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FELIZ NATAL A TODOS

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pequenos Comentários do Cotidiano

Nos últimos 30 anos, o Movimento LGBT Brasileiro vem concentrando esforços para combater a discriminação. A partir de pesquisas que revelaram dados alarmantes da homofobia no país, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), juntamente com mais de 200 organizações afiliadas, desenvolveu uma série de ações que deram origem ao Projeto de Lei da Câmara que propõe acriminalização da homofobia. A proposta torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero – equiparando à discriminação de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexo e gênero.
 Enquete publicada no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU perguntou aos leitores se a homofobia deveria ser discriminalizada, conforme o projeto.
Confira o resultado:
» 69.84% não têm dúvidas de que o projeto está correto
» 2,65% pensam que, talvez, a medida tenha sido acertada
» Não, absolutamente foi a resposta de 17.46 % dos votantes
» Outros 7,41% também não concordam, mas acreditam que  o tema pode ser mais discutido
» 2,65% não têm uma opinião formada
Para Cláudio Rodrigues dos Santos, o respeito à orientação sexual dos indivíduos é um direito essencial e inviolável. “Qualquer ação que fere esse direito é um atentado à vida. Não há Deus nesse universo que legitime esse tipo de intento”, opinou.
Outro leitor, Marcelo Procópio, compartilha da opinião. “Para quem tem um mínimo de bom senso e sabe o que é democracia, homofobia é um crime sério.”
Já para Jorge, que também participou da enquete, a homofobia deve ser considerada crime, “mas a lei proposta vai além, sendo uma afronta ao direito de liberdade de expressão”.Enxergando através dos acordes
Passando a mão pelas cordas já gastas, Marcos Ernzer, 22 anos, reconhece o velho violão, que usa para ensaiar em casa. Com muita força de vontade, o jovem morador de Salvador do Sul, cidade incrustada no pé da Serra gaúcha, cego desde os sete anos, também começou a fazer aulas de bateria. Cada música aprendida representa uma conquista e alimenta o sonho de, um dia, ganhar dinheiro tocando em uma banda.
“Antes de começar a tocar e a cantar, o Marcos era uma pessoa muito triste”, conta a mãe Claudete, que trabalha em uma fábrica de calçados. Junto do esposo Adair, compõe a dupla de fãs mais fiel das canções executadas pelo jovem deficiente visual. Com três anos, Marcos iniciou uma maratona de cirurgias fracassadas nos olhos, até perder completamente a visão,aos sete.
 Em 2003, Marcos começou aulas de violão particulares, mas a família não conseguiu arcar com as despesas e ele teve de parar. No ano passado, retomou os estudos na Oficina Municipal de Artes e incluiu um novo instrumento: a bateria. Ele está encantado com o grande e barulhento instrumento, ainda mais agora, que decorou a posição dos pratos e tons.
“Ele fica horas trancado no quarto ensaiando. Às vezes, não dá certo, ele fica bravo, mas não sai de lá até acertar”, diz o pai, que trabalha como guarda noturno. “Eu gosto mesmo é de público. Quanto mais gente olhando, mais animado eu fico”, revela Marcos, ao lembrar das apresentações das quais participou na Oficina.
A família é humilde e o único incentivo que recebe é R$ 107,00 do município. Agora, a mãe de Marcos está juntando dinheiro para realizar um dos sonhos do jovem: comprar uma guitarra. “Ele queria também uma bateria, mas não temos condições de pagar”, revelaClaudete. “Quanto mais barulho, melhor”, completa o jovem, que passa o dia escutando música.
O texto é de Cássio Pereira, aluno do Curso de Jornalismo da Unisinos e estagiário noInstituto Humanitas Unisinos – IHU.
O gaúcho João Zinclar, que já foi metalúrgico e hoje vive da fotografia em Campinas-SP, percorreu durante seis anos as margens do rio São Francisco e registrou a vida do velho Chico e de quem depende dele para viver. Desta aventura, nasceu o livro O Rio São Francisco e as Águas no Sertão. “A fotografia é paixão antiga, hoje consigo sobreviver dela a serviço da luta operária e popular. A visão que conduz o livro é a de uma postura classista e anticapitalista diante da luta do povo ribeirinho em defesa de sua sobrevivência, de seu trabalho e da qualidade da água”, afirma o fotógrafo.
Em entrevista à IHU On-Line, realizada por email, Zinclar conta como foi esse processo de captação das imagens. “Percorremos a extensão do rio, que é de 2.700 quilômetros várias vezes, perfazendo mais de 15 mil quilômetros nesses seis anos”. Nesse tempo, Zinclaracompanhou todo o processo de transposição do rio São Francisco, desde as discussões sobre o projeto até o início das obras. “Considerei que a fotografia poderia contribuir nessa polêmica sobre o futuro das águas do velho Chico, ajudar na divulgação e documentação das lutas populares de resistência ao projeto de transposição e mostrar a grave situação de degradação na vida do rio”, justifica
Zinclar acredita que suas fotos fazem parte desta luta, indo além do registro jornalístico, histórico e documental. “Mostrar o rosto do povo e seu cotidiano em seus territórios é dar a elas visibilidade na historia real, muitas vezes negada pela mídia burguesa e pela história dos vencedores”. Segundo ele, a resistência dos ribeirinhos à transposição significa uma etapa importante no debate sobre qual desenvolvimento queremos. “O povo do velho Chico não recusa o desenvolvimento e a melhoria, mas quer fazê-lo dentro de sua perspectiva, de seus interesses, baseado na sabedoria popular com técnicas de convivência com o semi-árido”, explica.

O registro fotográfico proposto por Zinclar é uma tentativa, dentre várias, de documentar outras perspectivas. “Registrar os dejetos das mineradoras que fazem sumir o peixe do pescador, as matas ciliares destruídas pelo desmatamento,  o aprofundamento do  assoreamento do leito rio provocado pelas construções de barragens, são contribuições para se pensar o modelo de desenvolvimento e as alternativas ao rio São Francisco”, finaliza.
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Confira mais algumas fotos deste trabalho de seis anos do fotógrafo João Zinclar:
Com o slogan “Pior que tá não fica”, Francisco Everaldo Oliveira, mais conhecido como o palhaço Tiririca, foi o deputado federal mais votado nas eleições de 2010. No dia seguinte ao resultado do primeiro turno, o Ministério Público Eleitoral denunciou o palhaço por suspeita de analfabetismo, fazendo com que o assunto repercutisse no mundo todo.
Por lei, todos os candidatos são obrigados a apresentar à Justiça Eleitoral comprovante de escolaridade ou, na ausência deste documento, terão que provar capacidade para ler e escrever. Segundo a Constituição, os analfabetos são inelegíveis e, portanto, não podem se candidatar e receber votos.
sítio do IHU perguntou a seus leitores e suas leitoras:
Um analfabeto pode ser eleito, em sua opinião, para um cargo público?
Confira os resultados:
» 20.85 % dos leitores responderam que sim, sem dúvida;
» 7.58 % dos leitores responderam que sim, talvez;
» 58.29 % dos leitores responderam que não, absolutamente;
» 11.37 % dos leitores responderam que não, mas pode ser discutido;
» 1.9 % dos leitores responderam que não possuem opinião formada sobre o tema.
O leitor Fábio Alves Meirelles afirma que o parlamento é uma instância que nasceu para que pudesse ser um espaço de representação social, de todas as suas camadas. “Criar mecanismos para restringir o acesso é negar essa natureza, devemos sair das soluções pautadas no senso comum e buscar alternativas que possam, cada vez mais, garantir o acesso e permitir uma real representação social”.
Felipe Kuhn Braun diz que para o Brasil crescer e superar muitos entraves ao desenvolvimento é necessário enfrentá-los. “Um desses problemas é a falta de formação dos parlamentares que nos representam. Eis uma questão importante para debater, porque para prestar qualquer concurso o requisito básico é ter no mínimo ensino médio completo e para se candidatar basta apenas saber “assinar o nome”. O Brasil continuará enfrentando sérios problemas enquanto não exigirmos maior formação para um cidadão que queira ser candidato. Uma pessoa que ocupa um cargo político, precisa ter conhecimento, formação mínima e uma conduta regrada”.
“Qualquer pessoa que não aprendeu a ler não quer continuar a ser analfabeta, pois a vergonha social é angustiante para quem não sabe ler. Acrescenta-se, que ser alfabetizado é um direito universal, de todos. Num bom método de alfabetização, ele não levará muito tempo para se alfabetizar. Então, não tem porque alimentar a manutenção de ser um analfabeto para quem quer disputar um cargo político”, argumenta o leitor Fábio Machado de Freitas.
Segundo o leitor Augusto Cesar Silvares Costa, seguindo o pensamento de Paulo Freire, “embora de amplo espectro, ‘não existe homem ou mulher absolutamente analfabeto’. Na verdade o fenômeno ‘Tiririca’ nos ajuda a entender melhor alguns aspectos da política eleitoral neste país. Será que votaram nele por ‘gozação’? E o Juruna? Também por gozação? Desculpem-me a expressão, mas estamos cansados do palavreado incoerente dos analistas”.
Já o leitor Daniel André da Silva afirma que “na tentativa de abarcar tudo e todos se criam denominações esdrúxulas, como ‘analfabeto funcional’. Isto é pura alucinação, o que deveria ser exigido para os candidatos é um mínimo de cultura geral, humana e política, não importa como ele adquira esta cultura. O que é inegável é que, sendo analfabeto, jamais terá acesso a este mínimo de cultura que deveria ser exigido de qualquer um que se denomine ‘representante político’.

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