda são minoria nos espaços de decisão, no âmbito legislativo, judiciário, executivo, nas hierarquias religiosa e militar e porque não dizer, nos espaços do mundo do trabalho.

Este passado milenar de exclusão e segregação, felizmente começou a sofrer fissuras no século XIX, com a Revolução Francesa, com o surgimento do movimento pelo direito ao voto no século XIX, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, com a entrada maciça das mulheres na educação e no mercado de trabalho, com a propagação do feminismo que colocou em xeque os valores tradicionais da família e da sexualidade e teve papel fundamental para o declínio do patriarcado e a transformação da sociedade no século XX. Esse movimento provocou questionamentos sobre os poderes e privilégios especiais de pais e maridos.

Sem dúvida as mulheres estiveram ombro a ombro com muitos homens na busca por uma sociedade sem discriminação e com igualdade de condições para o exercício pleno da cidadania sem preconceitos de gênero, geração, raça/etnia, orientação sexual e demais discriminações que tenham como base as diferenças construídas socialmente a partir da liberdade de escolha e do livre arbítrio.

Se é verdade que avançamos e garantimos conquistas nos diversos aspectos da sociedade no último século, também é verdade que neste último período, especialmente no período neo liberal, vimos sofrendo algumas derrotas, ou pior, retrocessos em relação a autonomia e liberdade de escolha - caso do aborto, em que, além da perseguição e tentativa de criminalização das mulheres que praticaram o aborto, surgem propostas como o da bolsa estupro, que surge como forma de descaracterizar o estupro como não violência. Além das diversas formas veladas ou não de discriminação e da retomada com força, do machismo travestido em todos os momentos e espaços da sociedade, a exemplo de propostas políticas que vêm se desenhando e que visam esse caminho.

Infelizmente o movimento sindical não está imune a tudo isso e reproduz quase que integralmente as mesmas formas presentes na sociedade. A luta cotidiana para romper com os maus hábitos de companheiros e companheiras nos deixa por muitas vezes sem chão e porque não dizer, desesperançadas. Mas, quando isso ocorre, nos reportamos às diversas lutas travadas pelas mulheres e no apoio e solidariedade que encontramos em valorosos companheiros homens. Exemplo disso tem sido a luta das mulheres no interior da CUT. Em um primeiro momento pela aprovação das cotas de gênero e em seguida pela sua implementação.

Sem dúvida, a batalha cotidiana, seja ela qual for, nos fortalece e também nos aponta para mais e mais desafios a serem superados. A nosso ver, superar desafios é construir medidas que se contraponham ao monopólio masculino, que rompam com as distorções nos espaços de representação e nos espaços de poder de maneira geral.

Não é aceitável a sub-representação das mulheres. A democracia para ser plena deve considerar a presença das mulheres. Enquanto a representatividade das mulheres nas instâncias de poder político do Brasil gira em torno de 10%, os países nórdicos já têm quase metade das vagas parlamentares ocupadas por mulheres, por exemplo. Segundo especialistas, quanto melhor o Índice de Desenvolvimento Humanos de um país, mais equilibrada é a participação das mulheres nos variados níveis de poder.

No movimento sindical mesmo com avanços nas últimas décadas e com uma maior participação das mulheres no número de sindicalizados, ainda é baixa a sua participação nos espaços de maior visibilidade. São necessárias medidas que visem incentivar a entrada e permanência delas no mercado de trabalho e consequentemente no movimento sindical, através das direções, mesas de negociação, espaços de formação e qualificação, entre outras.

A crise e o impacto para as mulheres

È neste contexto que se apresenta a crise econômica vigente. O que as mulheres têm a ver com isso? Muito! Devemos recordar que as mulheres ainda exercem os piores trabalhos, recebem salários menores, mesmo exercendo trabalho igual ao dos homens, encontram-se em sua maioria no trabalho informal e ainda são as responsáveis pelo trabalho doméstico e do cuidado, o que lhes proporciona a chamada "dupla jornada". Além disso, hoje 33% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres, que muitas vezes são obrigadas a trabalhar em mais de um emprego para garantir a subsistência dos filhos. São elas que em momentos de crise tornam-se mais vulneráveis aos desmandos do capital.

É importante tirarmos ensinamentos com a crise. Primeiro, devemos pensar em um outro modelo de desenvolvimento, onde o capital humano seja a prioridade e não o capital financeiro. Segundo, o fortalecimento do Estado como propulsor do desenvolvimento com distribuição de renda e investimento em políticas públicas que beneficiem toda a sociedade, como educação, responsabilidade com o cuidado, saúde, em especial a saúde integral da mulher, que tem a data do dia 28 de maio como dia mundial pela saúde da mulher e de combate a mortalidade materna, enfim, a construção de um Estado de Direito que garanta o bem estar da sociedade sem clientelismo e sem políticas compensatórias.

Além disso, é determinante que sejam viabilizadas políticas voltadas para o exercício do trabalho, com o objetivo de geração de emprego e renda com segurança e melhoria na qualidade de vida para o conjunto da classe trabalhadora. Exemplo disso é a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, que gera emprego e melhora a qualidade de vida, além da apropriação do tempo livre pelos próprios trabalhadores/as e o fim da demissão imotivada, como forma de inibir a pressão do capital sobre o trabalho.

Enfim, a CUT deve em seu 10º CONCUT reafirmar sua política em defesa de uma sociedade justa, com garantia e ampliação de direitos para o conjunto da classe trabalhadora e dentro desta "classe" a igualdade sem distinção de sexo, raça/etnia, geração e orientação sexual. Uma igualdade que possibilite o caminho para um mundo com democracia plena, livre de preconceitos e onde as diferenças não sejam usadas para justificar as desigualdades. Enfim, uma sociedade verdadeiramente socialista, com espaço para a solidariedade e o respeito. Esse é o nosso sonho - "o sonho possível", afinal, "sonhar não custa nada" e o que mais causa medo aos poderosos é a nossa incansável capacidade de sonhar.