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FELIZ NATAL A TODOS

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segunda-feira, 26 de março de 2012

APOSTILA E SINTESE SEMINÁRIO 2012




SINTESE DO SEMINÁRIO MODULO I

AS MULHERES E SEU CAMINHAR PELA HISTÓRIA
Tanto as mulheres como os homens ocupam os mais diferentes papéis, que por sua vez, se constituem num conjunto
 de inter-relações que pode servir como objeto de investigação.
Como as mulheres, desde as sociedades mais antigas, sempre foram marginalizadas e até mesmo tratadas
como aberração ou como um ser incompleto, torna-se evidente e necessário ir além de apenas nomear as
grandes, mas sim buscar a história de muitas que permanecem invisíveis à história da humanidade.
Podemos dizer que a história das mulheres é fundamental para se compreender a história geral:
·         uma vez que ela é relacional,
·         e inclui tudo o que envolve o ser humano,
·         suas aspirações e realizações,
·         seus parceiros e contemporâneos,
·         suas construções e derrotas
As transformações da cultura e as mudanças nas idéias nascem das dificuldades:
·         de uma época,
·         de um indivíduo,
·        homem ou mulher.
Globalmente o trabalho das mulheres e das feministas permanece focalizado na localização do poder em bases
de gênero. As questões de poder e as relações de gênero estruturam todas as facetas da vida. Pois são as relações
de poder que determinam à divisão social do trabalho.
A mulher era um ser destinado à procriação, ao lar, para agradar o outro. Durante o desenvolvimento das sociedades,
a história registra a discriminação homem-mulher, principalmente em relação à educação. Ao atribuir aos homens a
condição de donos do saber e às mulheres o papel feminino, subordinado ideologicamente ao poder masculino, a história
vem salientar as desigualdades
 O movimento feminista organizado surgiu nos Estados Unidos na segunda metade dos anos sessenta. Expandiu-se pelo
 ocidente propagando a libertação da  mulher e não apenas a emancipação.
Emancipar é buscar a igualdade em direitos:
·         políticos,
·          jurídicos e econômicos
·         em relação ao homem.
 Libertar-se é ir:
·         além,
·         realçar as condições de diversidade nas relações de gênero,
·          para que a mulher passe a ser vista como um indivíduo autônomo,
·         um ser humano independente.
O socialismo no leste europeu comprovou que libertar a mulher:
·         é introduzi-la no processo produtivo.
Precisou haver uma mudança sócio-cultural-psicológica na sociedade para que a mulher passasse a ser vista como sujeito.
No século XX, o movimento feminista se espalhou pelo mundo com manifestações como:
·         queima de sutiãs em praça pública
·         e libertação da mulher com a criação da pílula.
Multiplicaram-se as palavras de ordem:
·         “Nosso corpo nos pertence!”
·          “O privado também é político!”
·          “Diferentes, mas não desiguais!”
 Mulher quem  é essa que  aí se desponta?
  • Essa pessoa é a mulher!
  • Que é uma pessoa discriminada,
  • silenciada pela história,
  • e pela vivencia das famílias,
  • no Mundo marcado pela presença e produção Rural.
No século dezessete para dezoito vamos assistindo vagarosamente a grande revolução:
  • As populações marcadamente rurais passam rapidamente a populações Urbanas,
  • o Campo começa a se esvaziar,
  • sua produção já não é o principal fator econômico,
A sociedade moderna se apodera de tecnologia de ponta na época como:
·         produzir bens de consumo além da força humana, animal, e da terra,
ir mais além começar a produzir bens de consumo com o uso de pequenas maquinas
·         que entram no cotidiano das pessoas,
·         das famílias,
·         das cidades
·         e produzem coisas iguais e semelhantes em menos tempo,
·         com mais qualidade, de forma diversificada,
·         começa-se a nascer a Revolução Industrial,
·         inicialmente com a Indústria Têxteis
·         e depois metalurgia,
·         Cerâmica...
A Revolução Industrial nascida na Europa começa se alastrar por todo mundo conhecido, provocando mudanças:
·         nos costumes,
·         nas tradições,
·          na cultura,
·          na economia,
·         na produção,
·          na política,
·         na religião,
·         e muita mais nas relações sociais – homem/mulher – mulher /homem.
A mulher que até agora estava na casa, cuidando do lar, filhos, marido, escondida, vai:
·         para frente da casa,
·         e olha a vastidão do mundo,
·         que já não é mais o Mundo  Rural,
·          mas é o mundo Urbano,
·         onde as Casas,
·         as Ruas,
·         o movimento é grande e intenso.
De uma economia familiar rural:
·         onde todos trabalhavam nas mesmas propriedades,
·         passa-se, morar no espaço Urbano,
·          onde não se trabalha toda a família no mesmo espaço de trabalho,
·         nem se trabalha todo mundo,
·         e por isso mesmo muitas vezes não se tem o suficiente para suprir todas as necessidades.
Outro destaque é os padrões de vida:
*roupa,
*calçados,
*desejos,
*necessidade.
 – tudo é muito diferente do espaço rural onde tudo era muito simples, muito igual, muito sem desejo.
A Cidade é algo desconhecido, novo, instigante, tem cor, melodia, canto, dança, necessidade, tudo é muito rápido, corrido, tudo custa e custa muito caro.
A Cidade a URBE  É O LUGAR DO DESEJO, DO SONHO,DO NOVO,DO DIFERENTE,DO INESPERADO!
Diferente do campo onde se compra muito pouco.
Na cidade tudo é comprado.
Toda essa realidade afeta profundamente a vida dos homens e muito mais das Mulheres.
É momento de a mulher ir além da porta da casa, ela é  forçada pelas novas exigências econômicas, familiares, culturais,e  se põe a caminho do mercado de trabalho,  vai trabalhar fora, sem contudo se liberar o trabalho da casa, do cuidado da família.
Primeiramente a Mulher ocupa as Pequenas Indústrias de Tecelagem, que era uma atividade muito próxima do se falava de padrões femininos da época – costurar. Nesse primeiro momento foi trabalhar num mundo pensado, por, e para homens, e com o tempo foi se organizando, articulando e ocupando outros espaços nesse mercado do trabalho, muitas vezes a preço muito caro, como jornadas muito alongadas, salários muito baixos, mas a Mulher não arredou o pé e foi adiante.
Vamos ver agora como aconteceu todo esse processo no Brasil:
A EDUCAÇÃO DA MULHER NO BRASIL-COLONIAL
Para o imaginário da sociedade daquela época, a mulher deveria ocupar-se por inteiro e confinar-se no espaço familiar. Portanto, deveria ser educada para a dedicação exclusiva às tarefas familiares e à educação dos filhos.
Até meados do século XV, para a metrópole, a educação da mulher era considerada como desnecessária e vista com certo descaso, principalmente no que se refere ao campo cultural. No imaginário masculino predominava a idéia de que mantendo a mulher com pouca instrução, sem acesso à arte de ler e escrever, restrita ao espaço doméstico, facilitaria a imposição da supremacia masculina.
Para reproduzir e fixar o padrão étnico europeu no Brasil, muitas mulheres brancas, sem preocupação com classe social ou moral, foram importadas para serem reprodutoras dos varões portugueses na Colônia.
A EDUCAÇÃO FEMININA NO BRASIL IMPERIAL
No Século XIX, (1808), mesmo com a vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, não causou, mesmo com as imediatas inovações culturais, alterações sobre a educação feminina. São criadas algumas “[...] escolas leigas para as meninas da elite e são contratadas preceptoras de Portugal, da França e, posteriormente, da Alemanha para educá-las em casa”. (ARANHA, 2000, p. 95)
A mulher, embora impedida de se instruir, manifestar-se e realizar-se como “ser para si”, tendo que enfrentar a autoridade masculina e os preconceitos sociais, de acordo com suas possibilidades, procurou imprimir a sua “marca”.
MULHERES NA SALA DE AULA
Depois da Proclamação da República, o discurso oficial era o da necessidade de se construir a imagem de um país de caráter colonial, atrasado, inculto e primitivo. Sem deixar de lembrar que os mesmos homens e grupos sociais continuavam nas suas posições estratégicas nos jogos de poder.
As poucas escolas fundadas por congregações e ordens religiosas femininas ou masculinas, claro que em maior número para os meninos, mantidas por leigos – professores para os meninos e professoras para as meninas, pessoas de moral  inatacável, mas com tarefas distintas. Para ambos o sexo ensinava-se ler, escrever, contar e as quatro operações, a distinção aparecia: para os meninos, noções de geometria; para as meninas, bordado e costura.
Só nas últimas décadas do século XIX surge a necessidade da educação para a mulher vinculando-a a modernização da sociedade, à higienização da família, à construção da cidadania. A preocupação em vincular o conceito de trabalho à “ordem e progresso”, levou os condutores da sociedade a arregimentar as mulheres das camadas populares.
A elas caberia formar novos trabalhadores e trabalhadoras, para tanto deveriam se diligentes, honestas, ordeiras, asseadas, responsáveis pela manutenção de um lar afastado dos distúrbios e perturbações do mundo exterior.
A MULHER E A EDUCAÇÃO PARA A SUBMISSÃO
A mulher continua sendo considerada subalterna ao longo dos séculos, fato explicado, muitas vezes, pela condição de reprodutora como causa da inferioridade em que a mulher se encontra, ou até mesmo seu destino, como ser complementar do homem. Como a burguesia vê a emancipação feminina como um perigo para seus interesses, apropriou-se facilmente dessa condição de subalternidade feminina, apegando-se na solidez da família como forma de garantir a propriedade privada.
As desigualdades não provêm do fato de termos nascidos “machos” ou 14 “fêmeas”, mas sim das relações e papéis sociais e sexuais construídos sócio culturalmente. A própria sociedade determina o que é masculino e o que é feminino, através de suas instituições, da cultura, do sistema educacional, da divisão sexual e social do trabalho, etc. As relações desiguais de gênero é que levam a  mulher à subalternidade.
AS MULHERES E AS MÁQUINAS
“A sociedade industrializada necessitava de mão-de-obra para os diferentes campos de trabalho que se abrem e percebem o significado da inserção da mulher nos meios profissionais e da escolarização como elemento preponderante a essas mudanças.” (GASPARI, 2003, p. 72).
Nas primeiras décadas do século XX, no Brasil, grande parte do proletariado era formado por mulheres e crianças. A imprensa operária, denunciava as investidas sexuais de contramestres e patrões sobre as trabalhadoras, que se revoltava contra as situações de humilhação a que estavam sujeitas nas fábricas.
Apesar das mobilizações políticas e das greves realizadas nos estabelecimento fabris entre 1890 e 1930, as operárias eram, na maioria das vezes, vistas como “mocinhas infelizes e frágeis”, desprotegidas e emocionalmente vulneráveis aos olhos da sociedade.
A grande maioria das trabalhadoras das primeiras fábricas brasileiras era composta por imigrantes européias:
·         italianas,
·         espanholas
·          portuguesas,
·          alemãs,
·         romenas,
·         húngaras,
·         polonesa,
·         lituanas,
·         sírias,
·         judias.
Elas foram atraídas pelo governo, para trabalhar tanto na lavoura e nas fazendas de café quanto nas fábricas que surgiam nas cidades, em substituição à mão-de-obra escrava.
Seduzidos pelo anúncio de um futuro promissor e sonhando em “fazer a América”, os imigrantes formaram os principais contingentes das fábricas que cresciam no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A partir do início do século XX, as mulheres foram sendo progressivamente substituídas pela mão-de-obra masculina, passando a partir de 1950 a representar apenas 23% da força de trabalho nas fábricas.
Com a Primeira Guerra Mundial, houve uma intensificação do desenvolvimento industrial, causando um aumento de 83% da população operária masculina em detrimento da feminina.
A rotina de trabalho nas fábricas variava de 10 a 14 horas diária, sob a supervisão dos patrões. Normalmente, as mulheres ficavam com as tarefas menos especializadas e mal remuneradas porque os cargos de direção cabiam sempre aos homens.
 Como não havia uma legislação trabalhista, as operárias procuravam à imprensa operária para registrar suas queixas:
·         contra as péssimas condições de trabalho,
·         a falta de higiene,
·         o controle disciplinar,
·         o assédio sexual etc.
QUEM É ESSA MULHER QUE HOJE É LIDER/ É GESTORA / E PROTAGONISTA DE TEMPO NOVO, MUNDO NOVO, RELAÇÕES NOVAS E SEMPRE MUITO POSSIVEIS E NECESSÁRIAS! 

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SINTESE DA PLENARIA GESTÃO PUBLICA E AS MUDANÇAS TECNOLOGICAS
Gestão é a capacidade de fazer o que precisa ser feito.
È conduzir a organização para cumprir sua Missão.
Para isso é preciso:
·        Planejar
·        Organizar
·        Dirigir
·        Coordenar
·        Controlar
Na Gestão Pública temos quatro Pilares:
Processos/resultados:
·        Racionalizar os procedimentos
·        Eficiência
·        Avaliação formal
·        Treinamento
Valores/controles:
·        Percepção estratégica
·        Eficiência, eficácia e efetividade
·        Monitoria mento, avaliação, controle
·        Desenvolvimento
·        Delegação
·        Prestação de Contas
Administração Publica vai estar organizada para promover Políticas Publica - isso é gestão pública
Que vai melhorar a qualidade dos serviços públicos e contribuir pra aumentar a competitividade no País.
Esse processo leva a uma Gestão focada e orientada na cidadania, que por sua vez tem como objetivo promover um ganho social para a sociedade.
Nesse processo de Gestão se tem presente:
·        Potencializar lideranças,
·        Desenvolver estratégias e planos que assegure ganhos sociais a sociedade,
·        Para isso é preciso haver informação e conhecimento das pessoas,
·        E organizar o serviço publico em processos que assegure bons resultados.
Quando a Gestão publica esta organizada e articulada em processo de informação ela desenvolve no espaço publico:
·        Um aprendizado organizacional,
·         Com visão para o futuro,
·        Que tem como valores a Moralidade e Eficiência dos Serviços Públicos,
·         Desenvolve em gestão participativa,
·        Controle social da Sociedade,
·        Trabalha a valorização das pessoas centrada nos resultados,
·        Vai se interessar muito por ações impessoais,
·        Com agilidade de Inovação.
Esse Modelo de Gestão Publica tem muito presente:
·        O processo de racionalização dos procedimentos e a desburocratização,
·        Sempre fazendo auto-avaliação em vista de melhoria nos serviços prestados e executados,
·        Todo esse esforço vai levar a Administração Pública a ter alto desempenho de qualidade de serviço à sociedade.
O que se propõe é garantir um ganho social para a sociedade
De fato, a Gestão de Pessoas não é nada fácil!
È preciso:
·        Mudar a lógica de chefia para Liderança
·        Saber distribuir esta liderança
·        Conciliar visões e estratégias
·        Guiar com valores compartilhados
·        Colaborar e Unificar
·        Ampliar seus horizontes
·        Observar – intervir sempre se necessário no desempenho e atitudes ao seu redor
·        Disponibilizar-se como fonte de conhecimento para seu liderado.
Neste processo é preciso ter claro que Relações Humanas são contatos de amizade e ou profissionais que estabelecemos com as pessoas que nos cercam.
E Relações Sociais são relações que se regem por regras, normas, estabelecidas pela sociedade – em nosso caso Estado.
Sendo assim vemos que num Estado que não cumpre com seu dever de mediar os conflitos sociais, econômicos, culturais, da sociedade ele vai tornar a Administração publica frágil, debilitada na sua capacidade de produzir um serviço público de qualidade que permita as pessoas ser cidadã.
E de outro lado ele deixa de ser espaço de alargamento dos direitos sociais. O Estado existe para promover o bem social da sociedade-bem comum, diminuir as desigualdades sociais, econômicas, culturais, políticas educacionais etc.
A Sociedade da Pós-Modernidade exige um Estado - COM NOVO PERFIL -
Focado nos Resultados, Eficiência, eficácia e efetividade para isso ele vai desenvolver uma Gestão que:
·        Planeja Organizar, Dirigi, Coordena Controlar, Racionaliza os procedimentos, Tem Eficiência, Faz Avaliação formal, Necessita de Treinamento, Incorpore Valores/controles, Tenha Percepção estratégica, Faz Monitoria mento, Avaliação, Controle, Delega Rotinas, Procedimentos, e Presta de Contas.
·        Tem Comunicabilidade,
·        Atenção ao Usuário,
·        Interesse e Presteza,
·        Eficiência e Tolerância,
·        Conduta e Objetividade.
Pois bem todo esse perfil acaba ficando sob a responsabilidade do Quadro de Funcionários/as, pois o Estado Moderno Neoliberal não faz a sua parte porque ele esta ausente do seu compromisso social. Ele é um Estado Mínimo.
Hoje no Estado de São Paulo vemos e  assistimos a seguinte realidade:
·        A Sociedade se organiza e se articula, exige um Estado de Gestão Publica de Qualidade,
·        O Estado de São Paulo se organiza se Articula como um Estado Neoliberal, que se retirou do seu compromisso com as Políticas Publicas,
Como:
·        Educação.
·        Lazer,
·        Turismo,
·        Saúde,
·        Transporte,
·        Moradia,
·        Trabalho,
·        Salário,
·        Serviço Publica de Qualidade,
De outro lado no seu jeito de compreender seu Papel como Gestor Público, ele coloca que:- a transparência na Administração e Serviço Público de Qualidade exige uma Administração Publica que:
·        Tenha um quadro de pessoal pequeno, diminuindo os gastos, centrando a administração publica na racionalização dos procedimentos, e na diminuição dos postos de trabalho, forçando os quadros da Administração Publica estadual a estar em permanente estado de alerta em vista de sua formação - fazendo-os autodidatas.
·        Esse Estado terceiriza setores essenciais da Administração Pública,
·        Estabelece Gerenciamento Meritório para valorização salarial - sempre por baixo,
·        Impõe uma Política salarial arrochada, de enquadramentos, sem mobilidade profissional, como acesso - como carreir, todo mundo faz a mesma coisa. ”AOE”, mas se ganha de forma diferenciada.
·        Trabalha uma Política de premiação a uma minoria, colocando no meio das categorias Publicas sistemas de Gerenciamento piramidal, aquele/a que determina ,fiscaliza, executa, avalia,
·        O Estado não assegura aos QSE/QAE, a profissionalização que a Administração Pública de Qualidade focada na Cidadania e Democracia necessita,
·        Cria-a se no Serviço Publico da Educação Paulista os Monstros – como GERENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR QUE VAI SER UM FUNCIONÁRIO DO QAE – NÃO VAI TER UM CARGO, MAS UMA FUNÇÃO REMUNERADA, COM GRATIFICAÇÃO DE PRÓ-LABORE, QUE VAI PRECISAR FAZER UMA CERTIFICAÇÃO PROVA DE CONHECIMENTOS DE DIREITO CONSTITUICIONAL, ADMINISTRATIVO, DE LINGUA PORTUGUESA, DE INFORMATICA, E PRATICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA,
·        Por isso é preciso ter muito presente que estamos assistindo um filme já batido nesses últimos anos da Administração do Estado de São Paulo, em breve tempo teremos todo Serviço Publico da Secretaria da Educação Privatizado – porque com esse enorme peso colocado na responsabilidade dos Agentes de Serviço Escolar, Agente de Organização escolar, Secretário de escola, Oficiais de Administrativos, Assistentes de Administração escolar, não vai ter gente que ficará trabalhando no Serviço Publico da Educação Paulista, principalmente com o Patamar salarial pago ao QSE/QAE. Penso que vamos assistir o esvaziamento dos QSE e QAE e vendo o Estado Privatizando todo Serviço Público Estadual.




T E X T O S:



RODA DE CONVERSA  01

A IMPORTANCIA DA MULHER
Aluna: Valeria Leoni Rodrigues
Professor Orientador: Flamarion Laba da Costa

INTRODUÇÃO
Atualmente as diferenças entre homens e mulheres, ligando o gênero ao trabalho, ao poder e ao sexismo na sociedade se tornaram um foco de pesquisas de área e uma realidade social importante.
Tanto as mulheres como os homens ocupam os mais diferentes papéis, que por sua vez, se constituem num conjunto de inter-relações que pode servir como objeto de investigação.
Como as mulheres, desde as sociedades mais antigas, sempre foram marginalizadas e até mesmo tratadas como aberração ou como um ser incompleto, torna-se evidente e necessário ir além de apenas nomear as grandes, mas sim buscar a história de muitas que permanecem invisíveis à história da humanidade.
Os sujeitos oprimidos ao longo da história foram representados na historiografia, na literatura, nos meios de comunicação de muitas formas, mas, sempre houve a predominância das representações produzidas pela classe dominante.
Podemos dizer que a história das mulheres é fundamental para se compreender a história geral, uma vez que ela é relacional, e inclui tudo o que envolve o ser humano, suas aspirações e realizações, seus parceiros e contemporâneos, suas construções e derrotas.
Escrever sobre a história das mulheres significa apresentar fatos pertinentes, idéias, perspectivas para todos que buscam refletir sobre o mundo contemporâneo ou procurem nele interferir. Trata-se de enfocar a mulher através das tensões e contradições que se estabelecem em diferentes épocas, tempos e sociedades.
Desvendar as relações entre a mulher e o grupo, procurando mostrar que ela como ser social, articula-se com o fato social. As transformações da cultura e as mudanças nas idéias nascem das dificuldades de uma época, de um indivíduo, homem ou mulher.
Globalmente o trabalho das mulheres e das feministas permanece focalizado na localização do poder em bases de gênero. As questões de poder e as relações de gênero estruturam todas as facetas da vida. Pois são as relações de poder que determinam à divisão social do trabalho.
Uma pesquisa feminista reforça e argumenta sobre a necessidade de se estudar as mulheres, caso contrário, veríamos apenas parte da figura da raça humana.3
Diante dos pressupostos, temos a intenção de realizar uma descrição, associada à uma análise de conceitos, diante dos quais, as mulheres na esfera pública, passam a ser submetidas a preconceitos e estigmatizações.
Analisar, compreender e discutir a educação da mulher no Brasil desde o período colonial até a atualidade, não esquecendo as diversas fases de luta por conquista de direitos como, o movimento feminista, passando pelo o trabalho nas fábricas até a luta de classes.
No primeiro momento abordou-se sobre o que alguns estudiosos pensam sobre a mulher, seus papéis e influências nas sociedades humanas, assim como o movimento feminista e sua importância na busca pela conquista de direitos para as mulheres e como elas, passando pela exploração trabalhista na fase da industrialização brasileira até as primeiras formas de participação na luta de classes.
No momento seguinte, tentamos focalizar determinados aspectos presentes no contexto social e que contribuíram para a evolução da educação feminina, desde o Brasil colônia, imperial, altamente influenciada pela mentalidade européia da época, bem como as representações sociais que contribuíram para as mudanças e permanências que interferem na ocupação do espaço público pelo segmento feminino.
O intuito é promover uma breve discussão de situações que permeiam a vida das mulheres nas sociedades patriarcais, como é o caso da nossa. O documento é, portanto, um momento de reflexão sobre os caminhos que as mulheres traçaram em suas vidas, porque, para que haja um reconhecimento político-social feminino, não basta que as mulheres apenas se conscientizem de
seus entraves sociais. Além disso, se faz necessário que os homens percebam que uma sociedade melhor requer o reconhecimento de várias opressões sociais e uma constante reflexão dialógica, para que as existências não sejam anuladas e para que as diferenças tenham o espaço necessário para serem negociadas.4
1. A IMPORTÂNCIA DA MULHER
A mulher era um ser destinado à procriação, ao lar, para agradar o outro.Durante o desenvolvimento das sociedades, a história registra a discriminação homem-mulher, principalmente em relação à educação. Ao atribuir aos homens a condição de donos do saber e às mulheres o papel feminino, subordinado ideologicamente ao poder masculino, a história vem salientar as desigualdades.
As concepções divulgadas no século XVII reforçaram a imagem da mulher como um ser sem vontade própria. Rousseau (GASPARI, 2003, p. 29) detinha um discurso de que a educação feminina deveria ser restrita ao doméstico, pois, segundo ele, elas não deveriam ir em busca do saber, considerado contrário à sua natureza. Essa sociedade que lutava tanto por liberdade, passou a exigir que as mulheres fizessem parte dela, mas como mães, guardiãs dos costumes, e como seres dispostos a servir o homem.
Kant (GASPARI, 2003, p. 31) usa um discurso sexista ao descrever sobre a mulher e seu viver para o homem, não a reconhecendo enquanto sujeito atuante da história. Foi influenciado por Rousseau ao utilizar a idéia de inferioridade feminina com relação à sua incapacidade de raciocinar como o homem, reforçando a idéia de
inferioridade feminina.
No século XVII, utilizando-se de oportunidades que vão sendo oferecidas, como a freqüência a salões, onde podem se aproximar dos poetas, escritores e palestrantes, algumas mulheres conseguiram firmar-se no terreno intelectual. E, mesmo permanecendo as idéias preconceituosas de que a mulher não podia possuir ao mesmo tempo a beleza e a razão, algumas buscam aprimorar e adquirir conhecimentos intelectuais através de leituras. ”[...] a natureza fez a mulher diferente do homem, atribuindo-lhe características inerentes. A sedução, por exemplo, é fonte de poder para a natureza feminina e a falta de autodeterminação da mulher é
também intrínseca à sua natureza”.(GASPARI, 2003, p. 32).
Para tentar, talvez, isentar-se da responsabilidade de ter sido autora da desigualdade social e política, na sociedade, implantou-se uma visão cultural de que a mulher é inferior ao homem e não pela educação que lhe foi negada.
Essa mesma visão não igualitária entre os sexos, que preconiza o masculino com base em preconceitos e esteriótipos, provavelmente foi a responsável pela 5 consolidação de uma sociedade machista nos séculos XIX e XX.
Ao analisarmos as idéias dos filósofos mencionados, fica evidente que no “período das luzes”, uma característica marcante foi a de pensar a diferença feminina, acentuada pela inferioridade, baseada no direito natural. No imaginário dos filósofos, não havia necessidade alguma de conferir à mulher um estatuto político, pois para a ideologia do século XVIII, o homem era a causa final da mulher.
Devido às idéias iluministas, o romantismo favoreceu o desenvolvimento e a expressão do amor em todas as suas formas. Nota-se a discriminação, consolidada pelo discurso da mulher frágil, emotiva, amorosa, incapaz, portanto, “inferior”, não permitindo o acesso ao conhecimento dessa condição opressiva.
No século XIX, surge um novo discurso filosófico sobre a mulher. Com as manifestações contra a discriminação feminina e a luta pelo direito ao voto, acontecimentos que prevêem uma melhoria na perspectiva da forma de viver das mulheres.
Nitzsche considera a mulher como “ser” fracassado que busca elevar-se alterando seus padrões próprios de conduta na sociedade.
Dá ao homem a responsabilidade de manter a mulher dependente e sob seu domínio. Assim, ele entende que o homem tem de “[...] conceber a mulher como 'posse' como propriedade a manter sob sete chaves, como algo destinado a servir e que só então se realiza.” (NIETZSCHE, 19992, p.143). Na sua concepção, ele define
“cabeça oca” os homens que apóiam a emancipação feminina, a qual ele considera ponto alto para a regressão da mulher e sua dês-feminização.
O preconceito às mulheres, evidenciado por vários filósofos contribuirá para
sua não aceitação no espaço público protelando o acesso às oportunidades. Como a história é dinâmica, valores e discursos vão se alterando, no século XIX, ampliam-se a reflexão sobre as mulheres, permeada pelo direito, a igualdade e a busca da emancipação, principalmente com a invenção do feminismo, cujo maior destaque será no século XX.
1.1. O FEMINISMO E A MUDANÇA DE PARADIGMA
O movimento feminista organizado surgiu nos Estados Unidos na segunda metade dos anos sessenta. Expandiu-se pelo ocidente propagando a libertação da 6 mulher e não apenas a emancipação.
Emancipar é buscar a igualdade em direitos, políticos, jurídicos e
econômicos em relação ao homem. Libertar-se é ir além, realçar as condições de diversidade nas relações de gênero para que a mulher passe a ser vista como um indivíduo autônomo, um ser humano independente.
O socialismo no leste europeu comprovou que libertar a mulher é introduzi-la no processo produtivo. Precisou haver uma mudança sócio-cultural-psicológica na sociedade para que a mulher passasse a ser vista como sujeito.
No século XX, o movimento feminista se espalhou pelo mundo com
manifestações como: queima de sutiãs em praça pública e libertação da mulher com a criação da pílula. Multiplicaram-se as palavras de ordem: “Nosso corpo nos pertence!” “O privado também é político!” “Diferentes, mas não desiguais!”.
Simone de Beauvoir, escritora francesa e feminista foi uma das referências para a construção da história do pensamento feminista do século XX. O ponto fundamental de seu trabalho é o de que as mulheres não tinham história, assim como poderiam avançar nas conquistas do espaço público e sentir orgulho de si próprias? Sua obra serviu de apoio e alerta ao movimento feminista.
Para Beauvoir (1980, p.291), uma mulher torna-se plenamente humana quando tem oportunidade de se dedicar ao exercício de atividades públicas e quando pode ser útil à sociedade: “[...] É um paradoxo criminoso recusar à mulher toda a atividade pública, vedar-lhe as carreiras masculinas, proclamar sua incapacidade em todos os terrenos e confiar-lhe a empresa mais delicada, mais
grave que existe: a formação de um ser humano.” (GASPARI, 2003 p.42).
Para a filósofa, não se nasce mulher, torna-se mulher. A partir de tal posição, suas seguidoras, militantes feministas, nos anos sessenta irão fortalecer-se na sociedade.
As discussões sexistas características da esfera privada, onde o mundo doméstico era considerado como o “verdadeiro” espaço da mulher, foi sendo rompido com a ocupação fora do lar que algumas assumiram.
Um processo que envolve quebra de paradigmas, revisão de conceitos e novas formas de agir e pensar, mudança de mentalidade e comportamento é lento e conflituoso. Idéias, conceitos e valores, enraizados por séculos em uma sociedade
não desaparecem de um momento para o outro. 7
Os estudos feministas, por seu caráter político deixaram uma contribuição valiosa pela qual se efetivaram as problematizações a partir de uma análise da trajetória histórica das mulheres a ser reconhecida, valorizada e digna de ser discutida, para então, chegar-se à desconstrução das diferenças.
No Brasil, em 1972 surgiu na cidade de São Paulo um grupo organizado de feministas. Pouco a pouco temas do feminino e do feminismo ocuparam fóruns nacionais de debate, como por exemplo, o realizado em Belo Horizonte em 1975. No mesmo ano, surgiu no Rio de Janeiro o Centro da Mulher Brasileira, e em São
Paulo, realizou-se o encontro para Diagnostico da Mulher Paulista; surgiu o Movimento Feminino pela Anistia e foi lançado o Jornal Brasil Mulher, que circulou de 1975 a março de 1980. Entre 1976 e 1978, circulou o Nós Mulheres, e em março de 1981 é lançado o Mulherio, que foi leitura obrigatória das feministas, por mais de
cinco anos.
Muitas mulheres participaram ativamente da ditadura militar. Entre 1970 e 1980, o movimento das mulheres defendeu a Redemocratização do país. Nas camadas mais populares, com o apoio da Igreja Católica, surgiram clubes de mães e associações de donas de casa. E pelo país afora, sem vínculo com a religião, também surgiram movimentos como a Rede de Mulher, em defesa dos critérios da
mulher e da cidadania feminina. Aos poucos, elas foram se organizando em movimentos como: negras, prostitutas, lésbicas, trabalhadoras rurais e urbanas, empresárias etc.
A partir de 1977, o movimento feminista passou a seguir outras tendências, algumas voltadas para a discriminação do aborto ou a equiparação profissional com os homens, por exemplo. Muitas mulheres conseguiram conquistar postos de trabalho, antes só ocupados por homens, como cargos políticos, por exemplo. Com
a crise familiar da sociedade, muitas passaram a exercer o cargo de chefes de família também.
A mulher sempre foi considerada como o outro pelo homem e não como o semelhante. E somente quando homens e mulheres vejam-se como seres incompletos, que necessitam de apoio mútuo para desenvolver sua condição humana é que teremos uma sociedade melhor. Que a perspectiva de se pensar em um novo paradigma para a compreensão do mundo onde as reivindicações de igualdade na diferença tão difundida pelo movimento feminista, passe a constituir-se 8 como algo realmente importante, onde homens e mulheres consigam superar as situações comuns de opressão e se identifiquem cada vez mais como seres humanos.
2. A EDUCAÇÃO DA MULHER NO BRASIL-COLONIAL
Para o imaginário da sociedade daquela época, a mulher deveria ocupar-se por inteiro e confinar-se no espaço familiar. Portanto, deveria ser educada para a dedicação exclusiva às tarefas familiares e à educação dos filhos.
Até meados do século XV, para a metrópole, a educação da mulher era considerada como desnecessária e vista com certo descaso, principalmente no que se refere ao campo cultural. No imaginário masculino predominava a idéia de que mantendo a mulher com pouca instrução, sem acesso à arte de ler e escrever, restrita ao espaço doméstico, facilitaria a imposição da supremacia masculina.
Para reproduzir e fixar o padrão étnico europeu no Brasil, muitas mulheres brancas, sem preocupação com classe social ou moral, foram importadas para serem reprodutoras dos varões portugueses na Colônia.
Havia claramente uma ausência de liberdade de escolha por parte das mulheres que eram obrigadas a servir aos propósitos da Coroa e da sua política demográfica. Tratadas como seres desiguais, sendo levadas a manter a mentalidade
da época, onde sua função principal era a de procriar.
Devido à influência das instituições sociais e o código de valores e de comportamento trazidos da Europa, a vida e a postura da mulher brasileira permaneceu atrelada à aceitação da sua permanência no interior do domicílio.
A ausência, na sociedade da época, pela preocupação com a educação da mulher, denotam as relações de poder a que estavam submetidas. Como os interesses econômicos estavam acima da dignidade e do respeito à mulher, muitas foram roubadas e espoliadas pelos homens da família.
Como não havia um sistema formal de educação feminina, os conventos no Brasil, fundados a partir do século XVII, constituíram-se em espaços no qual a mulher teve acesso à educação. Como a Coroa estava mais preocupada com a política de povoamento da Colônia para a proteção das fronteiras, além da mestiçagem que se ampliava rapidamente, retardaram tal empreendimento. 9
Para as mulheres, os conventos foram espaços contraditórios: em um momento são impedidas de entrar, em outro, são levadas a revelia. Era uma alternativa para que as mulheres pudessem fugir de casamentos indesejados, apesar de muitas vezes servirem de suporte para trancafiar mulheres sem vocação, indesejadas pelos pais ou maridos, ou para resolver problemas de honra.
A atitude das mulheres reclusas nem sempre foi só de submissão: muitas se rebelavam e fugiam, outras se tornavam excelentes administradoras dos próprios conventos.
Nota-se que a educação nos internatos femininos reafirmava a mentalidade da época sobre a postura de preparar adequadamente as jovens a partir das expectativas da sociedade.
Ao final do século XIX, num período em que as mulheres eram educadas para permanecer no recinto do lar, as freiras participavam de atividades como, no campo da educação, da saúde e assistência social, comuns na sociedade.
Conscientes ou inconscientemente as religiosas influenciaram outras mulheres.

FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 01
A IMPORTANCIA DA MULHER
O FEMINISMO E A MUDANÇA DE PARADIGMA
A EDUCAÇÃO DA MULHER NO BRASIL COLONIA
·         ESCOLHER ALGUEM PARA COORDENAR E ALGUEM PARA FAZER OS REGISTROS /MEMORIA
·         FAZER A LEITURA
·         IR ANOTANDO AS IDEIAS FORTES
·         DISCUTIR AS QUESTÕES
·         FAZER UM RELATORIO PARA APARESENTAÇÃO NO PLENÁRIO
PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:
O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?          


COMO FOI A EVOLUÇÃO HISTORICA DA MULHER NO BRASIL?



COMO FOI O MOVIMENTO FEMINISTA E A MUDANÇA DE PARADIGMA?


COMO ERA A EDUCAÇÃO FEMININA NO BRASIL COLONIA?


QUAL É PAPEL DA MULHER ENQUANTO PROTAGONISTA
NA SOCIEDADE, NA ESCOLA, NA MIDIA?
RODA DE CONVERSA 02
INTRODUÇÃO

Atualmente as diferenças entre homens e mulheres, ligando o gênero ao trabalho, ao poder e ao sexismo na sociedade se tornaram um foco de pesquisas de área e uma realidade social importante.
Tanto as mulheres como os homens ocupam os mais diferentes papéis, que por sua vez, se constituem num conjunto de inter-relações que pode servir como objeto de investigação.
Como as mulheres, desde as sociedades mais antigas, sempre foram marginalizadas e até mesmo tratadas como aberração ou como um ser incompleto, torna-se evidente e necessário ir além de apenas nomear as grandes, mas sim buscar a história de muitas que permanecem invisíveis à história da humanidade.
Os sujeitos oprimidos ao longo da história foram representados na historiografia, na literatura, nos meios de comunicação de muitas formas, mas, sempre houve a predominância das representações produzidas pela classe dominante.
Podemos dizer que a história das mulheres é fundamental para se compreender a história geral, uma vez que ela é relacional, e inclui tudo o que envolve o ser humano, suas aspirações e realizações, seus parceiros e contemporâneos, suas construções e derrotas.
Escrever sobre a história das mulheres significa apresentar fatos pertinentes, idéias, perspectivas para todos que buscam refletir sobre o mundo contemporâneo ou procurem nele interferir. Trata-se de enfocar a mulher através das tensões e contradições que se estabelecem em diferentes épocas, tempos e sociedades.
Desvendar as relações entre a mulher e o grupo, procurando mostrar que ela como ser social, articula-se com o fato social. As transformações da cultura e as mudanças nas idéias nascem das dificuldades de uma época, de um indivíduo, homem ou mulher.
Globalmente o trabalho das mulheres e das feministas permanece focalizado na localização do poder em bases de gênero. As questões de poder e as relações de gênero estruturam todas as facetas da vida. Pois são as relações de poder que determinam à divisão social do trabalho.
Uma pesquisa feminista reforça e argumenta sobre a necessidade de se estudar as mulheres, caso contrário, veríamos apenas parte da figura da raça humana.3
Diante dos pressupostos, temos a intenção de realizar uma descrição, associada à uma análise de conceitos, diante dos quais, as mulheres na esfera pública, passam a ser submetidas a preconceitos e estigmatizações.
Analisar, compreender e discutir a educação da mulher no Brasil desde o período colonial até a atualidade, não esquecendo as diversas fases de luta por conquista de direitos como, o movimento feminista, passando pelo o trabalho nas fábricas até a luta de classes.
No primeiro momento abordou-se sobre o que alguns estudiosos pensam sobre a mulher, seus papéis e influências nas sociedades humanas, assim como o movimento feminista e sua importância na busca pela conquista de direitos para as mulheres e como elas, passando pela exploração trabalhista na fase da industrialização brasileira até as primeiras formas de participação na luta de classes.
No momento seguinte, tentamos focalizar determinados aspectos presentes no contexto social e que contribuíram para a evolução da educação feminina, desde o Brasil colônia, imperial, altamente influenciada pela mentalidade européia da época, bem como as representações sociais que contribuíram para as mudanças e permanências que interferem na ocupação do espaço público pelo segmento feminino.
O intuito é promover uma breve discussão de situações que permeiam a vida das mulheres nas sociedades patriarcais, como é o caso da nossa. O documento é, portanto, um momento de reflexão sobre os caminhos que as mulheres traçaram em suas vidas, porque, para que haja um reconhecimento político-social feminino, não basta que as mulheres apenas se conscientizem de
seus entraves sociais. Além disso, se faz necessário que os homens percebam queuma sociedade melhor requer o reconhecimento de várias opressões sociais e umaconstante reflexão dialógica, para que as existências não sejam anuladas e para que as diferenças tenham o espaço necessário para serem negociadas.4

3. A EDUCAÇÃO FEMININA NO BRASIL IMPERIAL
No Século XIX, (1808), mesmo com a vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, não causou, mesmo com as imediatas inovações culturais, alterações sobre a educação feminina. São criadas algumas “[...] escolas leigas para as meninas da elite e são contratadas preceptoras de Portugal, da França e, posteriormente, da Alemanha para educá-las em casa”. (ARANHA, 2000, p. 95).
No entanto, o objetivo era o desenvolvimento de habilidades artísticas nos trabalhos manuais e o envolvimento com a organização da casa e os cuidados com o marido, ou seja, que a mulher fosse preparada de acordo com o seguinte ditado
português: “uma mulher já é bastante instruída quando lê corretamente suas orações e sabe escrever a receita da goiabada. Mais do que isto seria um perigo para o lar” (CRAVO, 1973, p. 11).
Ousando desafiar a ideologia dominante da época, sobre a educação e a postura da mulher na família e na sociedade, muitas buscaram integrar-se em acontecimentos históricos importantes, ultrapassando o espaço doméstico, portanto, rompendo com os paradigmas estabelecidos que tolhiam suas iniciativas. 10
A mulher, embora impedida de se instruir, manifestar-se e realizar-se como “ser para si”, tendo que enfrentar a autoridade masculina e os preconceitos sociais, de acordo com suas possibilidades, procurou imprimir a sua “marca”.
A educação feminina brasileira, no século XIX, ainda estava fortemente vinculada à herança portuguesa, com os mesmos preconceitos e limites impostos pelo reino, onde o objetivo da instrução era a preparação para o casamento, o qual deveria ser a maior aspiração das mulheres.
Em conseqüência do Ato Adicional de 1834, décadas de 30 e40 do século XIX, nesse contexto histórico foi criada a Escola Normal no Brasil. Os pretendentes a uma vaga, deveriam ser portadores de idoneidade moral como ponto mais relevante do que sua formação intelectual.
Em 1851, a Escola Normal foi extinta, sendo reorganizada só em 1859, reiniciando suas funções só em 1862.
As escolas femininas se preocupavam em desenvolver determinadas habilidades manuais, coerentes com o que se concebia como atividades  relacionadas à natureza da mulher, com o objetivo de facilitar a entrada de meninas das classes populares no mercado de trabalho.
Faz-se necessário reconhecer que a entrada das mulheres nas Escolas Normais trouxe forte possibilidade de acesso à instrução pública, favorecendo a abertura de um espaço profissional. Espaço esta conquistado pela recusa feminina à desigualdade, à passividade e à inoperância a que até, então, estavam submetidas.
As Escolas Normais abrem novas possibilidades às mulheres solteiras, tornando-se uma forma de trabalhar, para as que não conseguiram se casar, e assim deixariam de ser um peso para a sociedade. Além disso, o magistério, visto como um prolongamento das funções maternas era aceitável como profissão de mulher. “[...] Neste sentido, a mulher passa a ser essencial na esfera pública e algumas ações que lhes eram pertinentes no espaço privado irão ampliar-se ao público pela sua ação educativa junto às crianças.” (GASPARI, 2003, p. 59).
Algumas vozes afirmaram que as mulheres tinham, por natureza, uma inclinação para o trato com crianças por serem as primeiras e naturais educadoras, nada mais certo do que lhes confiar a educação dos pequenos. Se a maternidade era o destino primordial da mulher, o magistério representaria uma extensão dessa maternidade, e para tanto seria representado como a uma atividade de amor, de 11 entrega e doação.
A partir de então passaram a ser associadas ao magistério características tipicamente femininas: paciência, minuciosidade, afetividade, doação.
Características essas que vão se articular à tradição religiosa de que a docência deve ser percebida mais como um “sacerdócio” do que uma profissão.
Entretanto, esse pensamento de abertura de espaço para a mulher no mundo, foi contrariado por teóricos que defendiam que a mulher deveria permanecer
seu espaço natural, o “doméstico”, sem poder participar das alterações que ocorriam na sociedade. Isso mostra que, a inserção profissional da mulher não ocorreu sem
os conflitos característicos das mudanças e do surgimento do novo. Resistências, críticas ou concordâncias, vozes que se levantaram para expor e argumentar seus pontos de vista. Pra muitos ainda era muito difícil e insensato aceitar essas mulheres, que muitas vezes haviam sido consideradas portadoras de pouca competência intelectual ou racionalidade.
4. MULHERES NA SALA DE AULA
Depois da Proclamação da República, o discurso oficial era o da
necessidade de se construir a imagem de um país de caráter colonial, atrasado,inculto e primitivo. Sem deixar de lembrar que os mesmos homens e grupos sociais continuavam nas suas posições estratégicas nos jogos de poder.
Recorria-se ao discurso sobre a importância da educação para a
modernização do país. Criticava-se o abandono educacional em que se encontrava a maioria das províncias. Enquanto nas cidades e povoados, o país caminhava rumo ao século XX, na imensidão rural, grande parte da população continuava analfabeta.
Nos idos de 1827, os legisladores haviam determinado que se
estabelecessem “escolas de primeiras letras”, em todas as cidades, vilas e lugarejos mais populosos do Império. A realidade era muito distante dessa imposição legal: era uma sociedade escravocrata, predominantemente rural, onde latifundiários e coronéis teciam as tramas políticas e silenciavam agregados, mulheres e crianças.
As poucas escolas fundadas por congregações e ordens religiosas femininas ou masculinas, claro que em maior número para os meninos, mantidas por leigos – professores para os meninos e professoras para as meninas, pessoas de moral 12
inatacável, mas com tarefas distintas. Para ambos o sexo ensinava-se ler, escrever, contar e as quatro operações, a distinção aparecia: para os meninos, noções de geometria; para as meninas, bordado e costura.
Era evidente que a educação das meninas e dos meninos não faziam parte de um processo único, universal, naquela sociedade. As divisões de classe, etnia e raça tinham um papel importante na determinação das formas de educação utilizadas na formação de homens e mulheres daquele período.
Os imigrantes de origem alemã, italiana, espanhola, japonesa etc. auxiliados diretamente por suas regiões de origem, tinham propostas educativas diferentes e construíam escolas para meninos e para meninas, trazendo conseqüências para a sociedade brasileira.
Mas, de modo geral, as meninas das camadas populares estavam desde muito cedo, envolvidas nas tarefas domésticas, no trabalho da roça, no cuidado dos irmãos menores, atribuições essas, que tinham prioridade sobre qualquer forma de educação escolarizada para elas.
“Algumas ordens religiosas femininas dedicaram-se especialmente à
educação das meninas órfãs, com a preocupação de preservá-las da “contaminação dos vícios”; outras religiosas voltaram-se “ao cuidado das moças sem emprego e daquelas que se desviavam do bom caminho.” (DEL PRIORE, 2006, p. 445).
Na virada do século, trabalhadores organizados em grupos políticos como o socialismo ou o anarquismo, além de apresentarem propostas para a educação de suas crianças, as tornaram realidade através da criação de escolas. Iniciativas importantes, principalmente entre os anarquistas que ainda davam atenção especial à educação feminina. Eram freqüentes, nos seus jornais, artigos que apontavam à instrução como uma “arma privilegiada de libertação” para a mulher. Também era comum reunirem homens e mulheres em prolongadas palestras e discussões, onde entre outros temas tratavam da educação e da participação feminina no movimento operário e na sociedade.
As filhas de grupos sociais privilegiados deveriam estar plenamente
preparadas para o domínio da casa, por isso, o ensino da leitura, da escrita e das noções básicas de matemática era normalmente acompanhado pelo aprendizado de piano e de francês. Como as moças deveriam tornar-se, não apenas uma companhia mais agradável ao marido, mas uma mulher capaz de bem representá-lo
socialmente, também lhes eram ensinadas as habilidades com agulha, como os 13 bordados e as rendas, as habilidades culinárias, bem como as habilidades de mando das criadas e serviçais.
As formas e concepções de educação das mulheres nessa sociedade eram múltiplas. Muitos grupos afirmavam que as mulheres deveriam ser mais educadas do que instruídas, ou seja, para elas a ênfase deveria recair sobre a formação moral,
sobre a constituição do caráter, não sendo necessárias altas doses de instrução.
Como para muitos, o destino primordial da mulher era o de ser mãe e esposa, educadora das gerações do futuro e pilar de sustentação do lar, sua educação exigiria, acima de tudo, uma moral sólida e bons princípios.
Só nas últimas décadas do século XIX surge a necessidade da educação para a mulher vinculando-a a modernização da sociedade, à higienização da família, à construção da cidadania. A preocupação em vincular o conceito de trabalho à “ordem e progresso”, levou os condutores da sociedade a arregimentar as mulheres das camadas populares. A elas caberia formar novos trabalhadores e trabalhadoras, para tanto deveriam se diligentes, honestas, ordeiras, asseadas, responsáveis pela manutenção de um lar afastado dos distúrbios e perturbações do mundo exterior.
Para muitos, a chave principal de qualquer projeto educativo era a educação feminina concebida com uma sólida formação cristã. Ainda que a República
formalizasse a separação entre a Igreja Católica e o Estado, permanecia como dominante a moral religiosa, que apelava tanto para a missão sagrada da maternidade quanto para a manutenção da pureza feminina, implicando no recato, no pudor, na busca constante de uma perfeição moral, na aceitação de sacrifícios, na ação educadora dos filhos e filhas.

FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 02
A IMPORTANCIA DA MULHER
A EDUCAÇÃO FEMININA NO BRASIL IMPERIAL
MULHERES NA SALA DE AULA
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PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:

O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?          

COMO FOI A EVOLUÇÃO HISTORICA DA MULHER NO BRASIL?

COMO FOI O MOVIMENTO FEMINISTA E A MUDANÇA DE PARADIGMA?


COMO ERA A EDUCAÇÃO FEMININA NO BRASIL IMPERIO?

COMO SE DEU A ENTRADA DAS MULHERES NAS SALAS DE AULA NO BRASIL?

RODA DE CONVERSA 03
INTRODUÇÃO

Atualmente as diferenças entre homens e mulheres, ligando o gênero ao trabalho, ao poder e ao sexismo na sociedade se tornaram um foco de pesquisas de área e uma realidade social importante.
Tanto as mulheres como os homens ocupam os mais diferentes papéis, que por sua vez, se constituem num conjunto de inter-relações que pode servir como objeto de investigação.
Como as mulheres, desde as sociedades mais antigas, sempre foram marginalizadas e até mesmo tratadas como aberração ou como um ser incompleto, torna-se evidente e necessário ir além de apenas nomear as grandes, mas sim buscar a história de muitas que permanecem invisíveis à história da humanidade.
Os sujeitos oprimidos ao longo da história foram representados na historiografia, na literatura, nos meios de comunicação de muitas formas, mas, sempre houve a predominância das representações produzidas pela classe dominante.
Podemos dizer que a história das mulheres é fundamental para se compreender a história geral, uma vez que ela é relacional, e inclui tudo o que envolve o ser humano, suas aspirações e realizações, seus parceiros e contemporâneos, suas construções e derrotas.
Escrever sobre a história das mulheres significa apresentar fatos pertinentes, idéias, perspectivas para todos que buscam refletir sobre o mundo contemporâneo ou procurem nele interferir. Trata-se de enfocar a mulher através das tensões e contradições que se estabelecem em diferentes épocas, tempos e sociedades.
Desvendar as relações entre a mulher e o grupo, procurando mostrar que ela como ser social, articula-se com o fato social. As transformações da cultura e as mudanças nas idéias nascem das dificuldades de uma época, de um indivíduo, homem ou mulher.
Globalmente o trabalho das mulheres e das feministas permanece focalizado na localização do poder em bases de gênero. As questões de poder e as relações de gênero estruturam todas as facetas da vida. Pois são as relações de poder que determinam à divisão social do trabalho.
Uma pesquisa feminista reforça e argumenta sobre a necessidade de se estudar as mulheres, caso contrário, veríamos apenas parte da figura da raça humana.3
Diante dos pressupostos, temos a intenção de realizar uma descrição, associada à uma análise de conceitos, diante dos quais, as mulheres na esfera pública, passam a ser submetidas a preconceitos e estigmatizações.
Analisar, compreender e discutir a educação da mulher no Brasil desde o período colonial até a atualidade, não esquecendo as diversas fases de luta por conquista de direitos como, o movimento feminista, passando pelo o trabalho nas fábricas até a luta de classes.
No primeiro momento abordou-se sobre o que alguns estudiosos pensam sobre a mulher, seus papéis e influências nas sociedades humanas, assim como o movimento feminista e sua importância na busca pela conquista de direitos para as mulheres e como elas, passando pela exploração trabalhista na fase da industrialização brasileira até as primeiras formas de participação na luta de classes.
No momento seguinte, tentamos focalizar determinados aspectos presentes no contexto social e que contribuíram para a evolução da educação feminina, desde o Brasil colônia, imperial, altamente influenciada pela mentalidade européia da época, bem como as representações sociais que contribuíram para as mudanças e permanências que interferem na ocupação do espaço público pelo segmento feminino.
O intuito é promover uma breve discussão de situações que permeiam a vida das mulheres nas sociedades patriarcais, como é o caso da nossa. O documento é, portanto, um momento de reflexão sobre os caminhos que as mulheres traçaram em suas vidas, porque, para que haja um reconhecimento político-social feminino, não basta que as mulheres apenas se conscientizem de
seus entraves sociais. Além disso, se faz necessário que os homens percebam que uma sociedade melhor requer o reconhecimento de várias opressões sociais e uma constante reflexão dialógica, para que as existências não sejam anuladas e para que as diferenças tenham o espaço necessário para serem negociadas.4

5. A MULHER E A EDUCAÇÃO PARA A SUBMISSÃO
A mulher continua sendo considerada subalterna ao longo dos séculos, fato explicado, muitas vezes, pela condição de reprodutora como causa da inferioridade em que a mulher se encontra, ou até mesmo seu destino, como ser complementar do homem. Como a burguesia vê a emancipação feminina como um perigo para seus interesses, apropriou-se facilmente dessa condição de subalternidade feminina, apegando-se na solidez da família como forma de garantir a propriedade privada.
As desigualdades não provêm do fato de termos nascidos “machos” ou 14 “fêmeas”, mas sim das relações e papéis sociais e sexuais construídos sócio culturalmente. A própria sociedade determina o que é masculino e o que é feminino, através de suas instituições, da cultura, do sistema educacional, da divisão sexual e social do trabalho, etc. As relações desiguais de gênero é que levam a  mulher à subalternidade.
Como a sociedade se concebeu centrada no homem, muitas vezes, não nos damos conta de que desenvolvemos relações bem diferentes com os meninos e com as meninas. Pais e filhos, de ambos os sexos perceberam que fazem diferenças. Essas diferenças podem ocorrer, por exemplo, quando são enfatizadas
características que eles esperavam ver mais desenvolvidas nas meninas, e, outras nos meninos.
Claro que tratar meninos e meninas de modo igual, não é a solução para o problema dom preconceito presente na sociedade. Não se podem negar as diferenças e nem o modo de pensar já estabelecido. Faz-se necessário construir a consciência crítica dos preconceitos, e ensinar, sobretudo, o respeito para com o semelhante.
O modelo que temos hoje é o de um mundo formado e dirigido por homens, onde as mulheres aparecem como imperceptíveis coadjuvantes na construção da sociedade. Para se mudar essa maneira sexista que só serve par a promover ainda
mais as desigualdades entre homens e mulheres, é necessário implantar, através da educação, valores e idéias que não venham a reforçar a concepção de superioridade do mundo masculino em relação ao feminino, mas, que estabeleça condições de igualdade de oportunidades para ambos os sexos.
Muitas vezes, são as próprias mulheres as responsáveis pela reprodução do machismo e das idéias que pregam a suposta inferioridade delas em relação aos homens. Idéias essas, que são repetidas a exaustão na família, nas igrejas, nos meios de comunicação, até que a sociedade se convença delas, tornado-as
predominantes.
Para combater esse tipo de educação, devem-se evitar grupos por sexo, fazer leituras críticas a partir da perspectiva de gênero, analisar a realidade da sociedade brasileira e a importância da mulher nessa sociedade, acabar com os estereótipos que colocaram homens e mulheres em mundos divididos e rígidos padrões de comportamento. 15
À escola e aos educadores, cabe uma reflexão sobre gênero, que leve ao desenvolvimento de um trabalho que possa contribuir para que a educação seja um instrumento de democracia, que venha a colaborar para a superação de preconceitos e para a formação de pessoas comprometidas com a igualdade de direitos entre os sexos.
A partir do século XX, devido as constantes mobilizações, movimentos, estudos e efetiva participação da mulher nos sindicatos, escolas, universidades e associações, a luta das mulheres contra a discriminação, violência e preconceito se tornam cada vez mais visível. Os desejos as angustias, enfim, a história de vida das mulheres se torna pública. Mesmo assim, o modelo econômico Neoliberal em que vivemos, com todas as transformações ocorridas na condição feminina, leva à exclusão social de muitas mulheres que não são capazes de decidir sobre suas próprias vidas.
6. AS MULHERES E AS MÁQUINAS
“A sociedade industrializada necessitava de mão-de-obra para os diferentes campos de trabalho que se abrem e percebem o significado da inserção da mulher nos meios profissionais e da escolarização como elemento preponderante a essas mudanças.” (GASPARI, 2003, p. 72). Nas primeiras décadas do século XX, no Brasil, grande parte do proletariado era formado por mulheres e crianças. A imprensa operária, denunciava as investidas sexuais de contramestres e patrões sobre as trabalhadoras, que se revoltava contra as situações de humilhação a que estavam sujeitas nas fábricas.
Apesar das mobilizações políticas e das greves realizadas nos
estabelecimento fabris entre 1890 e 1930, as operárias eram, na maioria das vezes, vistas como “mocinhas infelizes e frágeis”, desprotegidas e emocionalmente vulneráveis aos olhos da sociedade.
As dificuldades aparecem desde cedo. Vários eram os modos como essas trabalhadoras eram percebidas: frágeis e infelizes para os jornalistas, perigosas e indesejáveis para os patrões, passivas e inconscientes para os militantes políticos, perdidas e degeneradas para os médicos e juristas.
Como a maior parte da documentação sobre o universo fabril foi produzida 16 por autoridades públicas, lidamos muito mais com a construção masculina da identidade das mulheres trabalhadoras do que com suas próprias percepções de condições social, sexual e individual.
A grande maioria das trabalhadoras das primeiras fábricas brasileiras era composta por imigrantes européias: italianas, espanholas portuguesas, alemãs, romenas, húngaras, polonesa, lituanas, sírias, judias. Elas foram atraídas pelo governo, para trabalhar tanto na lavoura e nas fazendas de café quanto nas fábricas que surgiam nas cidades, em substituição à mão-de-obra escrava.
Seduzidos pelo anúncio de um futuro promissor e sonhando em “fazer a América”, os imigrantes formaram os principais contingentes das fábricas que cresciam no Rio de Janeiro e em São Paulo. A industrialização brasileira, que havia iniciado no Nordeste, com a indústria de tecidos de algodão na Bahia, entre as décadas de quarenta e sessenta do século XIX, passou a concentrar um número
maior de operários no Rio de Janeiro, e a partir da década de 1920, em São Paulo.
Sabe-se que era significativo o número de mulheres e crianças imigrantes, força de trabalho abundante e barata, que era a maioria nas primeiras fábricas.
Setores como os de metalurgia, calçados e mobiliário eram ocupados pelos homens, mas em indústrias de fiação e tecelagem, por possuírem pouca mecanização era comum o trabalho de mulheres. Em 1901, um dos primeiros levantamentos sobre a
situação da indústria no estado de São Paulo constatou que 49,95% do operariado era composto por mulheres, e 22,79% eram crianças. Isso mostra que a grande maioria dos trabalhadores têxteis eram mulheres e crianças.
Muitas mulheres eram costureiras e complementavam o orçamento
doméstico trabalhando em casa, às vezes até 18 horas por dia, para uma fábrica de chapéu ou alfaiataria. Negócio esse bastante lucrativo para os industriais, uma vez que, deixavam de pagar determinados impostos e ainda exploravam discretamente à
força de trabalho feminina e infantil, consideradas como de baixa capacidade de resistência.
Na medida em que avançam a industrialização e a incorporação da força do trabalho masculino, as mulheres vão sendo progressivamente expulsas das fábricas.
Vão aumentando cada vez mais as barreiras para as mulheres participarem do mundo dos negócios, de variação salarial à intimidação física, da desqualificação intelectual ao assédio sexual, elas sempre tiveram que lutar contra os inúmeros 17
obstáculos para ingressar no campo mais conhecido como “masculino”. Esses obstáculos já vinham da própria família, hostil ao trabalho feminino fora do lar. Para os pais, as filhas deveriam assegurar o futuro, encontrando um “bom partido” para casar, o que batia de frente com as suas aspirações de trabalhar fora e obter êxito em suas profissões. Os homens procuravam desqualificar o trabalho feminino, procurando não socializar informações importantes para preservar seu espaço na esfera pública.
A partir do início do século XX, as mulheres foram sendo progressivamente substituídas pela mão-de-obra masculina, passando a partir de 1950 a representar apenas 23% da força de trabalho nas fábricas. Com a Primeira Guerra Mundial, houve uma intensificação do desenvolvimento industrial, causando um aumento de 83% da população operária masculina em detrimento da feminina.
A rotina de trabalho nas fábricas variava de 10 a 14 horas diária, sob a supervisão dos patrões. Normalmente, as mulheres ficavam com as tarefas menos especializadas e mal remuneradas porque os cargos de direção cabiam sempre aos homens. Como não havia uma legislação trabalhista, as operárias procuravam à imprensa operária para registrar suas queixas: contra as péssimas condições de trabalho, a falta de higiene, o controle disciplinar, o assédio sexual etc.
 FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 03
A IMPORTANCIA DA MULHER
A MULHER E A EDUCAÇÃO PARA A SUBMISSÃO
AS MULHERES E AS MÁQUINAS
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PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:

O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?

COMO FOI A EVOLUÇÃO HISTORICA DA MULHER NO BRASIL?


COMO FOI O MOVIMENTO FEMINISTA E A MUDANÇA DE PARADIGMA?

COMO SE DEU A EDUCAÇÃO DA MULHER PARA A SUBMISSÃO?


COMO FOI E COMO É O PROCESSO DE ENTRADA DAS MULHERES NA SOCIEDADE INDUSTRIALIZADA? FALE UM POUCO SOBRE ESSA EVOLUÇÃO?

RODA DE CONVERSA 04
INTRODUÇÃO

Atualmente as diferenças entre homens e mulheres, ligando o gênero ao trabalho, ao poder e ao sexismo na sociedade se tornaram um foco de pesquisas de área e uma realidade social importante.
Tanto as mulheres como os homens ocupam os mais diferentes papéis, que por sua vez, se constituem num conjunto de inter-relações que pode servir como objeto de investigação.
Como as mulheres, desde as sociedades mais antigas, sempre foram marginalizadas e até mesmo tratadas como aberração ou como um ser incompleto, torna-se evidente e necessário ir além de apenas nomear as grandes, mas sim buscar a história de muitas que permanecem invisíveis à história da humanidade.
Os sujeitos oprimidos ao longo da história foram representados na
historiografia, na literatura, nos meios de comunicação de muitas formas, mas, sempre houve a predominância das representações produzidas pela classe dominante.
Podemos dizer que a história das mulheres é fundamental para se
compreender a história geral, uma vez que ela é relacional, e inclui tudo o que envolve o ser humano, suas aspirações e realizações, seus parceiros e contemporâneos, suas construções e derrotas.
Escrever sobre a história das mulheres significa apresentar fatos pertinentes, idéias, perspectivas para todos que buscam refletir sobre o mundo contemporâneo ou procurem nele interferir. Trata-se de enfocar a mulher através das tensões e contradições que se estabelecem em diferentes épocas, tempos e sociedades.
Desvendar as relações entre a mulher e o grupo, procurando mostrar que ela como ser social, articula-se com o fato social. As transformações da cultura e as mudanças nas idéias nascem das dificuldades de uma época, de um indivíduo, homem ou mulher.
Globalmente o trabalho das mulheres e das feministas permanece focalizado na localização do poder em bases de gênero. As questões de poder e as relações de gênero estruturam todas as facetas da vida. Pois são as relações de poder que determinam à divisão social do trabalho.
Uma pesquisa feminista reforça e argumenta sobre a necessidade de se estudar as mulheres, caso contrário, veríamos apenas parte da figura da raça humana. 3
Diante dos pressupostos, temos a intenção de realizar uma descrição, associada à uma análise de conceitos, diante dos quais, as mulheres na esfera pública, passam a ser submetidas a preconceitos e estigmatizações.
Analisar, compreender e discutir a educação da mulher no Brasil desde o período colonial até a atualidade, não esquecendo as diversas fases de luta por conquista de direitos como, o movimento feminista, passando pelo o trabalho nas fábricas até a luta de classes.
No primeiro momento abordou-se sobre o que alguns estudiosos pensam sobre a mulher, seus papéis e influências nas sociedades humanas, assim como o movimento feminista e sua importância na busca pela conquista de direitos para as mulheres e como elas, passando pela exploração trabalhista na fase da industrialização brasileira até as primeiras formas de participação na luta de classes.
No momento seguinte, tentamos focalizar determinados aspectos presentes no contexto social e que contribuíram para a evolução da educação feminina, desde o Brasil colônia, imperial, altamente influenciada pela mentalidade européia da época, bem como as representações sociais que contribuíram para as mudanças e permanências que interferem na ocupação do espaço público pelo segmento feminino.
O intuito é promover uma breve discussão de situações que permeiam a vida das mulheres nas sociedades patriarcais, como é o caso da nossa. O documento é, portanto, um momento de reflexão sobre os caminhos que as mulheres traçaram em suas vidas, porque, para que haja um reconhecimento político-social feminino, não basta que as mulheres apenas se conscientizem de seus entraves sociais. Além disso, se faz necessário que os homens percebam que uma sociedade melhor requer o reconhecimento de várias opressões sociais e uma constante reflexão dialógica, para que as existências não sejam anuladas e para que as diferenças tenham o espaço necessário para serem negociadas.

7. O LUGAR DA MULHER NA SOCIEDADE
O que chama a atenção é a freqüente associação entre a mulher no trabalho e a questão da moralidade social. Diversos setores sociais destacam em seu discurso que o mundo do trabalho representava uma ameaça à honra feminina.
Operários militantes, médicos higienistas, jornalistas, juristas e até as feministas descreviam a fábrica como “antro de perdição”, “bordel” ou “lupanar”, onde as trabalhadoras eram vistas como figuras passivas e indefesas. Influenciados por teóricos e economistas ingleses e franceses, muitos acreditavam que o trabalho da mulher fora de casa, tornaria os laços familiares mais
frouxos, debilitaria a raça, pois as crianças cresceriam mais soltas, destruiria a família. Se trabalhassem fora do lar, as mulheres deixariam de se interessar pelo casamento e pela maternidade.
Seguindo ainda a influência do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, do 18 pensamento médico e das concepções religiosas, as elites intelectuais e políticas do início do século XX procuraram redefinir o lugar da mulher na sociedade. No momento em que a urbanização e a industrialização das cidades criavam novas
perspectivas de trabalho e atuação, também houve uma mudança nas relações entre homens e mulheres, que passaram a se pautar por modelos europeus.
O teatro, a ópera, as confeitarias, restaurantes e cafés-concerto tornam-se os principais centros de encontro das elites, que ao deixarem à vida isolada do mundo rural e dos pequenos núcleos urbanos, onde a igreja era o principal espaço de sociabilidade, passam a buscar, com a modernização das cidades, novas formas
de reunião social e diversão.
As mulheres da classe média e alta abandonaram as roupas sóbrias e sisudas e passaram a se vestir conforme os ditames da moda francesa. Mulheres de famílias ricas e cortesãs de luxo passaram a procurar as costureiras francesas.
Principalmente nos anos 20 a figura da mulher moderna, magra, ágil, agressiva e independente, comparada às atrizes norte-americanas, passou a ser admirada pelas platéias femininas e masculinas.
“As trabalhadoras pobres - operárias, costureiras, floristas, garçonetes – começaram a ser observadas nas ruas da cidade ao lado das mais ricas por memorialistas, viajantes, literatos, jornalistas e médicos.” (DEL PRIORE, 2006, p.586).
Os cinemas, seduzindo a platéia com os atores e as atrizes norteamericanos, atraíam um crescente número de público. Todas as classes sociais passaram a valorizar os esportes. Tanto os trabalhadores imigrantes como os nativos desenvolviam uma cultura própria com grupos de teatro e propaganda política nos centros de cultura social, nas bibliotecas públicas. As operárias acompanhadas de seus namorados, maridos ou amigos também participavam desse
novo universo social. Era a modernização que chegava ao país.
Claro que a despeito dessa modernização, as relações familiares
continuavam sendo pautadas por um forte moralismo, tanto nas camadas mais ricas como nas mais pobres da sociedade. Mesmo entre os anarquistas, desfavoráveis ao casamento monogâmico e a exigência da virgindade para a mulher, defensores do amor livre, do divórcio e da maternidade voluntária, os códigos de conduta sexual
eram bastante severos revelando-se que havia ainda uma enorme preocupação com 19
a preservação da moralidade das mulheres no meio operário.
Em todos os sentidos, a sociedade modernizava-se. Os anarquistas e socialistas, no interior das fábricas, reclamavam contra os maus-tratos e a exploração dos patrões. Os industriais modernos adeptos do Taylorismo, método “científico” de racionalização do trabalho nascido nos Estados Unidos e difundido pelo mundo, defendiam que as fábricas fossem remodeladas para dar ao trabalhador a sensação de aconchego e paz, eliminando a “luta de classes”.
Nesse contexto, com a crescente incorporação do trabalho feminino à esfera pública em geral, passou-se a discutir amplamente, ao lado de temas como: sexualidade, adultério, casamento e prostituição. Diante do avanço urbano de muitas cidades brasileiras e da concentração de um grande contingente de trabalhadoras nos bairros operários, o mundo público passou a ser considerado como ameaçador para a moralidade das mulheres e crianças.
Muitos médicos e higienistas acreditavam que o trabalho fora do lar levaria à desagregação da família, pois, se as mulheres passassem a trabalhar durante o dia, não teriam tempo para se dedicar ao marido, a casa e aos filhos. As preocupações
eram tamanhas que levaram à delimitação de rígidos códigos de moralidade para mulheres de todas as classes sociais. As que pertenciam à elite e às camadas médias era o centro dessas preocupações.
“As trabalhadoras pobres eram consideradas profundamente ignorantes, irresponsáveis e incapazes, tidas como mais irracionais que as mulheres das camadas médias e altas, as quais, por sua vez, eram consideradas menos racionas que os homens [...]” (DEL PRIORE, 2006, p. 589). Talvez por isso, profissões como: costureira, operária, lavadeira, doceira, empregada doméstica, florista, artista e várias outras profissões femininas eram estigmatizadas e associadas a imagens de perdição mora, de degradação e de prostituição.
As feministas, em seu discurso, consideravam as dificuldades que as mulheres da condição social mais alta enfrentavam para ingressarem no mundo do trabalho. Mas, com relação às demais trabalhadoras, o discurso das feministas afetava muito pouco o conceito que elas mesmas tinham. Diziam-se responsáveis
pelo futuro das trabalhadoras pobres, mas, não falavam ou não sabiam como encaminhá-las. Até mesmo a feministas consideravam as operárias incapazes de produzir alguma forma de manifestação cultural. 20
De modo geral, à medida que a industrialização absorveu as atividades outrora exercidas na unidade doméstica, como a fabricação de tecidos, pão, manteiga, doces, vela, fósforos, etc. desvalorizaram os serviços domésticos, ao mesmo tempo em que procurou revigorar a ideologia da maternidade de que, ser
mãe tornou-se a principal missão da mulher, num mundo onde se buscava estabelecer as fronteiras entre a esfera pública essencialmente masculina, e a privada, vista como lugar natural da esposa-mãe-dona de casa e de seus filhos.

8. AS MULHERES E A LUTA DE CLASSES
O movimento operário também protestava contra as inúmeras formas de exploração do trabalho, tanto feminino como infantil. Os anarquistas, por exemplo, condenava o fumo, a bebida alcoólica, o comportamento excêntrico, as festas de carnaval, não só por moralismo, mas porque as mulheres pobres estariam mais expostas a situações que permitiriam reforçar os esteriótipos atribuídos a elas.
Nas primeiras décadas do século XX, as anarquistas e sindicalistas
procuraram organizar as trabalhadoras, convocando-as para discutir seus problemas ou para assembléias sindicais. Desde o início da industrialização, elas escreviam vários artigos na imprensa operária, apontando os problemas que as trabalhadoras enfrentavam tanto na produção como na vida social, as péssimas condições de higiene nas fábricas e a inexistência de direitos políticos e sociais para as mulheres.
As anarquistas tentavam mostrar como a questão da emancipação da mulher poderia se resolvida com uma “revolução social” mais ampla, de onde se originaria um mundo fundado na igualdade, na justiça e na liberdade. A luta pela libertação feminina estava relacionada à emancipação de toda a humanidade. Tanto
as socialistas, como as comunistas e as anarquistas consideravam a questão feminina secundária em relação ao conflito de classes, que uma vez solucionado poria fim ao problema da opressão sexual. No entanto, as operárias anarquistas, propunham um feminismo libertário, questionando não apenas o patriarcalismo da sociedade brasileira, como também, a discriminação sexual no meio operário e no ambiente de militância política.
Contrariamente às feministas liberais, as anarquistas não reivindicavam o direito ao voto porque acreditavam que de nada adiantaria participar do campo 21 político, diferentemente das comunistas e das socialistas, se recusavam a criar um partido político, que para elas reproduziria, internamente e na sociedade, as
mesmas relações hierárquicas e de poder que elas já haviam procurado destruir no mundo burguês, instaurando as mesmas formas de desigualdade que eram criticadas.
Tanto os libertários quanto os anarquistas queriam uma sociedade
autônoma, fundada na solidariedade entre os indivíduos e não a competição. Nessa sociedade, sem distinção de raça, idade, sexo ou classe socioeconômica, todos teriam os mesmos direitos e deveres. Para tanto, deveriam lutar contra todas as formas de poder.
A condição feminina, o trabalho fora do lar, o casamento, a família e a educação deveriam se repensados e praticados de uma maneira renovada. As relações entre homens e mulheres deveriam ser radicalmente transformadas. As mulheres só teriam novas oportunidades de trabalho e de participação na vida social, se desfrutassem de condições de igualdade com os homens.
Para os libertários, a mulher emancipada desfrutaria dos mesmos espaços políticos, sociais e culturais que o homem.
A mulher deveria ter seus direitos não apenas reconhecidos, mas ampliados.
As anarquistas reivindicavam também o fim da valorização burguesa da virgindade feminina.
No discurso libertário, isso não significava o fim da família, mas sua
constituição fundada em princípios morais que envolvesse uma aposta na espontaneidade da atração entre os sexos, uma crença profunda nas potencialidades da natureza humana e no poder transformador da educação. Nesse sentido, defendia-se uma educação voltada para a realização das capacidades individuais, fundamentada no desenvolvimento da criatividade da pessoa e na crítica aos métodos autoritários e coercitivos do mundo capitalista.
Principalmente a partir da década de cinqüenta do século XX, aumentou a participação feminina no setor de consumo coletivo, em escritórios, no comércio ou em serviços públicos, surgindo mais oportunidades de emprego em profissões como: enfermeiras, professoras, funcionárias burocráticas, médicas, assistente social, vendedoras, etc. Demanda que exigiu uma maior escolaridade feminina e provocou mudanças no status social das mulheres. 22
No entanto, muitos preconceitos cercavam, nitidamente, o trabalho feminino nessa época. No imaginário social, ainda prevalecia à idéia de incompatibilidade entre casamento e vida profissional para mães e donas de casa.
Em geral esperava-se que as mulheres se dedicassem exclusivamente ao lar e fossem sustentadas pelos maridos, privilégios esses que, se perdidos com o mundo do trabalho, implicariam na perda da feminilidade. Era comum que as mulheres que trabalhavam fora, interrompessem suas atividades com o matrimônio ou com a chegada do primeiro filho. Isso, muitas vezes, gerava um conflito entre as visões tradicionais sobre os papéis femininos e a nova realidade do mercado de trabalho, a obtenção de uma independência e a possibilidade de satisfazer as necessidades de consumo pessoal e familiar.
Também, graças ao desenvolvimento econômico da década de cinqüenta, houve um aumento significativo do nível de escolaridade feminina. Pelo menos em relação ao acesso das mulheres à educação formal, e às áreas antes reservadas aos homens, diminuíram-se as distâncias.
A modernização da sociedade brasileira atingiu de maneira diferente os diversos grupos sociais e produziu várias formas e níveis de conflito. As reivindicações das mulheres trabalhadoras atingiram tanto áreas ligadas às atividades produtivas, estendendo-se até a vida familiar.
Desde o início o século XX, duas décadas após a Abolição da Escravidão, algumas trabalhadoras já lutavam por direitos trabalhistas e proteção previdenciária.
Em 1907, quando surge na vida política brasileira à liberdade sindical, determinadas categorias profissionais como, os burocratas civis e militares, trabalhadores dos arsenais da marinha, ferroviários, trabalhadores da imprensa nacional, formularam as primeiras pautas reivindicatórias. Reivindicações essas, que acabaram se limitando ao cotidiano do trabalho dos homens e não faziam a menor referência à vida fora das fábricas, muito menos às especificidades do trabalho da mulher. Muitas vezes, essas trabalhadoras eram sequer reconhecidas como parte da população economicamente ativa; sua contribuição social reduzia-se à de mantenedora do equilíbrio doméstico familiar.
A partir de 1930, inaugura-se no Brasil a constituição da cidadania social, com a criação do Ministério do Trabalho, a legislação trabalhista passa a ser válida em todo o, território nacional. O Estado passa a definir os direitos e os deveres da 23 organização das práticas produtivas; aceita as associações profissionais como interlocutoras e reconhece oficialmente os sindicatos.
Até 1964, depois do golpe militar, a noção de cidadania permanece
vinculada ao emprego estável, assalariado e urbano, priorizando-se o espaço fabril e os trabalhadores e empresários das grandes empresas. Por um lado essas ações representaram um avanço nas relações de trabalho, mas, por outro acabaram excluindo a maioria dos trabalhadores.
Como nessa época mais da metade da população brasileira residia no meio rural, onde predominava a produção familiar e o assalariamento informal, esse enorme contingente ficava excluído da reciprocidade contratual e tendo de aguardar vários anos para atingir os direitos previdenciários.
Buscando legitimidade, os governos militares ensaiaram algumas políticas direcionadas às camadas populares como, por exemplo: programas de alfabetização, de assistência médico-hospitalar e de alfabetização. Porém esses programas consideravam como público alvo a família institucionalmente constituída em torno do chefe da família e, portanto reafirmavam a assimetria das relações entre homens e mulheres.
Talvez, devido ao autoritarismo dos governos militares, as organizações sindicais da época tentam introduzir propostas políticas voltadas para a democracia, deixando em segundo plano, questões relativas às condições de vida e à reprodução social da família. Como o Estado admitia como interlocutores, algumas categorias profissionais e os chefes das famílias institucionalmente constituídas, a maior parte das mulheres continuava não sendo contemplada.
Entre 1979 e 1985, cresceu a mobilização de diferentes setores da
sociedade exigindo a redemocratização do país. Começaram a surgir novas práticas sociais: reivindicam-se, negociações coletivas, eleições de delgados sindicais nos locais de trabalho, novas modalidades de vínculos políticos entre os trabalhadores.
Surgem correntes sindicais inovadoras e críticas onde a organização sindical passa por um processo de questionamentos internos e externos.
Sobretudo nas cidades, o conflito passa a atingir dimensões não só das paredes das fábricas e das relações de trabalho, como também das condições de vida. Movimentos como as associações de bairro e os movimentos populares ganham alcance nacional, redimensionando a representatividade das instâncias 24 sindicais, sua capacidade de mediação com o Estado e a centralidade nas lutas econômicas.
É na confluência entre a herança histórica do sindicalismo e a luta pela melhoria de condições de vida, que se começa a notar que a população trabalhadora é formada tanto por homens como por mulheres, cada um com suas responsabilidades no seio da família.
“O direito à cidadania política – o direito ao voto – é alcançado pelas
mulheres brasileiras em 1932, antes de vários países da Europa, como França e Itália [...]” (DEL PRIORE, 2006, p. 644). Porém as aspirações que buscavam proporcionar oportunidades iguais para ambos os sexos, principalmente as relacionadas ao mundo do trabalho, passaram por um longo período de silêncio.
Diante das mobilizações de vários setores sociais em prol da
redemocratização do país, surgiu a necessidade de se repensar a divisão sexual do trabalho a partir da confluência entre as propostas da renovação cultural sindical e os movimentos populares, bem como da união entre grupos de mulheres trabalhadoras, grupos feministas, algumas organizações sindicais, partidos e setores das instituições da administração do Estado.
Muitas queixas e relatos sobre a discriminação e a segurança sexual
tornam-se fontes de denúncias e demandas de novos direitos. Grupos de mulheres conseguem uma nova forma de penetrar nas estruturas de representação, nas diretorias das organizações sindicais, partidos políticos, associações, comitês, etc., tradicionalmente ocupados por homens, através de reflexões, mobilizações, debates, frente aos tradicionais parâmetros da cultura sindical.
Ao longo dos anos 80 ocorre uma revisão da imagem social da feminilidade.
Chega-se à consciência de que qualquer definição, de papéis, da identidade e dos códigos de comportamento da mulher é instável e transitória. Aparecem com maior clareza os limites daquilo que seria característico da natureza social da mulher.
A partir do final dos anos 60, as mulheres de segmentos urbanos já
aparecem à frente de várias práticas reivindicativas. Mesmo quando a reflexão sobre o trabalho e a discriminação no mercado de emprego não estão presentes, são constantemente avaliados e revisados os papéis sociais da mulher, sejam eles de mãe, esposa ou dona de casa.
Com o objetivo de rever a divisão sexual no trabalho e a relação de pó der 25 na representação sindical, as trabalhadoras urbanas e rurais passam a refletir, em sua participação política, temas que têm como ponto de partida o cotidiano doméstico e do trabalho.
Trabalhadoras dirigentes sindicais, em seus discursos, passam a reconhecer a contribuição do feminismo, mesmo que muitas não tenham participado diretamente da eclosão desse movimento. Elas se mostraram capazes de incorporar em suas concepções políticas, uma visão mais ampla de cidadania, dando continuidade à luta pela revisão da feminilidade.
Para as trabalhadoras se faz necessário rever a maneira como seus
diversos papéis são exercidos. São questionadas as atribuições domésticas e extra domésticas de homens e mulheres; o papel da mãe e do pai são confrontados. Tais questionamentos mostram que, para renovar o conceito de feminilidade, é indispensável renovar também, o conceito de masculinidade.
CONCLUSÃO
Tem-se percebido uma mudança radical em termos da proporção nas quais as mulheres são representadas na produção de conhecimento e da teoria no que se refere ao status da mulher, tanto dentro quanto fora das instituições oficiais, da educação e da pesquisa.
As relações de poder e de gênero têm mantido as mulheres ausentes da participação ativa da produção do conhecimento. São defendidos novos paradigmas na pesquisa feminina com base na mudança de foco de homem para mulher e homem.
Diferentemente das visões que expressam a marginalização dos estudos das mulheres, as visões atuais vêem a pesquisa sobre as diferenças entre mulheres e entre homens, ligando o gênero ao trabalho do poder e ao estudo da natureza do sexismo na sociedade humana, como uma realidade social importante.
As intelectuais feministas começaram a mudar por criticar o preconceito na pesquisa tradicional, a explorar o status numa variedade de sociedades, a desvendar o preconceito de estudo das mulheres na academia, e a teorizar sobre suas posições sociais sob novas maneiras. Há um esforço maior para construir modelos mais complexos que vêem as mulheres e homens ocupando um número 26 variado de diferentes papéis que formam um conjunto de inter-relações disponíveis para investigação.
A pesquisa feminista reforça e argumenta que necessitamos estudar as mulheres, porque caso contrário só vê parte da raça humana. A marginalização das mulheres, tem permanecido como uma teoria popular que trata a feminilidade como uma aberração, ou a considera como um ser incompleto e a masculinidade como a posição mais aceita. É preciso estudar as mulheres em seus próprios termos, ir além de apenas nomear as grandes.
Outra questão diz respeito ao termo “papel do sexo” que ainda não foi claramente definido. O mais óbvio é afirmar que as características intelectuais, emocionais e de personalidade são distribuídas numa variedade de possibilidades, sem restrição de sexo, raça ou nacionalidade.
Foram apresentados alguns subsídios teóricos e exemplos do cotidiano social, direcionados para uma análise de conceitos e preconceitos estabelecidos sobre o papel social da mulher. Nesse contexto, procuramos argumentar sobre a importância de um estudo sobre as mulheres na sociedade, conectado a ação do homem na formação e organização social.
De forma bem resumida e simplista, pode-se afirmar que a questão de gênero está relacionada às construções sociais que permeiam a existência de ambos os sexos. Por isso todas as construções sociais sexistas foram dimensionadas tomando a definição de sexo como justificativa. Na nossa sociedade, o sexismo tem sido estimulado, internalizado e exercido por homens e mulheres.
Considerando-se esses aspectos, se faz necessário ressaltar que o objetivo de uma discussão sobre o papel da mulher e do homem na sociedade não pode ser direcionado a uma única vertente. Mesmo fazendo-se referência somente ao grupo
das mulheres, há incontestáveis distinções dentro desse grupo, que tem experimentado das mais variadas formas as perspectivas sexistas.
Uma estratégia de resgate da participação das mulheres na construção histórico-política da sociedade pode ser um estudo das dificuldades e lutas que ela enfrenta na sociedade capitalista patriarcal.
Fala-se muito em educação multicultural no Brasil, no entanto, para que isso seja possível, é necessário que se promovam inúmeras discussões e análises sobre o significado do ser na sociedade, bem como o reconhecimento de que as pessoas 27 são diferentes, mas que essas diferenças são relacionais, que discursos, verdades e histórias são construídos para o privilégio de uns em detrimento de outros. Uma educação multicultural que defenda a linguagem e as atitudes não-sexistas, que defenda a articulação e a negociação das diferenças de gênero em nossa sociedade.
Assim, a educação multicultural é a que reconhece que qualquer negociação das diferenças entre gênero inclui um estudo dos modos de resistência, dos conflitos, dos entraves sob os quais, vários grupos sociais têm vivido. Devendo,portanto, estar direcionado ao valor da análise crítica sobre todas as situações degênero na sociedade, pois a crítica, além de excelente produtora de conhecimento é uma das grandes possibilidades para que mudanças venham acontecer.
Finalmente esperamos que um número cada vez maior de pessoas possam
reconhecer que existem mudanças urgentes e possíveis para acontecer, objetivando
que os seres humanos possam articular uma vivência mutuamente inclusiva. Onde
homens e mulheres possam compreender suas vidas por uma visão mais ampla,
para que a partir daí, consigam participar das mais variadas formas da criação de
um futuro sustentável, igualitário e renovado.

FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 04
A IMPORTANCIA DA MULHER
O LUGAR DA MULHER NA SOCIEDADE MODERNA E PÓS MODERNA
AS MULHERES E A LUTA DE CLASSES
·         ESCOLHER ALGUEM PARA COORDENAR E ALGUEM PARA FAZER OS REGISTROS /MEMORIA
·         FAZER A LEITURA
·         IR ANOTANDO AS IDEIAS FORTES
·         DISCUTIR AS QUESTÕES
·         FAZER UM RELATORIO PARA APARESENTAÇÃO NO PLENÁRIO
PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:

O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?          

COMO FOI A EVOLUÇÃO HISTORICA DA MULHER NO BRASIL?

COMO FOI O MOVIMENTO FEMINISTA E A MUDANÇA DE PARADIGMA?

O QUE MUDA PARA MULHERES

O QUE MUDA PARA OS HOMENS

 NO PROCESSO DE OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS DE TRABALHO/

NO PROCESSO DE OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO NA SOCIEDADE?

QUE IMPORTANCIA TEVE PARA AS MULHERES A CONSCIENCIA DA LUTA DE CLASSES E O QUE PROVOCOU DE MUDANÇA NA VIDA DAS MULHERES?


QUE BANDEIRAS NOVAS A MULHERES COMEÇAM A LEVANTAR NESSE VIVER DA LUTA DE CLASSES?

REFERENCIAS
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UNESP, 1988.
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GASPARI, Leni Trentim. Educação e Memória: Imagens Femininas nas “Gêmeas
do Iguaçú” nos anos 40 e 50. (Dissertação de Mestrado em Educação)
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PERROT, Michelle. Os Excluídos da História, Operários, Mulheres e
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PRIORE, M. D. (org.) História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006.

periodo tarde




RODA DE CONVERSA  05

sociedade e a democracia na pós-modernidade

Maristela Rempel Ebert*

O presente artigo pretende fazer uma articulação das principais características do mundo atual, retomar alguns teóricos da pós-modernidade, em especial Zigmund Bauman e Boaventura Santos, e refletir sobre as possibilidades de se aprofundar as experiências democráticas para além do modelo hegemônico liberal que tem vigorado ao longo do século XX.  Trata-se de retomar algumas experiências de participação e controle social exemplificadas por Boaventura Santos como formas alternativas de construção de democracia que ultrapassam a lógica formal, elitista e representativa da política, que reduz o processo de cidadania ao direito de votar num governante, característica esta fundamental da democracia ocidental capitalista.
A partir da década de 70 ocorre uma reestruturação mundial do capitalismo, com uma intensificação do comércio global, formação de blocos regionais, processo de flexibilização das fronteiras nacionais, centralização do sistema financeiro, bem como uma reorganização do mundo do trabalho e do processo produtivo (substituição da era industrial das máquinas pesadas pelos sistemas de informação e pela revolução tecnológica contínua). Na política, surge uma reconfiguração do papel do Estado, qual seja, um abandono do Estado do bem estar social, como fortemente interventor e promotor da cidadania e dos direitos sociais, em favor de um Estado mínimo centrado de forma predominante em garantir a ordem. Trata-se da consolidação da visão do Estado liberal que vinha sendo defendido por muitos teóricos desde o final do século XIX e que veio a se consolidar no final do século XX. Após a 2ª guerra mundial, em lugar dos Estados-Nacionais fortes, surgem órgãos internacionais (FMI, OMC, Banco Mundial) como referência para resolver conflitos internacionais, os quais entre outras funções estabelecem tratados e possuem poder de realizar empréstimos e renegociar as dívidas externas dos países.
Alguns chamam essa fase de pós-modernidade, outros de capitalismo tardio (como Jameson e Mandel), e outros ainda de pós-fordismo (como Harvey), era da informação, globalização, etc., sendo que essas várias expressões podem ser interpretadas como sinônimas e, em geral são utilizadas simultaneamente. E também seu uso depende da preferência (ideológica) do intelectual e do enfoque dado, seja com viés mais social, econômico ou político. Apesar da diversidade de leituras sobre a época atual, seja criticando ou defendendo, a maioria concorda que se trata de uma reorganização do sistema capitalista e não de um novo sistema produtivo. É inegável que uma das principais características desta nova fase é o enfraquecimento do Estado do bem estar social que caracterizou mais da metade do século XX. Todavia, este novo papel atribuído ao Estado não é homogêneo em todos os países, assim como o Estado do Bem estar social não o era.
Bauman dentre várias definições para época atual, utiliza o termo “modernidade líquida”[1] para caracterizar a fluidez da realidade em contraposição à solidez do período anterior. Esta fluidez não é apenas econômica (que transfere em questões de segundo grandes volumes de capital de um canto do mundo a outro, ou de uma empresa que se instala em um país e dele migra tão rápido quanto entrou), ou política (mudanças contínuas de legislação, leis de patentes, fim dos direitos adquiridos dos trabalhadores, crise dos partidos tradicionais de esquerda e de direita, etc.), ela também se reproduz nas demais áreas da vida humana, como as relações pessoais (amor e amizade cada vez mais fluidos e passageiros, identidade pessoal fluida), o lazer (intensificação do turismo, das migrações), a arte e o conhecimento acadêmico, cada vez mais ávido por novidades, em especial nas áreas tecnológicas. Aliás, a revolução tecnológica é o grande sustentáculo do capitalismo atual, é ela que dinamiza a produção econômica e o acúmulo de capital. O pensador utiliza a metáfora do ‘turista e do vagabundo’ para ilustrar a mobilidade e a flexibilidade atual, mostrando que esse desenraizamento contínuo é vivenciado de forma diferenciada pelas pessoas: para quem tem dinheiro é uma opção de viver aventuras permanentes; para os pobres, os excluídos, longe de ser uma escolha é uma condição, pois eles se movem continuamente porque lhes são negado a permanência num determinado lugar.
Bauman ao caracterizar a sociedade atual é bastante pessimista. Pois, se de um lado o fim das grandes utopias e das certezas poderiam tornar os indivíduos mais livres e autônomos para decidirem seu destino, do outro, a radicalização do individualismo tornou quase impossível a convivência coletiva. O que sobrou foi apenas o indivíduo, e este enquanto consumidor. O símbolo da época atual são os ‘shoppings’, que são os templos da era do consumo, onde as pessoas estão juntas as outras num mesmo local fechado (com a máxima segurança) mas não convivem nem partilham as diferentes experiências. A liberdade acaba reduzida à escolha entre um ou outro produto por parte do indivíduo. Se por séculos o indivíduo foi sufocado pelo coletivo, agora se caiu no outro extremo.
Também Jameson, Baudrillard, Lyotard e outros compartilham muito do pessimismo de Bauman, salvo as especificidades de cada um. Jameson afirma que a mídia passou a ocupar o espaço da política, de modo que só existe o que é veiculado por ela e enquanto é veiculada por ela. Ele também faz uma crítica aos micro-grupos que se proliferaram com o fim (ou a crise) do modelo tradicional de fazer política (partidos políticos), argumentando que o discurso em defesa da diferença e da pluralidade tem por fundamento a homogeneidade (modelo de democracia ocidental, capitalista e do homem branco) que esconde as injustiças, as desigualdades sociais e o racismo. Baudrillard, enfatizando mais a perspectiva da cultura, diz que a pós-modernidade é sinônima da sociedade de consumo, onde a própria crítica acaba por ser absorvida e transformada em um objeto de consumo. É a sociedade da imagem e do espetáculo que tenta esconder sua superficialidade e o fato de já não corresponder a uma realidade nem distinguir o que é real do fictício. Tudo é simulacro; a própria política não passa de cenas de simulacro no qual já não há como distinguir o que é real. Certamente que Baudrillard é de longe o mais pessimista, pois Jameson e Bauman, apesar das críticas, ainda fazem indicação do papel da política como uma possível saída para a fragmentação e a rearticulação da busca do bem público (papel social do Estado). Para Jameson, caberia à política buscar superar a fragmentação dos diferentes grupos, buscando articular o local (particular) ao global.  Bauman apesar de reconhecer os riscos do individualismo e da apatia política, acredita que por meio da política é possível construir uma sociedade autônoma, nem opressora dos indivíduos e nem passiva a ponto dos indivíduos tornarem-se indiferentes entre si.
Boaventura Santos (2005) concorda com a maioria das críticas à sociedade atual realizada pelos autores anteriormente citados. Ele afirma que o modelo da economia de mercado tem aumentado as desigualdades sociais e isto é verificável tanto nos países centrais como periféricos (claro que com mais intensidade e gravidade nestes últimos). Diz ele, das 100 maiores economias do mundo, 47 encontram-se nas mãos de grandes empresas multinacionais e há várias empresas privadas hoje que possuem mais riquezas que muitos países. Segundo dados da ONU, dos 84 países mais pobres, 54 diminuíram seu PIB, sendo que destes 14 reduziram em torno de 35%. Atualmente, 1,5 milhões de pessoas vivem com menos de 1 dólar/dia; e outras 2 milhões vivem com até 2 dólares/dia. Mesmo nos EUA as desigualdades aumentaram onde 20% das famílias mais ricas detêm em torno de 80% das riquezas, situação nunca vista antes. As 200 pessoas mais ricas do mundo entre 1994 a 1998 dobraram suas riquezas. Portanto, após a crise da década de 70, com a consolidação do capitalismo do mercado e o fim do Estado do bem estar social ou da providência , há um crescimento considerável das desigualdades sociais e enriquecimento das grandes corporações transnacionais.
Contudo, para Boaventura Santos, se por um lado ocorreu um fortalecimento do modelo hegemônico do capitalismo de mercado neoliberal, de outro se está muito longe de uma única globalização. Primeiro, a democracia não é um fato natural, mas uma construção histórica e social e, além disso, não existe nem nunca existiu um único modelo nem mesmo na época do Estado do bem estar social. Portanto, há um modelo hegemônico de economia, de gerenciamento de Estado, de cultura, leia-se de economia de mercado, de Estado cada vez menos engajado com a promoção das questões sociais, de uma cultura ocidental americanizada, etc., apoiado por órgãos internacionais que condicionam empréstimos e benefícios às diferentes nações com o comprometimento destas com a implementação das políticas neoliberais, mas dentro dessa mesma conjuntura mundial há resistências e organizações locais autônomas. Dentre as várias obras publicadas por Boaventura Santos (2003), uma delas trata em especial das diferentes experiências de democracia, em especial nos países do sul, e exemplos de participação social, tais como o orçamento participativo no Brasil. Houve experiência semelhante, na Índia, sob comando do partido comunista na cidade de Querela; em Moçambique, com mulheres lutando por espaço de participação; na Colômbia onde comunidades locais se organizaram e negociavam diretamente com o governo; na África do Sul, com a luta contra a apartheid, etc. São algumas alternativas contra-hegemônicas que se contrapõem ao modelo dominante do capitalismo de mercado e ao neoliberalismo e seu modelo de democracia representativa. Ele propõe uma contra-hegemonia que se organiza no local, mas que se articula a nível global. Boaventura Santos sugere pensar a globalização para além do econômico; levar em conta fatores culturais, políticos e sociais. Há uma variedade de experiências locais de organização autônoma e auto-sustentável, que não podem e nem devem ser ignoradas, embora também não se possa subestimar o peso do modelo hegemônico. Trata-se do paradigma de localização mas que não pode ser o modelo de auto-proteção isolada, é necessário buscar articulação global. Trata-se de estimular o controle democrático, a redistribuição de riquezas, o estímulo ao multiculturalismo emancipatório. Enquanto o modelo hegemônico articula o local/global buscando uma maior homogeneidade e coerência; o modelo contra-hegemônico visa ser uma alternativa com diferentes respostas locais, buscando articulação global naquilo que há de interesse comum e lutando pela diversidade naquilo que constitui as particularidades locais. Não há hegemonia plena da globalização capitalista atual, há conflitos internos entre os próprios liberais, é um processo de relação e inter-relação, mesmo havendo dominantes e dominados, esses últimos não se reduzem a sujeitos passivos, há resistências, reações e transformações de todos os agentes envolvidos.
Boaventura Santos ao analisar as diferentes experiências de democracia contra-hegemônicas pondera sobre as dificuldades e as particularidades de cada processo local. Ele menciona os riscos de cooptação dos movimentos sociais pela lógica do modelo hegemônico, bem como reconhece que por serem vivências incipientes, são frágeis e que não há garantias de sucesso a priori. Ele apresenta alguns exemplos das dificuldades enfrentadas nestas experiências de democracia contra-hegemônicas. Por exemplo, a luta das mulheres por espaço na política em Moçambique, que uma vez conquistado reproduziu o mesmo modelo dominante e machista. Outro exemplo ilustrado é o modelo indiano de participação, o sistema Panchayats (com mais de 2 milhões de participantes e mais de 300 mil delegados),  muito atrelado ao partido comunista e vítima freqüente de denúncias de corrupção, uma vez que são os próprios comitês que executam as decisões. O caso Brasileiro, diferente do indiano (pioneiro em Porto Alegre), tem mais autonomia em relação ao partido que está no poder, pois as decisões são realizadas pelas assembléias cabendo ao governo local executá-las. No caso do Brasil, Boaventura Santos diz que este processo nasceu com os movimentos sociais e o partido dos trabalhadores apenas acolheu a demanda da comunidade, o que possibilitou uma maior autonomia desta experiência de democracia participativa direta. Este modelo apesar de local se expandiu para mais de 140 municípios entre 1997 a 2000 e vários outros países latino-americanos começam a se interessar por ele. Embora, atualmente, após este estudo publicado já se percebe os limites e o retrocesso desta experiência em várias cidades brasileiras, onde foi reduzida a participação e autonomia do controle social em favor de uma maior burocratização deste processo.
Para Boaventura Santos, estes exemplos não visam construir um modelo universal de democracia (uma receita pronta), pois é justamente contra esta lógica que se propõe uma globalização contra-hegemônica. Com a valorização destas experiências locais justamente está se incentivando a diversidade cultural das diferentes comunidades ignoradas pela democracia liberal. Mas ao mesmo tempo, o pensador alerta sobre os riscos dos fracassos de tais organizações que permanecem isoladas. Como exemplo de tragédia ele cita a comunidade de São José do Apartadó, na Colômbia, situada no centro do conflito entre guerrilheiros e forças militares, onde eles optaram pela bandeira da paz, mas entre 1999 a 2000 haviam morrido 83 pessoas da comunidade, demonstrando os limites de experiências locais isoladas. Assim, é fundamental que se articule redes ou elos globais entre as diferentes comunidades que buscam resistir ao modelo de globalização hegemônica.
Portanto, a presente análise buscou apontar vários aspectos que caracterizam a época atual, visando apontar alternativas de práticas democráticas que vão além do modelo hegemônico neoliberal de participação. Boaventura Santos (2006) afirma que o capitalismo é criticável não por não ser democrático, mas por não ser suficientemente democrático, pois se limita a democratização do espaço político do Estado. É necessário ampliar para as outras esferas da vida humana, desde as relações domésticas (relações de gênero), o espaço de produção (mundo do trabalho, distribuição de riquezas, etc.) como também a nível mundial (relações entre países). Trata-se de tornar mais complexo e democrático toda a estrutura social, o que poderá levar a sua manutenção ou superação e, neste sentido, os diferentes movimentos sociais da época atual como ambientalistas, feminismo e as várias experiências de ampliação democrática dos países do sul (citados anteriormente) se configuram como alternativas coletivas para a construção de uma sociedade mais justa. Como diz Bauman(2003), o critério de avaliação de uma sociedade justa não é pela média do PIB, mas pelo grau de justiça social que os habitantes mais fracos usufruem (como Marx postulou)
Certamente num contexto de turistas e vagabundos, metáfora utilizada por Bauman(1998), onde impera o individualismo extremo há dificuldades na construção de alternativas coletivas, mas estas não se tornam impossíveis, vide os diferentes exemplos encontrados, em especial nos países menos desenvolvidos apresentados por Boaventura Santos. É inegável que estas novas formas de participação social se chocam com modelos tradicionais de participação política: seja numa perspectiva mais conservadora de participação político-partidária; seja em relação à visão ideológica tradicional da esquerda centrada na organização de partidos políticos e sindicatos[2].  É neste contexto continuamente imprevisível que os seres humanos agem, interpretam e transformam o mundo, não numa perspectiva unilinear, mas com escolhas que tanto poderão manter o sistema capitalista como transformá-lo. E a transformação já não será possível identificar com uma única fórmula, e talvez seja esta diversidade e falta de fundamento último que poderá construir um mundo melhor, não livre de conflitos mas mais democrático e justo.

Referências
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade liquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001
__________. O mal-estar da pós-modernidade.Turistas e Vagabundos: os heróis e as vítimas da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1998(106-120)
__________. Entrevista . Folha de S. Paulo, São Paulo (19 de outubro de 2003)
BRAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulação. (7-40)
JAMESON, Frederic. Pós-modernismo- a lógica cultural do capitalismo tardio.(13-90)
SANTOS, Boaventura de Souza. A globalização e as ciências sociais. São Paulo: Cortez, 2005 (25-102)
__________. Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: civilização brasileira: 2003(39-82)
__________. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 2006
 


* Graduada em Filosofia pela Unijuí, Mestre em Filosofia pela UFSM. Funcionária pública da Secretaria Estadual de Saúde/RS e graduanda em Ciências Sociais pela UFSM.
[1] Bauman diz que sua opção por modernidade liquida em contraposição à modernidade sólida (caracterizava o período anterior) é para evitar ser confundido com os defensores de pós-modernismo/pós-moderno (ideal, valores de uma nova sociedade). Pós-modernidade é uma abordagem sociológica da época atual (Folha de S. Paulo, São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003).
[2] Daniel Bensaid, teórico de esquerda, no artigo “Uma Nova Época Histórica” publicado na obra  “Marxismo, Modernidade, Utopias” (2000), afirma que a estratégica de conquista da arena nacional (hegemonia nacional) que caracterizou o discurso de esquerda por vários anos nos, dias atuais não é falsa, mas já não é o suficiente. A luta pelo poder nacional cada vez está mais influenciada pela dinâmica regional/mundial. Além disso, a reorganização produtiva e por conseqüência a diminuição enorme dos postos de trabalho exigem do movimento sindical  outras saídas (que ao meu ver certamente devem ultrapassem o tradicional assistencialismo e o corporativismo predominante da prática sindical nos dias atuais. Assim, a esquerda terá que lidar com estas mudanças que não são apenas conjunturais, mas oriundas de uma nova fase do capitalismo, bem como se abrir a novas formas de participação social
FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 05
 SOCIEDADE E A DEMOCRACIA NA PÓS-MODERNIDADE
·         ESCOLHER ALGUEM PARA COORDENAR E ALGUEM PARA FAZER OS REGISTROS /MEMORIA
·         FAZER A LEITURA
·         IR ANOTANDO AS IDEIAS FORTES
·         DISCUTIR AS QUESTÕES
·         FAZER UM RELATORIO PARA APARESENTAÇÃO NO PLENÁRIO
PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:

O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?          


O QUE ACONTECE NO MUNDO, NAS RELAÇÕES HUMANAS, NA RELAÇÃO ECONOMICA, POLITICA, ENTRE OS ESTADOS – NAÇÕES A PARTIR DOS ANOS SETENTA?


COMO ACONTECEM AS RELAÇÕES DA SOCIEDADE E A VIVENCIA DEMOCRÁTICA ENTRE AS PESSOAS, AS NAÇÕES,A ECONOMIA, A POLITICA, NO MUNDO DO TRABALHO, NO SERVIÇO PUBLICA?


O QUE A PÓS-MODERNIDADE TEM ACRESCENTADO DE BOA:
*NA VIDA DAS PESSOAS,
*NA VIDA DAS NAÇÕES,


O QUE A PÓS MODERNIDADE TEM ACRESCENTADO DE RUIM:

*NA VIDA DAS PESSOAS,
*NA VIDA DAS NAÇÕES,

FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 06
PROFISSIONALIZAÇÃO DOS GESTORES PUBLICOS
DESENHO DO PERFIL DE COMPETENCIAS
VALIDAÇÃO PELA ALTA ADMINISTRAÇÃO
DESENVOLVIMENTO DOS GESTORES PUBLICOS
QUADRO COMPETENCIA, ITENS DE VERIFICAÇÃO, CONHECIMENTOS HABILIDADE E ATITUDES
– ORIENTAÇÃO PARA OS RESULTADOS
- VISÃO SISTEMICA
- COMPARTIMENTOS DE INFORMAÇÕES E DE CONHECIMENTOS
·         ESCOLHER ALGUEM PARA COORDENAR E ALGUEM PARA FAZER OS REGISTROS /MEMORIA
·         FAZER A LEITURA
·         IR ANOTANDO AS IDEIAS FORTES
·         DISCUTIR AS QUESTÕES
·         FAZER UM RELATORIO PARA APARESENTAÇÃO NO PLENÁRIO
PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:

O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?          


DESTAQUE AS COMPETENCIAS MAIS IMPORTANTES NO SERVIÇO PUBLICO NESSE MOMENTO NAS ESCOLAS:
 *ORIENTAÇÃO PARA OS RESULTADOS
* VISÃO SISTEMICA
*COMPARTIMENTOS DE INFORMAÇÕES E DE CONHECIMENTOS


DOS ITENS DE VERIFICAÇÃO DESTAQUE OS MAIS IMPORTANTES NO SERVIÇO PUBLICO NESSE MOMENTO NAS ESCOLAS?

DOS CONHECIMENTOS DESTAQUE OS MAIS IMPORTANTES PARA NOSSO SERVIÇO COMO EDUCADORES PUBLICOS?

DAS HABILIDADES DESTAQUE  AS MAIS IMPORTANTES PARA NOSSO SERVIÇO COMO EDUCADORES PUBLICOS?

DAS ATITUDES DESTAQUE AS MAIS IMPORTANTES PARA NOSSO SERVIÇO COMO EDUCADORES PUBLICOS?

FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 07
PROFISSIONALIZAÇÃO DOS GESTORES PUBLICOS
DESENHO DO PERFIL DE COMPETENCIAS
VALIDAÇÃO PELA ALTA ADMINISTRAÇÃO
DESENVOLVIMENTO DOS GESTORES PUBLICOS
QUADRO COMPETENCIA, ITENS DE VERIFICAÇÃO, CONHECIMENTOS HABILIDADE E ATITUDES
– LIDERANÇA DE EQUIPE
- GESTÃO DE PESSOAS
- COMPETENCIA TECNICA
- CAPACIDADE INOVADORA
·         ESCOLHER ALGUEM PARA COORDENAR E ALGUEM PARA FAZER OS REGISTROS /MEMORIA
·         FAZER A LEITURA
·         IR ANOTANDO AS IDEIAS FORTES
·         DISCUTIR AS QUESTÕES
·         FAZER UM RELATORIO PARA APARESENTAÇÃO NO PLENÁRIO
PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:

O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?

DESTAQUE AS COMPETENCIAS MAIS IMPORTANTES NO SERVIÇO PUBLICO NESSE MOMENTO NAS ESCOLAS:
 *DA LIDERANÇA DE EQUIPES
* GESTÃO DE PESSOAS
*COMPETENCIA TECNICA
*CAPACIDADE INOVADORA

DOS ITENS DE VERIFICAÇÃO DESTAQUE OS MAIS IMPORTANTES NO SERVIÇO PUBLICO NESSE MOMENTO NAS ESCOLAS?

DOS CONHECIMENTOS DESTAQUE A MAIS IMPORTANTE PARA NOSSO SERVIÇO COMO EDUCADORES PUBLICOS?

DAS HABILIDADES DESTAQUE MAIS IMPORTANTE PARA NOSSO SERVIÇO COMO EDUCADORES PUBLICOS?

DAS ATITUDES DESTAQUE A MAIS IMPORTANTE PARA NOSSO SERVIÇO COMO EDUCADORES PUBLICOS?


FOLHA DO TRABALHO NA RODA SE CONVERSA 08
PROFISSIONALIZAÇÃO DOS GESTORES PUBLICOS
DESENHO DO PERFIL DE COMPETENCIAS
VALIDAÇÃO PELA ALTA ADMINISTRAÇÃO
DESENVOLVIMENTO DOS GESTORES PUBLICOS
QUADRO COMPETENCIA, ITENS DE VERIFICAÇÃO, CONHECIMENTOS HABILIDADE E ATITUDES
– GLOSSÁRIO DE HABILIDADES E ATITUDES
- GLOSSÁRIO GERAL
·         ESCOLHER ALGUEM PARA COORDENAR E ALGUEM PARA FAZER OS REGISTROS /MEMORIA
·         FAZER A LEITURA
·         IR ANOTANDO AS IDEIAS FORTES
·         DISCUTIR AS QUESTÕES
·         FAZER UM RELATORIO PARA APARESENTAÇÃO NO PLENÁRIO
PREPARAR OS REGISTROS EM PAPEL CRAFE
QUESTÕES:
O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NO TEXTO?          


DESTAQUE AS HABILIDADES MAIS IMPORTANTES NO SERVIÇO PUBLICO NESSE MOMENTO NAS ESCOLAS?


DESTAQUE AS ATITUDES MAIS IMPORTANTES NO SERVIÇO PUBLICO NESSE MOMENTO NAS ESCOLAS?


COMO ESSAS HABILIDADES,
COMO ESSAS ATITUDES,
-TEM AJUDADO E OU ATRAPALHADO NOSSO TRABALHO COMO EDUCADORES PUBLICOS?

































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